quinta-feira, 18 de maio de 2017

OVERDOSE DE SÉRIES GERA CRISE NO MERCADO AMERICANO

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Em 2015, o presidente do canal FX, John Landgraf, fez uma profecia: o mercado de séries nos Estados Unidos entraria em crise dois anos depois
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E ele quase acertou, só errou no tempo.

Nas últimas semanas, o canal A&E (de 'Bates Motel') anunciou que não produzirá mais séries, o WGN America (de Manhattan) foi vendido e a MTV voltará a ser mais musical, com suas atrações roteirizadas migrando para outros canais da Viacom/Universal.

Para agravar o diagnóstico, 61 das 63 séries veteranas da TV aberta perderam audiência na temporada 2016-2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior, justamente na faixa de público mais importante para os anunciantes: os adultos entre 18 e 49 anos.

Em 27 delas, a queda é grave, superior a 25% - são os casos de 'Empire', 'How to Get Away with Murder', 'The Blacklist' e 'Blindspot'.

O inchaço no mundo das séries afeta tanto os canais pagos (que sofrem com falta de identidade) e as TVs abertas (que lidam com baixa audiência).

De acordo com levantamento do FX, foram exibidas 455 séries nos Estados Unidos em 2016.

Há dois anos, Landgraf disse que o público não conseguiria acompanhar tantas produções e isso levaria os publicitários e anunciantes a focarem seus recursos nas séries mais populares, exibidas em canais tradicionais, de grife (HBO, FX e Showtime, por exemplo).

Rob Sharenow, vice-presidente executivo do A&E, foi franco ao comentar os novos planos do canal.

"[Bates Motel] estava um pouco fora do nosso ecossistema", disse em comunicado, no final de abril, logo após o fim da série inspirada no filme de Alfred Hitchcock.

"O foco agora será dedicar nosso trabalho ao que fazemos de melhor [realities e documentários]."

Vera Farmiga e Freddie Highmore em Bates Motel; série é símbolo do inchaço de séries na TV - Divulgação/A&E
Vera Farmiga e Freddie Highmore em cena de 'Bates Motel': série é símbolo do inchaço de séries na TV - A&E

Em Hollywood, especula-se que outros canais "intrusos" no mundo das séries também desistirão do segmento - como Bravo ('The Girlfriend’s Guide to Divorce'), E! ('The Royals') e Lifetime ('UnReal').

Quem se sai melhor na chamada nova Era de Ouro da TV são as plataformas online Amazon, Hulu e Netflix, que cada vez mais têm atraído o público norte-americano.

O resultado é uma queda brusca de audiência no horário nobre da TV aberta, das 20h às 23h, indício de que os telespectadores estão buscando entretenimento em outro lugar.

E o sinal vermelho ilumina as redes ABC, CBS, Fox, NBC e The CW.

De acordo com números do Instituto Nielsen (o Ibope norte-americano), entre 63 séries veteranas, somente 'Hawaii Five-0' (CBS) e 'Jane the Virgin' (The CW) passaram imune à fuga de telespectadores nos últimos meses: nem perderam e nem ganharam público.

Gina Rodriguez em Jane the Virgin; série é uma das poucas que não perderam audiência -The CW

Na atual temporada, 27 séries tiveram queda drástica de audiência, acima de 25%.

São 11 produções a mais do que na temporada passada em situação crítica.

Dramas que já foram sucessos indiscutíveis de público engrossam essa lista, como 'Empire' (-35%), 'Arrow' (-31%), 'The Blacklist' (-27%) e 'How to Get Away with Murder' (-26%).

Fonte: site Notícias da TV

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