SINOPSE:
Filho de Stacker Pentecost (Idris Elba), responsável pelo comando do programa Jaeger, Jake (John Boyega) era um promissor talento do programa de defesa, mas abandonou o treinamento e entrou no mundo do crime ao vasculhar ferros-velhos em busca de peças de robôs abandonados.
Perseguido após não encontrar uma peça valiosa, ele encontra o esconderijo da jovem Amara (Cailee Spaeny), que clandestinamente está construindo um Jaeger de porte pequeno.
Ambos tentam fugir usando o robô, mas acabam sendo capturados.
Para escapar da prisão, eles são enviados ao treinamento de pilotos Jaeger.
Lá, Jake reencontra sua irmã de criação Mako (Rinko Kikuchi), uma heroína da época do combate contra os kaiju, que tenta lhe ajudar a se readaptar ao ambiente militar.
CRÍTICA:
Não é segredo para ninguém que Guillermo del Toro tem um carinho especial por monstros - 'A Forma da Água', ganhador do Oscar deste ano, é um exemplo disso.
Assim, não foi surpresa pra ninguém quando o diretor mexicano resolveu, em 2013, nos divertir e se divertir com uma história que remetia aos filmes e séries que adorava na infância, envolvendo monstros gigantes e robôs guerreiros em combates apoteóticos.
Cinema-pipoca assumido, 'Círculo de Fogo' divertiu sem ofender a inteligência do espectador, por mais que traga uma série de personagens estereotipados e discursos patrióticos chatos.
Apesar disto, havia uma lógica que sustentava esses confrontos.
Cena do Filme - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Universal Pictures
Agora, cinco anos depois, a Legendary Pictures resolveu investir, trouxe astros como John Boyega e Scott Eastwood para a continuação 'Círculo de Fogo: A Revolta', que estreia hoje aqui no Brasil como mais um produto da incessante busca dos grandes estúdios por novas e lucrativas franquias.
Só que aqui, Del Toro é apenas o produtor- e isso faz toda a diferença para o filme descer a ladeira.
Sem a presença mais ativa do diretor, o que se vê em cena é um rascunho do universo por ele criado, sem sal, no qual a narrativa não só copia na cara de pau em grau máximo a saga 'Transformers' como caminha por rumos absurdos - mesmo em uma realidade onde robôs gigantes e monstros coexistem.
Dos personagens do longa original, apenas Mako (Rinko Kikuchi, envelhecida pela maquiagem) está de volta.
O foco principal está no novato (na franquia) John Boyega, filho do herói interpretado por Idris Elba, que renega o treinamento na escola de pilotos Jaeger para r uma grana no câmbio negro de peças dos robôs.
Se a princípio esse contraponto do longa original, envolvendo o tráfico de órgãos dos kaiju parece promissor, ao mesmo tempo em que aponta a eterna ganância humana adaptando-se à realidade de momento, o longa deixa de lado essa possibilidade, lofo caindo uma típica dinâmica militar que envolve provocações infantis, entre adolescentes e adultos.
Cena do Filme
De olho no público jovem - como se confrontos entre monstros e robôs gigantes não fossem suficiente -, a sequência investe firme em uma infantilização que prejudica não só a narrativa como, também, a própria dinâmica do elenco.
Se John Boyega faz o que pode - graças ao seu enorme carisma - e a jovem Cailee Spaeny desponta como uma revelação promissora, as subtramas de cada um são muito ruins, ainda mais ao descartar o que cada personagem tem de melhor - ele, a rebeldia que o faz desprezar o legado de família e ela, a inventividade que a fez construir sozinha um mini-Jaeger.
Sem kaijus em cena, o longa escancara ser cópia de 'Transformers', ao colocar Jaeger contra Jaeger em confrontos onde a estética da destruição nos efeitos especiais reina absoluta, no melhor estilo da franquia comandada por Michael Bay - sem tantas explosões.
Se por um lado os aspectos técnicos envolvendo efeitos sonoros e visuais apresentam a excelência habitual na arte da destruição, por outro esses embates são de um vazio tão grande quanto seus lutadores, proporcionando um tédio absoluto pelo absoluto mais do mesmo.
Mas o pior vem depois, quando, para quebrar a obviedade, a sequência envereda pelo absurdo ao copiar descaradamente outra ficção científica trash: 'Independence Day: O Ressurgimento'.
Cena do Filme
Ou seja: quando um filme usa como inspiração outro filme ruim, nada se salva.
Através do insuportável Charlie Day, cria-se uma conexão com os alienígenas - agora chamados 'precursores' - que é idêntica à explorada pela fracassada continuação dirigida por Roland Emmerich.
O desenrolar nada mais é do que uma imensa devoção à destruição desenfreada e descerebrada, onde nada importa menos que a oportunidade sempre presente de destruir um prédio em Tóquio, alvo sempre prioritário dos kaiju à solta - nem mesmo a homenagem à cidade-símbolo de Godzilla e colegas sobrevive a tantos equívocos.
Repleto de estereótipos primários - as mudanças de comportamento da executiva chinesa é só um dos muitos exemplos-, o longa, cuja ânsia em ser grandioso, prejudica muito seu objetivo básico: divertir a partir de batalhas entre monstros e robôs gigantes.
Enfim, a sequência se perde em meio a subtramas esquecidas e bobagens estabelecidas.
Esqueça.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'CÍRCULO DE FOGO - A REVOLTA'
Título Original:
PACIFIC RIM UPRISING
Gênero:
Ação
Direção:
Steven S. DeKnight
Elenco:
Adria Arjona, Bridger Zadina, Burn Gorman, Cailee Spaeny, Charles Napoleon An, Charlie Day, Chen Zitong, Daniel Feuerriegel, Dustin Clare, Ellen McLain, Erik Aadahl, Ivanna Sakhno, Jai Day, Jaime Slater, Jasper Bagg, Jeong-hoon Kim, Jiaming Guo, Jim Punnett, Jin Zhang, John Boyega, Josh Stamberg, Karan Brar, Levi Meaden, Lily Ji, Louis Toshio Okada, Luke Judy, Mackenyu, Madeleine McGraw, Nancy Nugent, Nick E. Tarabay, Nick Satriano, Rahart Adams, Rinko Kikuchi, Rumi Kikuchi, Scott Eastwood, Shane Rangi, Shyrley Rodriguez, Stephanie Allynne, Tian Jing,, Tim Johnson Jr., Victor Matveev, Wesley Wong, Yingying Lan, Yongchen Qian, Zeppelin Hamilton
Roteiro:
Emily Carmichael, Kira Snyder, Steven S. DeKnight, T.S. Nowlin
Produção:
Cale Boyter, Femi Oguns, Guillermo del Toro, John Boyega, Jon Jashni, Mary Parent, Thomas Tull
Fotografia:
Dan Mindel
Montador:
Dylan Highsmith, Josh Schaeffer, Zach Staenberg
Trilha Sonora:
Lorne Balfe
Estúdio:
Legendary Pictures
Distribuidora:
Universal Pictures
Ano:
2017
Duração:
111 min.
Estréia no Brasil:
22/03/2018
Classificação Indicativa:
13 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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