sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"O ÚLTIMO MESTRE DO AR": CONFUSO, MAS BOM

M. Night Shyamalan renovou os thrillers de suspense com "O Sexto Sentido" (1999), e, justamente por isso, foi alçado instantaneamente como um dos maiores nomes de Hollywood.
A história do menino que via pessoas mortas faturou milhões de dólares pelo mundo, e consagrou um cineasta que até então havia assinado um par de filmes, que tinham passado batido.

Agora, dez anos depois de seu grande sucesso, Shyamalan não conseguiu mais do que frustrar as expectativas da crítica e do público, com uma série de produções cheias de altos e baixos.

"Sinais" (2002), "Corpo Fechado"(2000), "A Vila" (2004) e "Fim dos Tempos" 2008), para lembrar apenas de algumas, colocaram em xeque a competência do diretor, que chega hoje às telonas brasileiras com a primeira parte de "O Último Mestre do Ar".

Baseado em um desenho de sucesso do canal de TV Nickelodeon - por aqui, sua audiência só perdia para "Bob Esponja" - a trama é uma mistureba de culturas orientais e ocidentais em estilo anime, que conta a história de povos em busca de liberdade.

Para quem não acompanhou a animação, o enredo pode ser confuso.
Em um mundo fictício, os povos são divididos em diferentes nações e seus poderes sobrenaturais: Fogo, Água, Ar e Terra, onde cada um deles consegue manipular os elementos correspondentes ao nome que levam.

O equilíbrio entre os reinos é mantido pela atuação de um Avatar - nome original da série, mudado para não confundir com o filme homônimo de James Cameron - o único a dominar todos os elementos, que mantém uma ligação com o mundo espiritual que garante a ordem natural no planeta.

Por algum motivo misterioso, o Avatar desapareceu e começam as guerras - a Nação do Fogo passa a invadir as outras e quebrar a harmonia.

O Avatar, Aang - Noah Ringer - reaparece na forma de um menino, que ainda não completou seu treinamento, porque permaneceu adormecido por 100 anos.
Ele precisará da ajuda de Katara - Nicola Peltz, de "Um Natal Brilhante" - e de Sokka - Jackson Rathbone, o Jasper da franquia "Crepúsculo" - habitantes da Nação da Água, para desenvolver plenamente seus poderes.

Foto: Divulgação Paramount Pictures
Cena do filme
Como a fiel adaptação feita por Shyamalan, autor do roteiro, ambiciona ser uma franquia, a história não acaba ao final da projeção, quando já se antevê uma continuação.
O problema futuro é que o diretor não gravou de uma só vez a continuação, e corre o risco de sequer poder apresentar um segundo filme, já que essa primeira parte não foi bem recebida pelo público americano.

O filme pode ser resumido como uma alegoria em torno do poder num momento em que nenhuma nação dispõe de força suficiente para se dizer plenamente hegemônica.

Digamos que Avatar -o mestre do ar do título- seja um Dalai Lama, em termos espirituais, o único a ser dotado de capacidade de dominar os quatro elementos.

A diferença vem da direção segura de Shyamalan e do 3D.
Vocacionado para a contemplação - que fica ótimo em 3D - o diretor é um dos poucos capazes de integrar tradições ocidental e oriental e materializar, em imagens, questões espirituais, já que tudo diz respeito à espiritualidade, a transformação do conhecimento de si mesmo em capacidade de desferir golpes bem físicos nos inimigos.

Shyamalan é um dos raros cineastas contemporâneos, também, a enfrentar tal contradição sem cair na vulgaridade de formas ou conteúdos, o que resultou num filme invulgar.

Diversão para toda a família, mesmo com a classificação fixada em 10 anos.

Confira o trailer dublado do filme:


"O ÚLTIMO MESTRE DO AR"
Título original:
The Last Airbender
Diretor: M. Night Shyamalan
Estúdio e Distribuição: Paramount Pictures
Elenco: Noah Ringer
Dev Patel
Nicola Peltz
Jackson Rathbone
Shaun Toub
Aasif Mandvi
Cliff Curtis
Seychelle Gabriel
Gênero: Aventura, Fantasia
Duração: 103 mins
Ano: 2010
Data da Estreia: 20/08/2010
Cor: Colorido
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
País: EUA
COTAÇÃO DO KLAU:

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