SINOPSE:
Outrora talentosa bailarina, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) encontra-se em maus bocados quando é convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa.
Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton).
Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.
CRÍTICA:
'Operação Red Sparrow', que estreia hoje aqui no Brasil, foca muito mais a espionagem e muito pouco a ação, lembrando mais a série 'The Americans' e sem a mesma inteligência de 'Atômica', filme com Charlize Theron.
No longa, Jennifer Lawrence é Dominika, uma espiã russa sensual, treinada para explorar os desejos sexuais de seus alvos.
O filme tem uma premissa interessante, porém nem é leve o suficiente para ser apenas divertido e nem pesado e crítico o bastante para servir como reflexão sobre a questão do abuso e assédio.
É um filme que não decidiu se queria conscientizar ou entreter e, por isso, fica aquém das expectativas.
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| Jennifer Lawrence é a protagonista Dominika Egorova - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Fox Film do Brasil |
O diretor Francis Lawrence (Jogos Vorazes) tenta fazer um longa de espionagem sensual, mas sempre reforça o quão absurdo e errado é tudo aquilo, pesando a mão em diversas cenas.
Porém, também é difícil levar a crítica do filme sobre desumanização a sério, exatamente pelo exagero da sensualidade.
Se todas as cenas são construídas com um peso incrível, reforçando os traumas do abuso, por que não ir totalmente por esse lado?
Ou se a ideia era fazer uma personagem sensual e badass, por que não focar apenas esse lado?
Claramente foi um erro da direção ao não decidir um tom para a obra.
Mesmo assim, o longa é curioso o suficiente, já que Dominika Egorova é uma bailarina incapaz de voltar a dançar profissionalmente após um acidente no palco e, agora, ela tem que encontrar outra maneira de cuidar da mãe doente.
Seu tio trabalha para o governo russo e, em troca de ajuda, ele pede à garota para seduzir um de seus maiores fãs, que é também uma ameaça ao governo.
Após se envolver em assuntos secretos, Dominika passa a ter duas opções: a morte ou, por ser uma mulher sedutora, aceitar um trabalho como agente.
Ela é então enviada para uma instalação de treinamento onde jovens mulheres e homens são ensinados a eliminar qualquer traço de humanidade e oferecer seus corpos ao estado a fim de trocarem sexo por informações.
É um processo longo, com muitas cenas de violência, mas que funciona melhor do que o restante do longa.
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| Joel Edgerton é Nate Nash |
Depois disso o ritmo se perde, o roteiro fica previsível e as explicações mirabolantes se multiplicam: em apenas três meses de treinamento, o alto comando russo acha que Dominika está pronta para seduzir o espião americano Nate Nash (Joel Edgerton) e levá-lo a revelar o nome do traidor que opera de dentro do governo de Moscou.
E tudo se complica ainda mais quando Dominika passa a ter outros planos em mente.
Fica difícil acreditar na habilidade da garota em lidar com situações tão adversas e a apatia da protagonista, sempre vítima de situações pesadas, é irritante em certos momentos - o que faz o clímax ficar ainda mais improvável.
O longa gasta tanto tempo destacando o sexismo e violência da sua história que é difícil dar muita atenção para a questão da espionagem e para os detalhes mirabolantes de seu plano.
O filme tem uma bela fotografia e design de produção, mas nem mesmo isso tira a atenção da violência.
Se o foco é a violência, faltou profundidade e se era a espionagem, devia dar espaço para a trama tirar proveito de todas as nuances do tema.
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| Jennifer salva o filme |
Além do mais, Jennifer Lawrence é talentosa, assim como o resto do elenco, mas absolutamente nenhum ator parece confortável.
Sem falar que Lawrence é vitima de abuso por todo o filme e sempre tratada como objeto por todos, quase parece que o cineasta e produtores não entenderam o peso da própria história.
Perturbador e brutal, o longa não pode ser considerado entretenimento puro, só que ao amenizar cenas de tortura e inserir reviravoltas simplórias na trama, daquelas que fazem sucesso com a maioria do público, por mais inexplicável que seja, perde a capacidade de ser tratado como um drama realmente sério.
No final, temos um longa cheio de potencial, mas incapaz de lidar com sua própria temática sem se enrolar e cair em armadilhas óbvias.
Algumas cenas são simplesmente impactantes o suficiente para valer o ingresso, pena que também aprofundam a sensação de desperdício.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'OPERAÇÃO RED SPARROW'
Título Original:
RED SPARROW
Gênero:
Ação
Direção:
Francis Lawrence
Elenco:
Attila C. Arpa, Bernardo Santos, Charlotte Rampling, Ciarán Hinds, Deborah Rock, Douglas Hodge, Emily Ng, Jennifer Lawrence, Jeremy Irons, Joel de la Fuente, Joel Edgerton, Joely Richardson, Julia Ubrankovics, Karen Gagnon, Kincso Norah Petho, Kristof Konrad, Lauren Glazier, Mary-Louise Parker, Matthias Schoenaerts, Nate Nash, Nicole O'Neill, Sakina Jaffrey, Sasha Frolova, Sergei Polunin, Sergej Onopko, Thekla Reuten
Roteiro:
Justin Haythe
Produção:
David Ready, Jenno Topping, Peter Chernin, Steven Zaillian
Fotografia:
Jo Willems
Trilha Sonora:
James Newton Howard
Montador:
Alan Edward Bell
Ano de Produção:
2016
Duração:
139 min.
Estréia no Brasil:
01/03/2018
Estúdio:
Chernin Entertainment, Film Rites, Soundtrack New York
Distribuidora:
Fox Film do Brasil
Classificação Indicativa:
14
COTAÇÃO DO KLAU:
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