segunda-feira, 2 de agosto de 2010

OS CANDIDATOS FICAM NO "TITITI", E O POVO NAS "PÁGINAS DA VIDA

Depois da Copa do Mundo, o povo finalmente se volta ao tema que realmente interessa nesse ano: faltam exatos dois meses para o Brasil eleger um novo presidente, 27 governadores, senadores e deputados - federais e estaduais.

A propaganda eleitoral começa dia 17 próximo, e, a partir de hoje, os candidatos a presidente começam a aparecer no principal veículo jornalístico do país - gostemos dele ou não - o "Jornal Nacional" da Globo, e os candidatos já se preparam também para os debates.

Há cinco deles já marcados e confirmados entre os principais candidatos a presidente, e o primeiro é nesta quinta-feira, na Band.

Tanto no caso dos debates, como no horário eleitoral, quem está na frente ou com tendência de alta entra para empatar.

Já os candidatos em desvantagem precisam ser mais ofensivos, para tentar uma reviravolta.

Só que não é fácil caminhar nessa linha tênue.
Em 2006, no segundo turno, o tucano Geraldo TFP Alckmin foi ao ataque contra o petista Luiz Inácio, e essa parecia ser a estratégia correta.
O final dessa história, todos sabemos: deu tudo errado, e o PT ganhou mais quatro anos no Planalto.

Agora, o cenário é parecido.
Depois de um começo ruim, a campanha de Dona Dilma parece que agora vai, pois tem dois elementos fundamentais para vencer - um presidente, aprovado por quase 80% dos eleitores, e a economia em crescimento.
Serra Nomuro tem usado um discurso na maioria das vezes artificial.
É de oposição, mas não ataca Luis Inácio.
Promete "mais", dizendo que seria "o mais preparado" para comandar o país.

Vem repetindo à exaustão esse raciocínio há meses, não deslancha nas pesquisas, e ainda assiste a uma melhora das taxas de aprovação de Dona Dilma.

Pelo roteiro já conhecido, Serra Nomuro atacará mais, e dar a dose certa a esses ataques é a parte mais difícil de uma eleição.

Uma simples mijadinha fora do penico pode resultar num efeito contário, e o final dessa história é imprevisível - principalmente para o tucano.

Enquanto isso, até agora, não ouvi da boca de nenhum candidato palavras sérias, a respeito do que fará pelo país e pelo povo brasileiro, se eleito.

O que se vê, lê e ouve é um candidato chamando o outro de feio, de chato, de bobo, de direitista, um querendo colocar mais adjetivos pejorativos no outro.

Enquanto eles ficam nessa conversinha pra enganar bobo, o Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - divulgou nessa semana um relatório colocando o Brasil no terceiro pior nível de desigualdade de renda do mundo, empatado com o Equador!

Enquanto os candidatos trocam adjetivos e pegadinhas espertas, ficamos sabendo que o Brasil tem uma nota anual de 4,6 no Ideb - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - e que dificilmente vai atingir a meta de chegar à nota 6 em... 2021!

E, enquanto eles pensam em cabelo, maquiagem, empostação de voz e qual a próxima maldade contra o adversário, fomos informados de que 8 milhões de eleitores são analfabetos, e 19 milhões declararam saber ler e escrever, mas nunca pisaram numa sala de aula.

Quando esse dado do analfabetismo saiu do TSE e nos cobriu de vergonha, o que mais se perguntou é se o analfabeto (um a cada cinco eleitores) tem condições para votar.

Mas eu faço outra pergunta : como os candidatos e candidatas pretendem tornar o país mais justo, e quitar essa dívida com os cidadãos?

O que se espera é que a resposta não venha através de adjetivos, e sim com compromisso.

Veja - e ouça - essa coluna, já postada no YouTube:

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