domingo, 19 de maio de 2013

FESTIVAL DE CANNES: DOMINGO TEVE IRMÃOS COEN, JUSTIN TIMBERLAKE, RYAN GOSLING, FILME HOLANDÊS, CÓPIAS DESCARADAS E EVA LONGORIA DE XERECA DE FORA


O fracasso como comédia: essa é a aposta alta que os irmãos Coen fazem – e ganham – no seu novo filme, "Inside Llewyn Davis", que estreou hoje no Festival de Cannes.

Diretores do cult "Fargo" e do oscarizado "Onde os Fracos Não Têm Vez", eles voltam com a história de Llewyn, um músico folk que canta nos clubes noturnos de Nova York no início dos anos 60, uma época em que esse gênero ainda não tinha estourado nas rádios – tudo mudaria pouco tempo depois, com a chegada de Bob Dylan.

Llewin é um músico de talento imenso, mas um fracasso completo: sua ex-namorada (Carey Mulligan) não quer nem mais olhar na sua cara.

Ela e o novo namorado (Justin Timberlake) acabaram de montar um trio de sucesso do qual ele não participa.

O dono da produtora que gravou seu único álbum não lhe dá um centavo, e ele é obrigado a dormir no sofá da casa de amigos.

Depois de perder o gato de um deles, só lhe resta cair na estrada e tentar a sorte em Chicago.

O filme deve estrear apenas em dezembro nos EUA – e, assim, deve ser um dos fortes candidatos ao Oscar do ano que vem.

"Sempre adoramos a música folk, e queríamos mostrar essa época menos conhecida dos fãs. Nesse tempo ninguém ganhava dinheiro com música, e nesse sentido tudo era mais puro. É uma história de lealdade à música", disse Joel, o irmão que responde às perguntas – apesar de assinarem juntos a direção, diz-se que Joel cuida mais do trabalho no set, enquanto Ethan é o maior responsável pelos roteiros.

Justin Timberlake, Carey Mulligan e Oscar Isaac promovem o filme "Inside Llewyn Davis", dos irmãos Coen, em Cannes - foto: Ian Langsdon/EFE/EPA

Llewin Davis é vivido pelo novato Oscar Isaac, que começa a despontar depois de pequenos papéis em filmes "Robin Hood", "Sucker Punch" e "Drive".
Sua atuação minimalista não é menos que genial – será uma injustiça se não conseguir uma indicação ao Oscar.

Justin Timberlake - que acabou de lançar um novo álbum de pop e R&B após sete anos trabalhando só como ator - ficou fascinado por flertar com o folk, diferente de tudo o que já gravou: seu dueto com Carey Mulligan está entre os melhores momentos do filme.

"Eu sempre tenho medo de cantar", brincou.
"Nos anos 60 todo mundo experimentava o folk, que era a vanguarda da época. Como músico, entendo isso muito bem, porque eu e meus produtores tentamos sempre dar um approach diferente ao pop e ao R&B", comparou.

Carey Mulligan, que reaparece no festival poucos dias depois de abri-lo ao lado de Leonardo DiCaprio em "O Grande Gatsby", também assumiu que foi assustador cantar no cinema.

Já os Coen, ao saberem da presença de jornalistas brasileiros à coletiva, disseram que querem fazer um filme tendo como pano de fundo a música brasileira a partir dos anos 1960, em especial a bossa nova.

"Há todo esse interesse de artistas do mundo todo pela música brasileira desde os anos 1970. Tantos cantores gravaram versões em inglês e outras línguas dos compositores brasileiros", disse Joel.
"Mas é uma ideia para o futuro, com certeza não será o nosso próximo projeto".

Confira o trailer de "Inside Llewyn Davis":


Ainda hoje, a estreia de Ryan Gosling como diretor - em "How to Catch a Monster" (ainda sem título em português) - despertou grande interesse no mercado cinematográfico em Cannes, onde já foi definida a sua distribuição para cerca de 20 territórios.

Christina Hendricks, Saoirse Ronan, Eva Mendes, Matt Smith e Rob Zabrecky são alguns dos atores que participarão do filme, um moderno conto de fadas, informou à Agência Efe neste domingo a distribuidora Sierra/Affinity.

A produção é de de Marc Platt, Adam Siegel e do próprio Gosling - através de sua produtora, a Phantasma Films.

"How to Catch a Monster" mistura elementos de fantasia e suspense em um moderno conto de fadas protagonizado por uma mãe solteira cujo filho adolescente descobre um segredo que os leva a uma cidade sob a água.

A produção, iniciada este mês em Detroit, teve seus direitos para os Estados Unidos adquiridos pela Warner Bros., enquanto a Sun Distribution distribuirá o longa na América Latina.

Ryan Gosling fica em Cannes até quarta (22), para promover "Only God Forgives", filme dirigido pelo dinamarquês Nicolas Winding Refn e que participa da competição oficial do festival.

Ryan Gosling em cena de 'Only God Forgives' - foto: divulgação

O filme holandês "Borgman", do diretor Alex van Warmerdam, foi apresentado hoje na mostra competitiva de Cannes.

O longa é uma fábula sobre a intrusão de um homem suspeito em uma família, que passeia pelo fantástico e tem pitadas de humor negro.

Conhecido pelo tom nada convencional, Van Warmerdam dirigiu filmes como "Habitantes" (1992) e "O vestido e o efeito que ele produz nos homens que o olham" (1996).

O diretor Alex van Warmerdam, hoje em Cannes - foto: site do Festival
Em seu oitavo filme, o diretor traz agora para as telonas a irrupção de um vagabundo, Camiel Borgman, em meio a um casal e seus três filhos - o personagem é um homem enigmático, com ares que o tornam uma possível alegoria do mal.

Com uma produção apurada, muito gráfica, dentro de uma casa moderna cercada por um jardim, Alex van Warmerdam brinca com os medos do espectador e constrói aos poucos uma atmosfera perturbadora.

Mais sombrio do que as realizações anteriores do diretor, "Borgman" não deixa de estar permeado por um humor sagaz, que provoca risos em meio ao horror crescente.

"Eu quis explorar um aspecto desconhecido e sombrio da minha imaginação e ver o que eu poderia encontrar", explica Van Warmerdam, que também atuou no filme - ele é Ludwig, personagem malvado amigo de Camiel.

"No filme eu quis mostrar que o mal surge na vida de todos os dias, em homens e mulheres comuns, normais e educados", acrescenta o diretor - que em 1998 já tinha participado da mostra "Um Certo Olhar" em Cannes com o filme "O pequeno Tony" - mas que disputa pela primeira vez a Palma de Ouro.

Confira o trailer de "Borgman":


DROPS DE CANNES

1.
O fenômeno vem ganhando força a cada ano: quando um sucesso de Hollywood estoura nas bilheterias, algum produtor maluco corre fazer um genérico para faturar um dinheiro na esteira do original.

Este ano, uma produtora indiana colocou no espaço do mercado do festival um anúncio gigantesco de "Land of Pi" (Terra de Pi), um clone descarado de "As Aventuras de Pi", de Ang Lee.
Até a imagem do cartaz é idêntica à do original: uma foto grande da cara de um tigre sobre fundo azul.

Mesmo os EUA não têm problema em produzir genéricos dos seus próprios filmes: uma produtora americana anuncia "American Hangover", imitação cara-de-pau de "Se Beber, Não Case" ("The Hangover", em inglês).

Só mudou o local e a quantidade: em vez de três amigos em Las Vegas, agora são muitos amigos que pegam dezenas de mulheres em Atlantic City, meca dos cassinos próxima a Nova York.

2.
Vencedor do Oscar de melhor filme por "Crash – No Limite" (2004), o canadense Paul Haggis está vendendo no mercado o seu novo longa, "Third Person", atualmente em filmagem.

O filme conecta três histórias de amor vividas em três diferentes capitais: Roma, Paris e Nova York.

O elenco cheio de estrelas tem Mila Kunis, James Franco, Liam Neeson, Adrien Brody e o retorno da diva dos anos 80 Kim Basinger.

"Third Person" já foi vendido para 23 países em Cannes, mas ainda não encontrou distribuidor no Brasil.

3.
Se a rivalidade na Copa promete esquentar, no cinema uma boa parceria entre Brasil e Argentina promete.

A produtora Bananeira Filmes, de Vania Cattani, responsável por filmes como "O Palhaço" e "A Festa da Menina Morta" (este último selecionado em Cannes), vai coproduzir o próximo projeto da argentina Lucrecia Martel - "Zama", seu primeiro filme de época.

Baseado num livro do argentino Antonio di Benedetto, "Zama" conta a história de um oficial da coroa espanhola em 1790 alocado em Assunção que aguarda ser transferido para Buenos Aires.

A diretora é conhecida dos cinéfilos por filmes cult como "O Pântano" e "A Menina Santa" e pretende situar o filme num país indefinido da América Latina.

4.
Eva Longoria - estrela da série "Desperate Housewives" - estava chegando agora pouco para a exibição do filme "Jimmy P.", quando levantou o vestido para desviar de uma poça e acabou deixando a xereca à mostra.

Eva Longoria em Cannes - foto: Got Celeb

A roupa possuía uma fenda lateral que, ao ser puxada por Eva, revelou que a atriz estava sem calcinha.

Mas Miss Longoria pode, né? Antes ela do que Joan Rivers!
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Com Thiago Stivaletti (UOL), EFE, AFP e The Sun

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