Pessoal:
Em 1968, apesar de viver sob um regime militar, o Brasil parecia que via uma luz no fim do túnel.
Os inúmeros partidos políticos já se mexiam para lançar candidatos à presidência nas eleições daquele ano - o ex-presidente Juscelino era o candidato mais bem colocado nas pesquisas - e o país parecia finalmente que retomaria a sua estrada democrática.
Parecia.
O ditador militar da vez, Costa e Silva, teve um derrame, a junta militar que o substitui começou a editar os execráveis "Atos Institucionais", as eleições foram canceladas, e o multipartidarismo, do dia para a noite, deixou de existir.
Começavam aí os dias mais duros da ditadura, com o país com apenas dois partidos políticos: a ARENA - Aliança Renovadora Nacional - governista, e o MDB - Movimento Democrático Brasileiro - de oposição.
Só nos anos 80, a partir da Lei de Anistia, é que as coisas para as agremiações partidárias começaram a mudar. O bipartidarismo foi extinto e, a partir dos bastidores da eleição de Tancredo Neves pelo colégio eleitoral - sim, meu amigo,minha amiga, o presidente era eleito indiretamente! - a ARENA mudou de nome, e passou a se chamar PFL.
E com esse nome ficou até outro dia, quando mudou novamente de nome, mas não da ideologia que marcou sua trajetória, a da "se existe um governo, eu sou absolutamente a favor". Agora, a antiga ARENA atende pelo nome de DEM.
Nesses anos todos, o partido sempre foi Governo, e seus cardeais sempre foram figuras poderosas da República. Antonio Carlos Magalhães, o famigerado ACM da Bahia, foi o mais poderoso deles.
Somente em dois períodos da história recente do Brasil é que a ARENA, quero dizer, PFL, ôpa DEM, não foi Governo: na gestão de Itamar Franco - que varreu o partido da administração pública, e peitou sem medo ACM que controlava entre outros o Ministério das Comunicações - e agora, nos dois mandatos do Luiz Inácio, onde a gente sempre brinca que "desde os tempos das capitanias herediárias eles - os "demos" - eram governo".
O que interessa pra nós aqui nessa postagem é que, deixando de ser Governo, a ex-ARENA se uniu à tucanada pra bater pesado no Governo Lula. Só que, sem estender seus tentáculos na administração pública, o monstro apareceu finalmente aos olhos do público como sempre foi, mas ninguém tinha culhões pra dizer: um pgmeu torto, cordunda,retrógrado, oportunista, coronelista e todos os "istas" do mal que você puder lembrar.
Até pouquíssimo tempo atrás, o DEM ainda posava de virgem. Gritou no mensalão petista, e sussurrou no mensalão mineiro do parceiro PSDB. Os seus atuais líderes - ACM Neto e Rodrigo Maia, deputados federais, José Roberto Arruda, governador do DF e Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo - quiseram passar ao povaréu que o partido era moderno, decente, pensava um Brasil grande e apontava as maracutaias da atual situação.
O panetonegate no DF e a prisão do governador Arruda finalmente mostraram ao país que não existe virgem na zona, e que, no Brasil, partido político - todos eles - é sinônimo de maracutaias, roubalheiras e maus tratos da coisa pública.
Finalmente hoje, a cidade de São Paulo amanheceu com a notícia de que os mandatos do prefeito Bolinha Kassab, da sub Alda Marcoantonio, e de 16 vereadores foram cassados pelo Juiz da Primeira Zona Eleitoral por ficar comprovado que eles receberam doações na última campanha de uma tal "Associação Imobiliária Brasileira", organização de fachada do SECOVI, o Sindicato das Construtoras.
Por Lei, sindicatos não podem doar.
Em 1968, apesar de viver sob um regime militar, o Brasil parecia que via uma luz no fim do túnel.
Os inúmeros partidos políticos já se mexiam para lançar candidatos à presidência nas eleições daquele ano - o ex-presidente Juscelino era o candidato mais bem colocado nas pesquisas - e o país parecia finalmente que retomaria a sua estrada democrática.
Parecia.
O ditador militar da vez, Costa e Silva, teve um derrame, a junta militar que o substitui começou a editar os execráveis "Atos Institucionais", as eleições foram canceladas, e o multipartidarismo, do dia para a noite, deixou de existir.
Começavam aí os dias mais duros da ditadura, com o país com apenas dois partidos políticos: a ARENA - Aliança Renovadora Nacional - governista, e o MDB - Movimento Democrático Brasileiro - de oposição.
Só nos anos 80, a partir da Lei de Anistia, é que as coisas para as agremiações partidárias começaram a mudar. O bipartidarismo foi extinto e, a partir dos bastidores da eleição de Tancredo Neves pelo colégio eleitoral - sim, meu amigo,minha amiga, o presidente era eleito indiretamente! - a ARENA mudou de nome, e passou a se chamar PFL.
E com esse nome ficou até outro dia, quando mudou novamente de nome, mas não da ideologia que marcou sua trajetória, a da "se existe um governo, eu sou absolutamente a favor". Agora, a antiga ARENA atende pelo nome de DEM.
Nesses anos todos, o partido sempre foi Governo, e seus cardeais sempre foram figuras poderosas da República. Antonio Carlos Magalhães, o famigerado ACM da Bahia, foi o mais poderoso deles.
Somente em dois períodos da história recente do Brasil é que a ARENA, quero dizer, PFL, ôpa DEM, não foi Governo: na gestão de Itamar Franco - que varreu o partido da administração pública, e peitou sem medo ACM que controlava entre outros o Ministério das Comunicações - e agora, nos dois mandatos do Luiz Inácio, onde a gente sempre brinca que "desde os tempos das capitanias herediárias eles - os "demos" - eram governo".
O que interessa pra nós aqui nessa postagem é que, deixando de ser Governo, a ex-ARENA se uniu à tucanada pra bater pesado no Governo Lula. Só que, sem estender seus tentáculos na administração pública, o monstro apareceu finalmente aos olhos do público como sempre foi, mas ninguém tinha culhões pra dizer: um pgmeu torto, cordunda,retrógrado, oportunista, coronelista e todos os "istas" do mal que você puder lembrar.
Até pouquíssimo tempo atrás, o DEM ainda posava de virgem. Gritou no mensalão petista, e sussurrou no mensalão mineiro do parceiro PSDB. Os seus atuais líderes - ACM Neto e Rodrigo Maia, deputados federais, José Roberto Arruda, governador do DF e Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo - quiseram passar ao povaréu que o partido era moderno, decente, pensava um Brasil grande e apontava as maracutaias da atual situação.
O panetonegate no DF e a prisão do governador Arruda finalmente mostraram ao país que não existe virgem na zona, e que, no Brasil, partido político - todos eles - é sinônimo de maracutaias, roubalheiras e maus tratos da coisa pública.
Finalmente hoje, a cidade de São Paulo amanheceu com a notícia de que os mandatos do prefeito Bolinha Kassab, da sub Alda Marcoantonio, e de 16 vereadores foram cassados pelo Juiz da Primeira Zona Eleitoral por ficar comprovado que eles receberam doações na última campanha de uma tal "Associação Imobiliária Brasileira", organização de fachada do SECOVI, o Sindicato das Construtoras.
Por Lei, sindicatos não podem doar.
No caso que motivou a cassação, o Juiz lembra na sua sentença que as construtoras tem inúmeros interesses espalhados pela cidade, que cabe aos vereadores e ao prefeito fiscalizar para que nunca mais se cometam barbaridades, como aquele milionário prédio da Rua Professor Arthur Ramos que teve quatro andares construídos a mais e finalmente demolidos, e a transformação do antes bucólico bairro da Vila Olímpia num mar de prédios à custa de muitas e muitas propinas.
É lógico, todo mundo vai recorrer, esse processo se arrastará por anos até os mandados dos cassados acabarem.
Mas o fato se juntará aos outros da história do partido, e permanecerá no inconsciente das pessoas.
Ex-ARENA, ex-PFL, ex-Governo, ex-Virgem.
O Democratas caminha a passos largos para uma justa e merecida extinção.
É lógico, todo mundo vai recorrer, esse processo se arrastará por anos até os mandados dos cassados acabarem.
Mas o fato se juntará aos outros da história do partido, e permanecerá no inconsciente das pessoas.
Ex-ARENA, ex-PFL, ex-Governo, ex-Virgem.
O Democratas caminha a passos largos para uma justa e merecida extinção.
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