Poucos, muito poucos espectadores já viram "Albert Nobbs" - até hoje, a bilheteria mundial era de pouco mais de 2 milhões de dólares desde seu lançamento nos EUA.
Uma pena, porquê o filme dirigido por Rodrigo Garcia simplesmente deu à Diva de Hollywood Glenn Close o papel da sua vida - e quem a viu no teatro em 1982, já interpretando Nobbs, diz que seu desempenho no longa é muito melhor - num desempenho maduro e seguro.
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A Atriz Glenn Close, em cena de "Albert Nobbs"
Por quinze longos anos, a atriz acima da média batalhou para levar a história para as telonas - é o seu projeto de vida - tanto, que também produziu o longa e e assinou o roteiro - juntamente com John Banville.
Baseado em um conto do escritor George Moore, a trama mostra a vida solitária e nada fácil de Albert Nobbs, um camareiro de um hotel em Dublin, na Irlanda do final do século 19 e que é, ao mesmo tempo, responsabilíssimo, eficiente e - o melhor - absolutamente discreto no trato com os hóspedes.
Só que Albert esconde um segredo: na verdade, ele é um transgênero, uma mulher que se veste e se passa por homem desde a adolescência e não divide seu segredo com ninguém do hotel - o que garante sua sobrevivência e, principalmente, seu emprego, num período de grande incerteza econômica.
Albert guarda cada centavo de seu salário e das gorjetas que recebe para abrir um negócio próprio no futuro - é o seu grande sonho - e seu segredo passa a correr risco quando a dona do hotel o obriga a dividir seu quarto só por uma noite com um pintor de paredes, Hubert Page - Janet McTeer -, contratado para uma pintura no hotel.
Só que, mesmo arquitetando passar a noite em claro ao lado do desconhecido, este acaba descobrindo seu real gênero.
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Mia Wasikowska e Glenn Close, em cena do filme
A partir daí, o espectador começa a ser informado da infância de Nobbs e dos motivos que a levaram a assumir uma identidade masculina.
Nobbs não tem família nem amigos, e guarda apenas uma fotografia de uma mulher que pode ser sua mãe, que já muito procurou mas não encontrou - a foto é tão preciosa como a caixa em que guarda suas economias e que esconde embaixo de uma tábua solta no chão do seu quarto.
Mas o pintor também tem seus segredos e, ao revelá-los, despertará em Nobbs sentimentos que ela sufocava e que a levarão a refazer seus planos para o futuro - esse ser que nunca soube o que é ser feliz.
Paralelamente, o relacionamento de um jovem casal de empregados, Helen - Mia Wasikowska, a Alice do longa de Tim Burton - e Joe - Aaron Johnson - também ameaçam a estruturada vida de Nobbs, pois este instrui sua amante para que ela se insinue para o camareiro para obter vantagens, presentes caros e - porquê não? - dinheiro - já que a intenção real dos dois é emigrar para os Estados Unidos.
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Joe - Aaron Johnson - é um empregado interesseiro que também é empregado do mesmo hotel em que Nobbs trabalha
Glenn Close está já há 24 anos sem ser indicada ao Oscar, por esse papel foi indicada a Melhor Atriz e talvez seja agora a hora de os membros votantes da Academia reconhecerem seu impressionante desempenho nesse longa.
O drama de época concorre a outras duas estatuetas douradas no domingo (26): atriz coadjuvante - para Janet McTeer - e maquiagem - um trabalho sensacional de Martial Corneville, Lynn Johnston e Matthew W. Mungle, que conseguiram esconder qualquer traço feminino no rosto da atriz com uma escultura rígida mas muito expressiva.
Quem diria que a atriz que sempre apresentou altas doses de sexualidade nos seus papeis nas telonas teria o melhor desempenho de sua carreira interpretando um homenzinho absolutamente sem graça?
Não vai levar, mas é a minha favorita ao Oscar de Melhor Atriz.
Confira o trailer do filme:
*****
"ALBERT NOBBS"
Título Original:
Albert Nobbs
Diretor:
Rodrigo García
Elenco:
Glenn Close, Antonia Campbell-Hughes, Mia Wasikowska, Pauline Collins, Maria Doyle Kennedy, Mark Williams, James Greene, Serena Brabazon, Michael McElhatton, Dolores Mullally
Produção:
Glenn Close, Bonnie Curtis, Julie Lynn, Alan Moloney
Roteiro:
Glenn Close, John Banville
Fotografia:
Michael McDonough
Trilha Sonora:
Brian Byrne
Duração:
113 min.
Ano:
2011
País:
Reino Unido/ Irlanda
Gênero:
Drama
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Paris Filmes
Estúdio:
Chrysalis Films / Parallel Film Productions/ Mockingbird Pictures/ WestEnd Films
Classificação: 16 anos
Cotação do Klau:
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