quarta-feira, 17 de maio de 2017

FESTIVAL DE CANNES COMEÇA COM DESTAQUE PARA NICOLE KIDMAN E FORTE ESQUEMA DE SEGURANÇA

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Evento acontece até 28 de maio, no belo balneário francês
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O Festival de Cannes começa hoje (17) sua 70ª edição e tem como principais estrelas as atrizes Nicole Kidman, Julianne Moore e Jessica Chastain.

Esse ano a festa já começa com uma novidade que promete dar o que falar - o anúncio de um documentário de Michael Moore sobre Donald Trump.

Outra novidade é a presença do cineasta Pedro Almodóvar à frente do Júri.

É a primeira vez que um espanhol comanda o grupo que anunciará a Palma de Ouro no dia 28 de maio.

Outros membros são Will Smith e Jessica Chastain, a chinesa Fan Binbing e a alemã Maren Ade.

Sempre polêmico, durante conferência para imprensa, Pedro Almodóvar criticou a empresa de serviço de streaming Netflix.

"As plataformas digitais são uma nova forma de oferecer palavras e imagens, o que em si é enriquecedor. Mas essas plataformas não devem substituir as formas existentes como os cinemas", disse o diretor espanhol.

Para o cineasta, não é a sétima arte que deve se adaptar as redes de streaming, mas sim o contrário.

"Eles nunca devem mudar a oferta para os espectadores. A única solução que eu acho é que as novas plataformas aceitam e obedecem as regras existentes que já são adotadas e respeitadas pelas redes existentes".

Outro membro do juri de Cannes, Will Smith saiu em defesa da Netflix:

"Eu tenho filhos de 16, 18 e 24 anos de idade em casa. Eles vão ao cinema duas vezes por semana, e eles assistem Netflix", iniciou.

"Há pouco conflito entre ir ao cinema e assistir Netflix", declarou.

Almodóvar (de chapéu), Smith e Chastain, no centro da foto que mostra o júri da edição deste ano do Festival de Cannes - AFP

Destaques

A mostra competitiva conta com dezenove filmes, a maioria de diretores consagrados em Cannes.

Um dos favoritos é 'Happy End', do austríaco Michael Haneke.

Caso vença, o cineasta pode se tornar o primeiro a faturar três Palmas de Ouro - ele venceu anteriormente com 'A Fita Branca' e 'Amor'.

'The Killing of a Sacred Deer', com Nicole Kidman e Colin Farrell, é a aposta do grego Yorgos Lanthimos, famoso por 'O Lagosta'.

A atriz de 'Big Little Lies' e vencedora do Oscar é o grande nome desta edição do festival e também está presente em outras duas produções: 'How to Talk to Girls at Parties', que faz parte da competição, e a série de TV 'Top of the Lake', da diretora Jane Campion.

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Nicole Kidman  no red carpet de Cannes 2017 - AFP
Julianne Moore está em 'Wonderstruck', do norte-americano Todd Haynes e o Festival também deve ter a presença de Uma Thurman, Kirsten Dunst, Joaquin Phoenix e o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, que apresentará o curta-metragem de realidade virtual 'Carne e Areia', sobre a travessia de imigrantes ilegais na fronteira com os Estados Unidos.

Sofia Coppola também está na disputa, com 'O Estranho que Nós Amamos', longa baseado no filme de 1971 protagonizado por Clint Eastwood.

A italiana Monica Bellucci volta a ser a anfitriã, papel que já desempenhou em 2003.

'Les fantômes d'Ismael', do francês Arnaud Desplechin e estrelado por Marion Cotillard, foi selecionado como filme de abertura.

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Will Smith brinca com Jessica Chastain, na abertura oficial do festival - AFP
Segurança

Serão 12 dias de festa, que conta com esquema de segurança inédito, já que a França permanece sob estado de emergência após a onda de atentados que sofreu nos últimos anos.

Trezentas barricadas disfarçadas de jardineiras foram instaladas nos arredores do Palácio dos Festivais, com o objetivo de evitar um atentado com um veículo.

Não custa lembrar que 10 meses atrás aconteceu o ataque com um caminhão em Nice, cidade vizinha a Cannes, que deixou 86 mortos.

Além disso, segundo o prefeito da cidade, Georges-François Leclerc, o evento conta com 550 câmeras de segurança e foram mobilizados não só policiais, mas também militares.

Polêmicas e novidades

O festival mal começou e já está dando o que falar.

A Netflix faz sua estreia na competição oficial em meio a muita polêmica, já que a seleção de suas produções 'Okja', do sul-coreano Bong Joon-Ho e 'The Meyerowitz Stories', do americano Noah Baumbach, provocou indignação por não serem exibidos nos cinemas do país.

A pressão obrigou o festival a adotar uma nova regra e a partir de 2018: todos os filmes precisam estrear nos cinemas da França.

Na véspera da abertura, o diretor americano Michael Moore confirmou que trabalha em um documentário sobre Donald Trump com o título 'Fahrenheit 11/9', dia do anúncio dos resultados da eleição presidencial e referência a seu filme 'Fahrenheit 11 De Setembro', que tratava sobre o ataque às Torres Gêmeas.

"Sim, estou fazendo um filme para sair dessa confusão", o cineasta postou no Twitter - o anúncio oficial deve acontecer em Cannes.

Além disso, o argentino Ricardo Darín, que vai apresentar seu novo filme no evento, o thriller político 'La Cordillera', fará parte do elenco do próximo projeto do diretor iraniano Asghar Farhadi, que ganhou duas vezes o Oscar de melhor filme estrangeiro (por 'O Apartamento' e 'A Separação').

Darín se junta a Penélope Cruz e Javier Bardem num thriller sobre o sequestro de uma jovem.

O Festival de Cannes acontece até 28 de maio.

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