O diretor Tim Burton diz que "Alice no País das Maravilhas" é uma convite para a surpresa, um beliscão para "tentar recuperar a capacidade de se surpreender com as coisas novas, característica das crianças. E ele explica:"'Alice' não é uma alegoria sobre a volta à infância, nem um filme para crianças". O que interessa ao diretor é explorar histórias nas quais os personagens "compreendem a vida a partir de um ponto de vista novo e estranho".
O diretor Tim Burton
E é justamente esse "novo e estranho ponto de vista" é o que inspirou Burton ao interpretar os personagens do escritor britânico Lewis Carroll.
O diretor de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" vai mais longe, e afirma que, apesar das várias versões que existem de "Alice no País das Maravilhas", nenhuma chegava a convencer. Por isso, seu filme repercutiu como "diferente" ao que tinha sido feito até agora, com uma interpretação "mais livre" da história e dos personagens.
E Burton entrega um dos principais segredos do filme: "todos os desenhos foram feitos de olho nos desenhos de John Tenniel - o artista que ilustrou a primeira edição do livro em 1865 - , porque, embora não tenhamos calcado suas ideias, tínhamos que respeitar o espírito de personagens que se transformaram em autênticos ícones".
O resultado é que "Wonderland" se transforma em "Underland" e a cor fica degradê, em um lugar cujos habitantes se caracterizam por estarem totalmente loucos.
Não há mais que se fixar no insano - e quase esquizofrênico - Chapeleiro Louco de Johnny Depp, para se fazer uma ideia da reinterpretação de Tim Burton do clássico infantil.
Depp & Burton: parceria que já chega à sétima obra!
O ator e o diretor trabalharam juntos pela primeira vez há 20 anos - em "Edward Mãos-de-Tesoura"-, e a partir daí, trabalharam juntos em outros seis projetos. Segundo Burton, "assim que surgir o roteiro ideal, com um personagem que encaixe com ele, voltaremos a trabalhar juntos".
Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e Mia Wasikowska são as damas dessa versão.
Treze anos após sua primeira visita, Alice chega ao País das Maravilhas fugindo de um casamento de conveniência, pronta para comprovar que aquele universo, na realidade, sempre foi um submundo repleto de gente louca.
Helena Bonham Carter é mulher de Burton - e já participou de outros trabalhos dele, como "A Fantástica Fábrica de Chocolate", "A Noiva Cadáver","Planeta dos Macacos" e "Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet" - e faz a monarca deste universo paralelo: a Rainha de Copas.
Helena, como ela mesma e como a rainha de Copas
Helena diz que a personagem "fica zangada porque tem a uma cabeça enorme". "Por isso, ela não para de pedir que cortem a cabeça das pessoas. Ela também não consegue parar de falar, não tem empatia e é realmente explosiva e egoísta".
E ela acrecenta que ficou satisfeitíssima pelo papel. "Quando você atua, não pode julgar o personagem. Tem que olhar as coisas do ponto de vista dele. A Rainha de Copas não é má. Ela é a ferida, o doente, por isso foi tão interessante interpretá-la".
A irmã da Rainha de Copas, a Rainha Branca, é interpretada por Anne Hathaway ("O Diabo Veste Prada"), que aparece em cena de cabelos, pele e roupas totalmente brancas e com uma forma toda particular de andar e movimentar os braços.
Anne de cara lavada, e em cena do filme como a Rainha Branca
"Tim me ajudou muito no começo. Disse-me que a Rainha Branca não tinha que ser necessariamente boa, mas que estava tão louca como todos os outros", declarou Anne.
Quem completa o trio das mulheres do filme é a polonesa de origem australiana Mia Wasikowska, de 19 anos. Até agora uma desconhecida do grande público, ela não se deixou intimidar pelo desafio de dar vida a uma personagem que tinha que ser tão reconhecível como Alice e, ao mesmo tempo, tão diferente como uma típica protagonista de um filme de Burton.
"A princípio, estava muito nervosa, mas todos me fizeram ficar à vontade durante as filmagens e foi realmente fantástico ver como Johnny Depp e Tim Burton se complementam", declarou.
Para compor seu personagem, Wasikowska, que espera "poder continuar participando de projetos tão interessantes como este", releu os livros de Lewis Carroll tentando se ver como Alice.
Já Johnny Depp considera "um privilégio poder dar vida à visão de Tim Burton" no clássico de Lewis Carroll,interpretando o Chapeleiro Maluco, em sua sétima atuação com o cineasta.
Depp diz que o Chapeleiro é alguém "fascinante, imprevisível e com as emoções à flor de pele".
Depp: as duas faces do Chapeleiro Maluco
O personagem compartilhará a aventura com Alice nessa traumática viagem rumo à maturidade da protagonista.
Ambos "se complementam, como se fossem irmãos, com uma relação de proteção mútua", explica. Nessa viagem, eles se encontrarão com os renovados personagens Rainha de Copas, a Rainha Branca, e o Gato de Cheshire, interpretado por Stephen Fry.
No mundo do cinema, Depp é conhecido por se preparar rigorosamente para todos seus papeis. Para esse, ele começou a desenhar aquarelas com o visual que ele achava que o Chapeleiro Maluco deveria ser. Para sua surpresa, descobriu que sua visão era muito parecida com a do diretor Tim Burton, com quem trabalhou em "Edward mãos de Tesoura", "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça", "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet", entre outros filmes sensacionais.
"Ele faz coisas inesperadas, rompe padrões, passa da compaixão ao ódio e alterna em uma sucessão de emoções que leva a pensar que sofre algum tipo de transtorno de personalidade. Definitivamente, o Chapeleiro Louco está completamente louco", diz Depp.
Para fazer mais evidentes essas mudanças de personalidade, ele se atreveu com os sotaques e, algo mais difícil ainda para um ator americano, usou um sotaque escocês, que ele já tinha usado em "Em Busca da Terra do Nunca", onde encarnava James Matthew, autor de "Peter Pan", outra das grandes parábolas sobre a infância junto a "As crônicas de Nárnia".
A maquiagem, com olhos coloridos de amarelo exagerados digitalmente entre 10% e 15%, o cabelo laranja e, sem dúvida, o chapéu, são os traços característicos do Chapeleiro Louco de Burton.
"Tudo o que contribui para perder mais de você mesmo e a se parecer mais com o personagem é sempre bem-vindo", diz Depp. O ator confessa que mergulhou no personagem "depois", algo que só tinha feito antes com o capitão Jack Sparrow da saga de "Piratas do Caribe".
Um grande diretor, grandes atrizes e um ator de quem eu sou fã desde o início da sua carreira.
Vem aí mais um grande sucesso das telonas, podem crer.
O filme é uma das apostas do ano da Disney, chegará em cinco de março às telas americanas, e no dia 23 de abril, aqui no Brasil.
Veja agora o trailer - dublado - do filme:
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