O Grammy - maior prêmio da indústria fonográfica é a mais previsível e reacionária premiação da indústria do entretenimento, porquê não premia os melhores ou mais inovadores artistas do ano, só premia aqueles que já têm o reconhecimento do público.
É um prêmio também redundante, pois apenas reafirma o sucesso, sem apontar novos caminhos para a música.
Para deixar tudo mais interessante, parecia que o clima de "festa permanente" da premiação de 2012 - que aconteceu ontem à noite em Los Angeles - iria por água abaixo com a morte, na véspera, de Whitney Houston, uma das artistas de maior sucesso comercial da história e três vezes vencedora do Grammy de melhor cantora.
Minha amiga Gretta Sttar até que tentou - e chegou a escrever no Facebook: "me preparando com o lenço aqui ao lado e um calmante para a homenagem que Jenniffer Hudson fará pra Whitney......", mas quem esperava que a noite fosse marcada por belas homenagens póstumas,como a Gretta, se enganou.
Whitney é uma artista de importância fundamental por fazer a conexão entre as divas soul do passado e as cantoras atuais, mas por mais que eu e o mundo gostemos dela, na real, sua carreira já tinha acabado há mais de dez anos - seu último Grammy é de 2000.
É justamente por isso - pelo Grammy ser uma premiação voltada para artistas de sucesso atual - é que às homenagens á Diva foram mínimas, e até o número principal do prometido "tributo" foi tosco, porco, ambíguo, com a cantora Jennifer Hudson muito mais preocupada em se exibir do que em prestar homenagem a Whitney - com sua versão tosca e porca de “I Will Always Love You”.
A premiação também escancarou uma certa falta de paciência com as cantoras espetaculosas, tipo Lady Gaga - a xerox mal tirada de Madonna - e a nova sensação Nicki Minaj - um nada.
Para os amantes de música de verdade, felizmente as duas,com muitas indicações, voltaram para casa de mãos abanando.
Em vez delas, o Grammy 2012 preferiu consagrar Adele, uma cantora de voz apenas correta, e que tem até agora um repertório abaixo da crítica - a gorda que grita mais que a macaca chita no cio levou todos os seis Grammys a que concorria.
Como convém a um evento onde a previsibilidade e a marca maior, a noite transcorreu sem surpresas, e os enxertos no roteiro - que vinha sendo exaustivamente ensaiado a semanas - não alteraram em quase nada o andar do show de TV.
Separei abaixo alguns destaques da noite desse domingo:
O MICO DA NOITE
Getty Images
Depois de chegar acompanhada por um homem fantasiado de papa, Nicki Minaj fez uma apresentação arrastada, com citações ao musical “West Side Story” e ao filme “O Exorcista”.
Ao final, acabou numa plataforma suspensa, como se estivesse levitando, gran finale que lembrou o do show de Cláudia Leitte no Rock In Rio...
A ARAPONGA VOLTOU!
Getty Images
Três meses após uma cirurgia nas cordas vocais, Adele mostrou que está recuperada e começou a cantar “Rolling in the Deep” direto pelas notas agudas do refrão, que é pra não deixar dúvidas e pra garantir de vez o titulo de "Araponga do Momento" - o que provocou uma corrida dos espectadores, rumo ao botão que abaixa o volume do som no controle remoto.
Ao final, a gorda não conseguiu conter uma gargalhada de satisfação.
BOCA CHEIA
AP
Ao fim da apresentação de Adele, a cãmera mostrou Rihanna na plateia, e ela parecia ter dificuldade para acabar de mastigar e engolir alguma coisa.
Um gif animado com a imagem da cantora de boca cheia logo apareceu no Twitter, criado por "fãs" que assistiam à transmissão do show.
“O que ela estava comendo?” era a pergunta que ficou nos "treding tops" por muito tempo.
PROCURA-SE A VOZ DE MR. McCARTNEY
Getty Images
Paul McCartney subiu ao palco duas vezes.
Primeiro cantou “My Valentine”, de seu disco novo, “Kisses on the Bottom”.
Depois encerrou a premiação com “Golden Slumbers”.
Nas duas apresentações, sua voz parecia rouca e sem viço, uma lástima.
SAUDADES DO RUBENS
Divulgação
O DJ Júlio Mazzeo estavacompletamente fora do eixo, premiando com sucessivas pérolas aqueles que acompanhavam a cobertura do Grammy pelo TNT, com tradução simultânea.
Seus palpites equivocados sobre vencedores, gritos de “bravo” e comentários sem noção - “Adele tem 22 anos! Imagina ela aos 35!” beiraram o ridículo.
E eu que pensei que o Rubens Ewald Filho, comentando o Globo de Ouro, seria campeão das abobrinhas por todo 2012!
Mas a tia Rubens volta no Oscar, né?
E NO CANAL DO LADO...
Divulgação/SBT
No SBT, o cartunista Laerte, a bordo de uma sen-sa-cio-nal minissaia branca, explicava a Marília Gabriela as muitas diferenças entre sexo, identidade de gênero e toda a sua gama de nuances, sempre com aquele seu jeito de tia biscatinha e fofa que toda família tem!
Muito mais divertido do que o Grammy, né?
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Matéria do jornalista Antonio Farinaci, do UOL - parceiro deste blog
Com meus costumeiros pitacos
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Matéria do jornalista Antonio Farinaci, do UOL - parceiro deste blog
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