quinta-feira, 26 de agosto de 2010

BISCATES EM DESFILE!

O avanço de Dona Dilma em redutos tucanos; Maluf e a Lei da Ficha limpa; José Eduardo Cardoso despista, mas será ministro; Luiz Inácio, o presidente mais popular que o país já teve, segundo pesquisa; a reforma, feita nas coxas, do Palácio do Planalto...

Essas, e muitas outras. no resumo semanal de Política, sempre com muito humor.

Acompanhe:

DONA DILMA AVANÇA TAMBÉM EM REDUTOS DO NOMURO

Fonte: Folha de S.Paulo
Pesquisa Datafolha publicada hoje na primeira página da Folha de S.Paulo

Hoje, amanhecemos com mais uma pesquisa Datafolha publicada, e a grande novidade é como Dona Dilma vai abrindo trincheiras entre os últimos terrenos que ainda sustentavam a candidatura do tucano Serra Nomuro, onde ele mantinha competitiva sua candidatura entre os mais ricos, no Sul e em seu Estado de origem, São Paulo.

Neste terceiro trimestre, porém, o tucano parece ter ido para o ralo, pela apresentação de conquistas reais pelo PT no horário eleitoral na TV, e por uma nova onda de crescimento na economia.

Houve uma parada entre abril e junho no ritmo, mas isso ficou para trás, pois o Brasil voltou a "bombar" em 2010.

No segundo semestre, a sensação de bem-estar estará forte, e caminhamos para o melhor - ou o segundo melhor - Natal de Luiz Inácio no Poder.

Isso ainda é possível, antes de um ajuste necessário em 2011, mas o presidente e Dona Dilma ainda curtem essa "praia", e surfam nessa "boa onda".

O óbvio agora além das pesquisas, é o clima que põem Dilma à frente, já que ninguém vê graça em apostar em perdedores.

Dona Dilma cresceu de 47% para 49% no geral do Datafolha, nada de excepcional, e dentro da margem de erro da pesquisa. .

Só que, no Sul, com o qual Serra Nomuro contava, a petista cresceu cinco pontos
Entre os mais velhos, o salto foi de nove pontos.
Entre os com renda acima de dez salários mínimos, de 12 pontos.

No Sul, Dona Dilma subiu de 38% para 43%.
Em Minas - um Estado "fiel da balança" e capaz de decidir a eleição - a petista subiu sete pontos.
No Rio Grande do Sul, alta de oito pontos.
Na Bahia, 12.
SP, Rio Grande do Sul, Paraná, num universo de eleitores com renda superior a dez salários mínimos: as últimas cidadelas de vantagem de Serra Nomuro caíram no Datafolha publicado hoje.

E, assim como Nomuro, Tia Marina Silva Clorofila Malafaia (PV) também registrou queda na faixa de maior renda: tinha 20%; agora, são 16%.

Se a variação geral é pouco significativa - 47% para 49% - o importante é como Dona Dilma ataca agora os territórios de Serra Nomuro.

Até a pouco, todos queriam distância do PT, de Luiz Inácio e de Dona Dilma.

No momento atual, conservadores, idosos, ricos, sulistas e até paulistas mostram que já se renderam à candidata que o Luiz Inácio Inventou.

LULA LÁ


Ainda a pesquisa Datafolha publicada hoje - e realizada nos dias 23 e 24, com 10.948 entrevistas em todo o país: O presidente Luiz Inácio voltou a bater recorde de popularidade, e agora seu governo é aprovado por 79% dos eleitores brasileiros.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Antes da atual pesquisa, o máximo de aprovação a Lula era de 78%, registrado em pesquisa dos dias 30 de junho e 1º de julho últimos.
No levantamento anterior, realizado nos dias 9 a 12 deste mês, o governo do petista teve 77% de aprovação.

Desde dezembro sua taxa de "bom/ótimo" está acima de 70%.
Hoje 17% consideram a administração federal do PT "regular", e outros 4% o governo é "ruim/péssimo".

Embora as variações da taxa de aprovação tenham sido dentro da margem de erro da pesquisa, Luiz Inácio é o primeiro presidente da República a alcançar esse percentual de popularidade nas pesquisas do Instituto Datafolha, que pesquisou a avaliação de todos os presidentes eleitos pelo voto direto depois da ditadura militar (1964-1985).
Fernando Collor (1990-1992) teve uma popularidade máxima de 36%.
Fernando Henrique Cardoso (1995-2001) - a tia véia invejosa da janela chegou a 47%. É por isso que ele se consome de rancor, tadinho.

Apesar do recorde de popularidade, a nota média atribuída ao presidente não mudou: era 8,1 no início do mês e ficou estável, e, para 81% dos eleitores brasileiros, Luiz Inácio merece notas iguais ou superiores a 7, sendo que 33% citam a nota máxima, dez, e só 2% dos entrevistados dão zero.

O presidente vai melhor entre eleitores de Dona Dilma (8,9), habitantes do Nordeste (8,7), os pernambucanos (8,9) e os que têm nível fundamental de escolaridade (8,6) e renda familiar de até dois salários mínimos (8,5).
Ou seja, a grande maioria deste país.


PEGANDO LEVE


O programa de TV de Serra Nomuro pegou mais pesado com Zé Dirceu - o "do mensalão" - do que com Antonio Palocci - não citado em nenhum escândalo - porque o candidato não se sente à vontade em expor o ex-ministro da Fazenda, seu amigo.

PALÁCIO REFORMADO NAS COXAS


Ontem, o presidente Luiz Inácio voltou a usar o Palácio do Planalto - na minha opinião uma das mais belas obras de Oscar Niemeyer de todos os tempos - como local de trabalho, após 15 meses de reforma feita pelo Ministério da Defesa.
Na sala que ocupa, o piso de carpete foi trocado por mármore.
A sala ganhou um novo sistema de som, que o presidente pessoalmente usa, para tocar as músicas que mais gosta: no topo da pilha de Cds, ontem se viam Sivuca e Ivan Lins.
O Salão Oval - a maior sala de reuniões do palácio - foi rebatizado como "Reunião Suprema", em homenagem à mesa homônima desenhada por Oscar Niemeyer e instalada no local, onde cabem 38 ministros.
O custo inicial, R$ 76 milhões, passou para R$ 98 milhões no meio da obra, e acabou em R$ 111 milhões, estourando em R$ 1 milhão o limite previsto no orçamento.
Nesse meio tempo, o próprio Niemeyer protestou, dizendo que a reforma não seguia seu projeto original.
Ontem, no primeiro dia de uso pós-reforma, na entrada principal, no térreo, o que se via eram deformações no teto de gesso, com irregularidades na pintura, e no mezanino, a parede de espelhos que deveria refletir o Supremo Tribunal Federal, na outra ponta da Praça dos Três Poderes, distorcendo as imagens da rua.
Não seria melhor terem usado o próprio escritório de Niemeyer como consultoria para tocar a reforma?

NOMURO CUSTOMIZADO


Para garantir mais espaço nos Estados, e vincular sua campanha à dos governadores aliados, Serra Nomuro vai gravar "compromissos" a serem assumidos por ele no plano estadual.
A primeira experiência de regionalização ocorrerá na Bahia, onde, na TV, o tucano vai fazer promessas específicas ao lado do candidato Paulo Souto (DEM).

ENQUANTO ISSO, EM SP...


Aliados e adversários apostam em algum crescimento de Aloizio Mercadante nas novas pesquisas sobre a sucessão paulista.
Em SP no final de semana, Luiz Inácio recomendou a Mercadante que se solte mais nas aparições públicas e especialmente na TV; acha que o senador estreou muito duro e com semblante fechado.
Com base em pesquisas qualitativas, a campanha de Mercadante diminuiu a artilharia contra a "herança do PSDB", onde acharam que o discurso inicial, de ataque generalizado às gestões tucanas, deu munição a Geraldo TFP Alckmin - líder isolado da disputa - que passou a carimbar o petista como o candidato que "não gosta de São Paulo".
Como reflexo do ajuste de foco, os programas de TV agora nominam políticas bem avaliadas pela população, como a expansão do ensino técnico, e martelam a tecla de que Mercadante dará continuidade a tudo.
Com a eleição nacional já ganha, Luiz Inácio vai passar muito mais tempo em SP, e vai jogar tudo para levar Mercadante, ao menos, no segundo turno.

AGORA VAI!


Diante do avanço de Dona Dilma em São Paulo, o PSDB local prepara um evento no qual espera reunir, no início de setembro, 450 prefeitos, para fazer uma "frente suprapartidária" em apoio a Serra Nomuro e Geraldo TFP Alckmin.
O partido nominará os presentes, além de fotografá-los com a dupla.
O esforço é particularmente direcionado ao PMDB, que controla 70 prefeituras e se divide entre o serrista Orestes Quércia - candidato ao senado - e Michel Temer - candidato a vice na chapa de Dona Dilma.

PP-SP À DERIVA


Se ratificada pelo TSE, a inelegibilidade de Paulo Maluf ameaça dizimar a bancada do PP-SP na Câmara.
Além do ex-prefeito, o outro puxador de votos da sigla em São Paulo, Celso Russomanno, concorre ao governo do estado.
Os dois somaram 1,3 milhão de votos em 2006.
Os demais eleitos do partido - Aline Corrêa, Beto Mansur e Vadão Gomes - alcançaram, juntos, 157 mil votos.
Essa novela vai longe.

TIRANDO DA RETA


A coordenação da campanha de Dona Dilma mandou imprimir 1 milhão de exemplares do boletim "Ao Povo de Deus", que inclui, em suas oito páginas, a carta na qual a candidata declara ser do Congresso a prerrogativa de tratar de temas "como aborto, formação familiar e uniões estáveis".
A iniciativa, simultânea à declaração de Luiz Inácio de que "se Deus está conosco, ninguém está contra a gente", tem alvo certo: acabar com a resistência de parcela do eleitorado mais religioso a Dona Dilma, e responder a material em circulação na internet que diz que ela é favorável ao aborto e ao casamento entre homossexuais.

TOPANDO QUASE TUDO


Zé Dirceu topa tudo, menos ver Antonio Palocci na Casa Civil.
Por isso, tem uma ideia atrás da outra sobre cargos que o ex-colega de ministério poderia ocupar no eventual governo de Dona Dilma.

PARTILHANDO O PÃO


E por falar em próximo governo, embora a disparada de Dona Dilma nas pesquisas acelere - no PT e entre os aliados - a disputa por espaço no futuro governo, o tema permanece interditado no "núcleo duro" da campanha.
"Por aí todo mundo está falando aos montes, mas conosco ninguém tem coragem de falar", diz um dos coordenadores, até porque, explica ele, a candidata se esquiva ao menor sinal de conversa, mesmo em tom de brincadeira, a respeito de nomes para ministérios e outros cargos.
Quem está de fato cotado para algum posto, como por exemplo o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) - que tem chances de assumir a Justiça - , guarda ainda mais reserva do que Dona Dilma.


ISSO É INCRÍVEL!


O deputado Paulo Delgado (PT-MG) listou os "cinco milagres" da atual campanha:
1) ninguém é ficha suja;
2) todo mundo ama Lula;
3) o PSB é capitalista;
4) a direita acabou;
5) o PC do B tem dinheiro.

LEI DA FICHA LIMPA INFORMA


Em sessão realizada na última quinta, o TRE paulista decidiu pela primeira vez que a rejeição de contas é suficiente para enquadrar candidatos na Lei da Ficha Limpa.
O tribunal indeferiu, por unanimidade, o registro de Chiquinho do Zaíra (PMN), que disputa vaga na Câmara dos Deputados e entrou na mira do Tribunal de Contas quando dirigia a companhia de saneamento de Mauá.
Passível de recurso ao TSE, a decisão cria jurisprudência aguardada com angústia por candidatos que já ocuparam prefeituras, presidências de Câmaras e autarquias, já avia dúvida quanto à interpretação da Lei de Inelegibilidade.
E o veredito já provocou sua primeira baixa: sem apresentar as certidões necessárias ao cumprimento da Lei da Ficha Limpa, Toni Curiati renunciou à candidatura ao Senado pelo PP-SP.
Lógico, os fichas sujas vão continuar a protelar, indo de instância em instância, de recurso em recurso, como Maluf.
Podem até ser eleitos, mas terão suas eleições impugnadas e não poderam ser diplomados.
Essa é a minha expectativa.

FRASES

"Isso só comprova o uso da Receita Federal para fazer luta política. A Dilma não pode fingir que não é importante".
DO SENADOR SÉRGIO GUERRA (PE), presidente do PSDB, sobre a revelação de que, além de Eduardo Jorge, três pessoas de algum modo relacionadas ao candidato José Serra tiveram seus dados fiscais vasculhados.
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"Eu acho que a imprensa deveria perguntar à Mulher Pêra se ela tem alguma ideia".
DO ESTILISTA RONALDO ÉSPER (PTC), que, assim como a dançarina Suelem Mendes Silva (PTN), disputa vaga de deputado federal por São Paulo, alegando que há preconceito contra candidatos alheios à política e recrutados pelos partidos na expectativa de que se tornem puxadores de voto.
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"As rodovias federais administradas pelo PT são criminosas. Nelas, o pedágio não tapa buracos nem evita mortes terríveis. O dinheiro do usuário pega algum desvio."
DE ALOYSIO NUNES FERREIRA (PSDB), candidato a uma vaga no Senado por São Paulo, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "roubo" as tarifas cobradas nos pedágios das rodovias paulistas
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"Desculpe, Serra, mas infelizmente a garupa do presidente Lula já está ocupada".
DO DEPUTADO JOÃO PAULO CUNHA (PT-SP), ironizando o uso da imagem de Lula na propaganda do candidato tucano, que, em entrevista na bancada do "Jornal Nacional", criticou indiretamente a adversária Dilma ao dizer que "o próximo presidente vai governar e não pode ir na garupa".
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"Mercadante ataca o ensino paulista por não se conformar com a aprovação automática conferida pelo eleitor ao PSDB em quatro eleições, indo para a quinta".
DO DEPUTADO SILVIO TORRES (PSDB-SP), sobre as críticas feitas pelo petista à gestão tucana na educação, em especial ao sistema de progressão continuada.
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HISTÓRIAS PRA BOI DORMIR

Em visita a uma unidade do Senai em São Paulo na última segunda, Dona Dilma conversou com estudantes como Andreza, 16, que contou à candidata como é sua rotina:
-Acordo antes das 5h, pego o trem em Itaquaquecetuba e venho pro Senai, no Brás, onde faço curso técnico de telecomunicação.
Na hora do almoço, volto pra casa.
À tarde, estudo no Sesi.
De lá vou jantar na casa da minha sogra.
Depois, vou pra casa e faço lição.
Paulo Skaf (PSB) - candidato ao governo de SP - que tinha levado a candidata ao Senai, ouviu e aconselhou:
-Ache um tempinho pro esporte. Faz bem à saúde...
Dona Dilma mirou o candidato ao governo e disparou:
-Skaf, coitada da menina! Ela faz maratona diária!

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ATÉ QUINTA!

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