quarta-feira, 15 de maio de 2013

FESTIVAL DE CANNES COMEÇA HOJE COM LEO DICAPRIO COMO JAY GATSBY, DESFILE DE ESTRELAS E FILMES MUITO AGUARDADOS


Centenas de estrelas, cineastas, produtores e jornalistas de todo o planeta estarão nesses dias na linda cidade de Cannes, na Costa Azul francesa, onde começa hoje a maior festa do cinema mundial, que completa nesse ano 66 anos.

O júri, presidido pelo cineasta americano Steven Spielberg e que terá entre seus companheiros Nicole Kidman e o diretor Ang Lee, escolherá o vencedor entre 20 filmes na disputa pela Palma de Ouro -prêmio máximo de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo.

Entre as estrelas aguardadas, Leonardo de Caprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire - que exibem hoje na abertura 'O Grande Gatsby', novo filme em 3D do diretor australiano Baz Luhrmann - Benicio del Toro, Ryan Gosling, Marion Cotillard, Emma Watson, Matt Damon, Michael Douglas, James Franco e Robert Redford.

Cannes também aguarda Justin Timberlake, Forest Whitaker, Berenice Bejo, Orlando Bloom, Garret Hedlund e Joaquin Phoenix, além de cineastas consagrados, como Roman Polansky e os irmãos Coen.

Este ano, Cannes quebrou uma tradição ao escolher como filme de abertura um longa-metragem que já estreou nos Estados Unidos - "O Grande Gatsby" estreou na última sexta nos EUA.

Baseado no livro clássico de Francis Scott Fitzgerald, o filme garante que a cerimônia de abertura será tão luxuosa quanto a grande produção de Hollywood, que custou mais de 100 milhões de dólares.

Confira o trailer de 'O Grande Gatsby':


Esta edição oferece uma posição de destaque à cinematografia americana, não apenas na competição pela Palma de Ouro, mas também na mostra 'Um Certo Olhar', que terá como filme de abertura "The Bling Ring", de Sofia Coppola, assim como nas mostras paralelas, como a 'Semana da Crítica' e a 'Quinzena dos Realizadores'.

Confira o trailer de 'The Bling Ring':


Na disputa pela Palma de Ouro estão os irmãos Joel e Ethan Coen, com "Inside Llewyn Davis", Alexander Payne, com "Nebraska", James Gray com "The Immigrant", e Jim Jarmush com "Only Lovers Left Alive" - um filme sobre vampiros.

Também está na mostra oficial o filme "Behind the Candelabra", de Steven Soderbergh.
Estrelado por Michael Douglas e Matt Damon, o longa foca na trajetória de uma das lendas do show bizz americano - Liberace, vivido por Douglas - e sua tumultuada relação com seu namorado - vivido por Damon.

O longa acabou sendo produzido pelo canal HBO porque os grandes estúdios de Hollywood o consideraram 'gay demais'.

Confira o trailer de 'Behind the Candelabra':


Soderbergh venceu a Palma de Ouro em 1988 com "Sexo, Mentiras e Videotapes".

O único filme dirigido por uma mulher na disputa pela Palma de Ouro é "Un Chateau d'Italie", da franco-italiana Valeria Bruni-Tedeschi, mas para o diretor artístico do Festival, Thierry Frémaux, "o problema da escassa presença feminina não é um problema do Festival de Cannes, e sim da indústria do cinema".

Além dos americanos, os cineastas franceses predominam nesta edição, com quatro longas na mostra oficial, incluindo "La Vénus a la Fourrure", do franco-polonês Roman Polansky - que ganhou a Palma de Ouro em 2002 com "O Pianista" - e "Jimmy P", de Arnaud Desplechin, protagonizado por Benicio del Toro.

"O cinema americano e o cinema francês têm ambos uma tradição, uma força, uma economia e uma qualidade artística que explicam esta forte presença. Mas isto não exclui a presença de outros países na mostra oficial", destacou Frémaux.

Operários ainda instalavam uma Palma de Ouro gigante na fachada do Palais du Festival, ontem à noite em Cannes - foto: AFP

A América Latina terá apenas um representante na disputa principal: "Heli", do mexicano Amat Escalante.

Um dos filmes mais esperados é o violento thriller "Only God Forgives", do dinamarquês Nicolas Winding Refn, que repete a parceria com Ryan Gosling nesta obra filmada em Bangcoc.

Confira o trailer de 'Only God Forgives':


O iraniano Asghar Farhadi, diretor de "Separação", competirá com "Le Passé" (O Passado; o francês François Ozon apresentará "Jeune et jolie" e o japonês Hirkazu Kore-eda entra na disputa com "Like Father, like son".

Cannes também é o mercado mais importante do cinema mundial, onde diretores, atores e produtores de todo o planeta buscam financiamento para seus projetos, e onde são comprados e vendidos os direitos de exibição e distribuição de filmes já produzidos ou ainda no papel.

O cinema da Índia, que completa 100 anos, terá um espaço nobre nesta edição, que também homenageará a Diva de Hollywood Kim Novak, o filme 'Um Corpo que Cai' de Alfred Hitchcock  e a lenda francesa Alain Delon.

Fachada do Hotel Calton em Cannes tem posters de 'O Grande Gatsby' na fachada - foto: AFP
Hoje, doze anos depois de abrir o festival com "Moulin Rouge", Baz Luhrmann voltou a abrir Cannes com sua adaptação em 3D de "O Grande Gatsby", um dos maiores clássicos da literatura americana, escrito por F. Scott Fitzgerald em 1925.

É a quarta adaptação do livro para as telonas – a última foi estrelada por Robert Redford e Mia Farrow em 1974 - e no filme, DiCaprio volta a trabalhar com o diretor, 17 anos depois de "Romeu + Julieta".

"Nos EUA, 'Gatsby' é leitura essencial na escola. Quando eu era jovem, fiquei entretido e fascinado, mas não peguei o sentido profundo e existencial do livro. Hoje não o vejo como uma historia de amor. É a tragédia desse americano em anos de opulência. Gatsby queria ser um grande americano, mas em algum momento perdeu o sentido do que era, e tinha em Daisy sua miragem" - disse o ator.

Di Caprio, Carey Muligan e o diretor Baz Luhrmann, agora pouco em Cannes - foto: AFP

O ator também defende o estilo exuberante de Baz Luhrmann.
"Ele não tem medo de pegar histórias muito clássicas, ancoradas na nossa cultura, e adaptá-las ao seu modo. Não tem medo do risco. Mas está sempre atento em chegar ao coração do drama de cada história".

Luhrmann levou dez anos para conseguir levar o livro às telonas – a ideia veio quando viajava num trem para Sibéria e ouvia uma versão em audiolivro de "Gatsby".

O filme estreou na última sexta nos EUA e teve boa bilheteria – US$ 51 milhões –, mas recebeu muitas críticas ruins.

Luhrmann diz que nem confiança:
"Eu fiz 'Moulin Rouge', 'Romeu + Julieta', 'Vem Dançar Comigo'. Já esperava por isso. Só me importo que as pessoas estão indo ver o filme".

Ele também defendeu o uso de uma trilha moderna para uma história escrita há quase 90 anos.
"Fitzgerald coloca o jazz, uma música negra, no centro da narrativa. A música negra de hoje é o hip hop."

Aposentado da franquia do Homem Aranha de Sam Raimi, Tobey Maguire - que foi recomendado pelo amigo Leonardo DiCaprio a Luhrmann e ganhou o principal papel do longa, o do narrador Nick - não poupou elogios ao amigo.
"Levamos nosso trabalho a sério, mas também nos divertimos muito. Gosto de assistir e participar do seu processo de mergulho no filme. Ele é um detetive vigilante, que vasculha o livro atrás de cada camada do personagem".

"O Grande Gatsby" estreia no dia 7 de junho no Brasil.

Continue acompanhando aqui no Blog o dia a dia de Cannes 2013.

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