quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SEAN PENN: 50 ANOS DE POLÊMICAS,COMPROMISSOS POLÍTICOS E ENORME TALENTO

O talento acabou domando a fera e, aos 50 anos, com dois Oscar, uma carreira brilhante e filmes a estrear - tão diferentes como os novos filmes de Terrence Malick, Paolo Sorrentino e os irmãos Farrelly - ninguém tem dúvidas que Sean Penn é um dos grandes de Hollywood.

Camaleônico e temperamental, um dos maiores atores de todos os tempos completou meio século de vida ontem, levando em seu olhar a maior das iras e a mais infinita das ternuras.

Sensibilidade e brutalidade à la Brando, faro para fazer de sua carreira um exemplo de bom gosto e uma atitude críticada pela falta de tato.

Foto: Robert Galbraith/Reuters - Arte: Cláudio Nóvoa
Sean Penn, 50 anos

"Meu ator favorito é Sean Penn", disse o modesto, à época em que concorreu pela primeira vez ao Oscar - por "Os Últimos Passos de Um Homem" (1995), onde foi dirigido por Tim Robbins e dividiu a telona com Susan Sarandon - resumo de uma personalidade que tem sido canalizada para grandes interpretações, direções soberbas e reivindicação política, mas que também o levou à prisão e a dois casamentos tempestuosos.

Arquivo do Klau
Penn e Sarandon no cartaz do filme "Os Últimos Passos de Um Homem" (1995)

Sean Justin Penn nasceu em 17 de agosto de 1960 em Los Angeles (EUA) em uma família de artistas, o que facilitou sua entrada em Hollywood.

Em pouco tempo se destacou em papéis interpretando rebeldes - como em "Picardias Estudantis" (1982), de Amy Heckerling, "Juventude em Fúria" (1983) e "A Traição do Falcão" (1984), de John Schlesinger.

site TMZ
Sean, em cena de "Picardias Estudantis"

Foi no filme de Schlesinger que ele interpretou o traficante de drogas Daulton Lee com tanta eficiência que, como agradecimento, contratou Lee como assistente pessoal.
Excentricidades de um aprendiz de estrela que fez mestrado na disciplina ao se casar com a uberstar Madonna em 1985.

"Lembro do casamento como muito complicado. Não me lembro de uma só conversa em quatro anos de casamento. Falei algumas vezes com Madonna desde então e vi que existe uma pessoa ali dentro que na época não conhecia", reconheceu anos mais tarde.
Nesta época, foi detido por agredir um fotógrafo e protagonizou, com Madonna, o que provavelmente foi o pior filme da carreira de ambos: "Shanghai Surprise" (1985).

Arquivo do Klau
Sean e Madonna, à época em que ainda eram casados

O casamento durou até 1989, e hoje, são tão amigos, a ponto dele ser o confessor dela, que procurou seu ombro para chorar quando seu último casamento - com o cineasta inglês Guy Richie - acabou.

Uma brincadeira de Penn com Madonna, na festa do Oscar do ano passado, também merece destaque: ao ser apresentado ao novo namorado da estrela - o brasileiro Jesus Luz, muitos anos mais novo - Penn perguntou à queima roupa: "Adotou outra criança?"
Madonna ficou sem falar com ele por meses...

Já nos anos 90, seu talento foi reivindicado por diretores de maior importância, e Penn se transformou em uma inquietante presença para o novo "film noir" como em "Um Tiro de Misericórdia" (1990) - onde conheceu sua segunda esposa, Robin Wright - e "O Pagamento Final" (1993), dirigido por Brian De Palma.
Depois de dois filhos, separou-se de Robin em maio de 2009.

site TMZ
Sean e Robin Wright

Com mais autonomia, começou a trilhar o caminho que sempre quis, e assim pode Iniciar sua carreira como diretor - "União de Sangue" - e, em 1995, alcançou sua verdadeira consagração como ator, ganhando o Urso de Prata em Berlim, com "Os Últimos Passos de Um Homem".

Como Susan Sarandon - sua companheira de cena - começou a se posicionar à esquerda como uma das vozes e mentes mais brilhantes de Hollywood.
Os direitos dos gays, a Guerra do Iraque, a defesa do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o Haiti têm sido focos de seu ativismo.

susansarandon.net
Sean com sua amiga pessoal e de ativismo, Susan Sarandon

Também teve tempo de construir uma família - tem dois filhos com Robin Wright - e de viver alguns escândalos pessoais, como quando foi flagrado pela mulher com duas prostitutas russas!
Duas? Guloso!

Gula que também tem em relação aos grandes prêmios da sétima arte:

Oscars da Academia
Melhor Ator (principal):
2003 - Sobre Meninos e Lobos
2009 - Milk - A Voz da Igualdade

Prémios Golden Globe
Melhor Ator (filme dramático):
2003 - Sobre Meninos e Lobos

SAG Awards
Melhor Ator (principal) em cinema
2009 - Milk - A Voz da Igualdade

Festival de Cannes
1997 - Loucos de Amor - (Melhor Ator)

Independent Spirit Awards
1995 - Os Últimos Passos de um Homem (melhor ator)

Woody Allen, Oliver Stone e Terrence Malick foram outros cineastas que tiveram a honra de ter Penn como ator em um filme seu, mesmo ele tendo continuado a carreira como diretor, dirigindo filmes como "A Promessa" (2003) e "Na Natureza Selvagem" (2008).

Sua interpretação como o primeiro político homossexual americano eleito, em "Milk" (2008) de Gus Van Sant, soberba, e que lhe deu o segundo Oscar, foi o seu último trabalho para as telonas.

San Francisco Sentinel
Penn, em cena de "Milk"

Mas, para sua segunda metade de século de sua vida, Sean Penn anuncia que, além de voltar a trabalhar com Malick em "A Árvore da Vida", vai filmar com Paolo Sorrentino o longa "This Must Be the Place" e aguarda o lançamento de "Fair Game", com Naomi Watts.

Além disso, tentará mostrar que também é bom de comédia.
Está no projeto de "Os Três Patetas", dos irmãos Farrelly - onde fará o 'Larry' e dividirá o estrelato com Jim Carrey, o 'Moe' - e interpretará Max Perkins, o homem que descobriu Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway em "Genius".

Vida longa a Sean Penn!

Nenhum comentário:

Postar um comentário