Pessoal:
Na segunda feira passada, nesse mesmo espaço, afirmei que o horário político obrigatório - que começou na terça - era a última salvação do Serra Nomuro nessa eleição.
Terça, quarta, quinta e sexta feiras se passaram, o Datafolha fez nova pesquisa e o resultado aí está: Quem não sabia, ficou sabendo que Dona Dilma era a candidata do atual presidente, e com isso ela abriu 17 pontos de vantagem sobre o tucano.
Fonte: Datafolha/Folha de S.Paulo
Pesquisa Datafolha, publicada no último sábado
Em bom português, a disputa pela presidência da República já acabou, com Dona Dilma - a candidata que o Luiz Inácio inventou para sucedê-lo - sendo eleita, de lavada, ainda no primeiro turno.
Antes mesmo do resultado desta pesquisa ser conhecido, já apareciam dia após dia os registros de desconforto, contrariedade e insatisfação na aliança em torno de Serra Nomuro: os jornais registraram as "blog-cacetadas" de Roberto Jefferson - aquele! - que pelo Twitter acusou:
"Serra é responsável pela nossa dispersão. Nunca nos reuniu".
Como ele, o líder dos Democratas, Rodrigo Maia, já tinha feito ataques públicos ao seu candidato, as campanhas estaduais escondem o candidato do PSDB à presidência, e em alguns estados, candidatos considerados serristas agora pregam o voto neles e na Dona Dilma.
O discurso esquizofrênico - um dia, o tucano ataca o Luiz Inácio, no outro, aparece na propaganda abraçado ao atual presidente -, o não comprometimento dos aliados, a começar pelo seu próprio partido, o PSDB; a personalidade desagregadora e personalista do candidato; os erros do marketing; a "favela virtual" denunciada pela Tia Marina no debate Folha/UOL; tudo isso será lembrado um dia para tentar explicar a implosão da candidatura tucana.
Na real, o que explica o fenômeno Dilma é o êxito econômico e social do governo Lula.
O resto é conversinha pra boi dormir.
De agora em diante, a crise na oposição trapalhona vai chegar ao estágio de catástrofe natural, com a previsível debandada, e movimentos de adesão em massa a Dona Dilma.
Novos "amigos" se somarão às ratazanas da fisiologia, à espera da "partilha do pão", como lembra muito bem o vice da Dona Dilma, Michel Temer.
E eu já vejo a fila enorme de empresários, com o talão de cheques na mão, ansiosos para dar a sua "modesta contribuição ao país".
Aliás, a campanha de Dona Dilma arrecabou desde sábado, quando a pesquisa foi publicada, exatamente o triplo de dinheiro da campanha do Nomuro.
Afinal, ninguém quer ser taxado como "do contra" ou de estar "remando contra a correnteza", não é mesmo?
Hoje, os jornais já trazem informações de que Dona Dilma pediu aos membros da sua campanha que não usem "salto alto", mas já começou a fazer a lista dos nomes que comporão o seu ministério.
Loucura? Não. Ela tem de ter os nomes já escolhidos para refrear o apetite dos "aliados", principalmente o PMDB, sempre prontos a Descolar um carguinho aqui, uma sinecura ali.
Quando ao ânimo dos eleitores de Serra Nomuro, o ótimo colunista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, publicou em sua coluna do sábado um e-mail de um eleitor chamado Carlos Poletto, que se identificou como um eleitor "paulistano, 27 anos, advogado, tucano e serrista desde sempre".
Poletto, ao mandar o e-mail, não sabia ainda que Dona Dilma apareceria no Datafolha com 47% contra 30% de Serra Nomuro.
O leitor descreve perfeitamente o que aconteceu com as campanhas tucanas nos últimos anos.
"O mito Lula e a satanização de FHC/ PSDB se devem, entre outros fatores, obviamente, à covardia de José Serra, em 2002, e de Geraldo Alckmin, em 2006, cujas campanhas desprezaram o legado dos oito anos de tucanato no Planalto.
O "marketing rasteiro" dos tucanos procura somente "agradar o eleitor" e não "convencer o eleitor". Acusa os candidatos a presidente pelo PSDB de tentarem esquecer o governo FHC, quase como se tivessem vergonha. Algum dia um marqueteiro inventou ser melhor "debater o futuro". Passam um recibo a favor do discurso de Lula e do PT sobre a "herança maldita, do governo das elites".
O eleitor tucano conclui em um desabafo que sintetiza o estado de espírito da campanha presidencial do PSDB:
"É triste, é sofrível a atual campanha na televisão do candidato José Serra. Repete a mesma fracassada e ridícula campanha de quatro anos [atrás].
É implorar para perder a campanha de forma humilhante! (...) É difícil, é muito difícil para um tucano acompanhar essa campanha presidencial, tantos erros óbvios, tanta falha rasteira, tanto amadorismo que, sinceramente, já me convenci em aturar a Dilma por mais quatro anos".
Poletto diz que vai votar em Serra Nomuro, ele faz parte dos 30% apurados pelo Datafolha.
Mas, com esse ânimo, está bem explicada a razão de o PSDB escoar pelo ralo na disputa pelo Planalto.
*****
Você pode conferir essa coluna em vídeo já postado no UOL:
Na segunda feira passada, nesse mesmo espaço, afirmei que o horário político obrigatório - que começou na terça - era a última salvação do Serra Nomuro nessa eleição.
Terça, quarta, quinta e sexta feiras se passaram, o Datafolha fez nova pesquisa e o resultado aí está: Quem não sabia, ficou sabendo que Dona Dilma era a candidata do atual presidente, e com isso ela abriu 17 pontos de vantagem sobre o tucano.
Fonte: Datafolha/Folha de S.Paulo
Pesquisa Datafolha, publicada no último sábado
Em bom português, a disputa pela presidência da República já acabou, com Dona Dilma - a candidata que o Luiz Inácio inventou para sucedê-lo - sendo eleita, de lavada, ainda no primeiro turno.
Antes mesmo do resultado desta pesquisa ser conhecido, já apareciam dia após dia os registros de desconforto, contrariedade e insatisfação na aliança em torno de Serra Nomuro: os jornais registraram as "blog-cacetadas" de Roberto Jefferson - aquele! - que pelo Twitter acusou:
"Serra é responsável pela nossa dispersão. Nunca nos reuniu".
Como ele, o líder dos Democratas, Rodrigo Maia, já tinha feito ataques públicos ao seu candidato, as campanhas estaduais escondem o candidato do PSDB à presidência, e em alguns estados, candidatos considerados serristas agora pregam o voto neles e na Dona Dilma.
O discurso esquizofrênico - um dia, o tucano ataca o Luiz Inácio, no outro, aparece na propaganda abraçado ao atual presidente -, o não comprometimento dos aliados, a começar pelo seu próprio partido, o PSDB; a personalidade desagregadora e personalista do candidato; os erros do marketing; a "favela virtual" denunciada pela Tia Marina no debate Folha/UOL; tudo isso será lembrado um dia para tentar explicar a implosão da candidatura tucana.
Na real, o que explica o fenômeno Dilma é o êxito econômico e social do governo Lula.
O resto é conversinha pra boi dormir.
De agora em diante, a crise na oposição trapalhona vai chegar ao estágio de catástrofe natural, com a previsível debandada, e movimentos de adesão em massa a Dona Dilma.
Novos "amigos" se somarão às ratazanas da fisiologia, à espera da "partilha do pão", como lembra muito bem o vice da Dona Dilma, Michel Temer.
E eu já vejo a fila enorme de empresários, com o talão de cheques na mão, ansiosos para dar a sua "modesta contribuição ao país".
Aliás, a campanha de Dona Dilma arrecabou desde sábado, quando a pesquisa foi publicada, exatamente o triplo de dinheiro da campanha do Nomuro.
Afinal, ninguém quer ser taxado como "do contra" ou de estar "remando contra a correnteza", não é mesmo?
Hoje, os jornais já trazem informações de que Dona Dilma pediu aos membros da sua campanha que não usem "salto alto", mas já começou a fazer a lista dos nomes que comporão o seu ministério.
Loucura? Não. Ela tem de ter os nomes já escolhidos para refrear o apetite dos "aliados", principalmente o PMDB, sempre prontos a Descolar um carguinho aqui, uma sinecura ali.
Quando ao ânimo dos eleitores de Serra Nomuro, o ótimo colunista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, publicou em sua coluna do sábado um e-mail de um eleitor chamado Carlos Poletto, que se identificou como um eleitor "paulistano, 27 anos, advogado, tucano e serrista desde sempre".
Poletto, ao mandar o e-mail, não sabia ainda que Dona Dilma apareceria no Datafolha com 47% contra 30% de Serra Nomuro.
O leitor descreve perfeitamente o que aconteceu com as campanhas tucanas nos últimos anos.
"O mito Lula e a satanização de FHC/ PSDB se devem, entre outros fatores, obviamente, à covardia de José Serra, em 2002, e de Geraldo Alckmin, em 2006, cujas campanhas desprezaram o legado dos oito anos de tucanato no Planalto.
O "marketing rasteiro" dos tucanos procura somente "agradar o eleitor" e não "convencer o eleitor". Acusa os candidatos a presidente pelo PSDB de tentarem esquecer o governo FHC, quase como se tivessem vergonha. Algum dia um marqueteiro inventou ser melhor "debater o futuro". Passam um recibo a favor do discurso de Lula e do PT sobre a "herança maldita, do governo das elites".
O eleitor tucano conclui em um desabafo que sintetiza o estado de espírito da campanha presidencial do PSDB:
"É triste, é sofrível a atual campanha na televisão do candidato José Serra. Repete a mesma fracassada e ridícula campanha de quatro anos [atrás].
É implorar para perder a campanha de forma humilhante! (...) É difícil, é muito difícil para um tucano acompanhar essa campanha presidencial, tantos erros óbvios, tanta falha rasteira, tanto amadorismo que, sinceramente, já me convenci em aturar a Dilma por mais quatro anos".
Poletto diz que vai votar em Serra Nomuro, ele faz parte dos 30% apurados pelo Datafolha.
Mas, com esse ânimo, está bem explicada a razão de o PSDB escoar pelo ralo na disputa pelo Planalto.
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Você pode conferir essa coluna em vídeo já postado no UOL:
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