domingo, 26 de fevereiro de 2017

OSCAR 2017 SERÁ ENTREGUE HOJE - CONFIRA AS PRINCIPAIS APOSTAS


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Uma das melhores safras de filmes americanos, com produções acima da média e muitos roteiros baseados em histórias verídicas, numa edição tão diversificada e tão politizada: esse é o Oscar 2017
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Nas principais categorias, são pelo menos quatro filmes com representação negra ou que abordam racismo: “Um Limite Entre Nós”, “Estrelas Além do Tempo”, “Moonlight, Sob a Luz do Luar” e “Loving” e ainda documentários, como “Eu Não Sou Seu Negro“.

“Um Limite Entre Nós” | “La La Land” | “Moonlight” (divulgação)
Homossexualidade e xenofobia também aparecem em algum momento.

A razão foi a polêmica do “white Oscar” no ano passado, com a ausência de filmes ou atores representando os negros e o discurso xenofóbico de Donald Trump, criticado pela classe artística de Hollywood e mundial.

Só que nas bolsas de apostas, o favorito aos principais prêmios do Oscar 2017 é o musical “La La Land” - ou seja: o escapismo através da fantasia deve vencer a crítica politizada e engajada.

Ao menos um filme de temática negra, ou um ator negro, levará algum prêmio importante: “Moonlight” (uma possibilidade como filme e/ou roteiro adaptado) e seu diretor Barry Jenkins; Mahershala Ali e Naomie Harris (por “Moonlight”); Denzel Washington e Viola Davis (por “Um Limite Entre Nós”); e, com menos chances, Octavia Spencer (por “Estrelas Além do Tempo”).

Divulgação
Correndo por fora, vem Ruth Negga, única indicação do filme “Loving”, como atriz principal, mas sem chances.

O ator (branco) Joel Edgerton, que vive seu marido na história, está melhor mas foi ignorado.

“Moonlight” é para mim o melhor filme do Oscar 2017, assim como seu diretor, Barry Jenkins, que nos entrega um longa delicado e contundente com uma direção poderosa.

“La La Land” – previsto como o grande vencedor da noite – é um filme lindo e bem dirigido - Damien Chazelle já havia surpreendido com o ótimo “Whiplash” (2015).

Como a Academia é imprevisível, existe, sim, a possibilidade de dar o prêmio máximo a “Moonlight”.

Emma Stone deve repetir o feito de Gwyneth Paltrow (com “Shakespeare Apaixonado” em 1999) e Jennifer Lawrence (com “O Lado Bom da Vida” em 2013): atrizes jovens de Hollywood que venceram veteranas estrangeiras em atuações superiores (Fernanda Montenegro por “Central do Brasil” e Emmanuelle Riva por “Amor”, respectivamente).

Emma está ótima, é uma das razões de ser de “La La Land” e deve levar o Oscar de Melhor Atriz.

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Correndo por fora, temos a experiente francesa Isabelle Huppert, de “Elle”, que vem dividindo com Stone os principais prêmios da temporada e a já oscarizada Natalie Portman, que dá o tom caricato proposital para Jacqueline Kennedy em “Jackie”.

A Diva Meryl Streep marca sua presença anual na cerimônia com “Florence, Quem é Essa Mulher?”, mas não deve conquistar sua quarta estatueta, apesar de ótima nesse filme.

Agora, Hugh Grant (de “Florence”) não receber nenhuma indicação, e Ryan Gosling (de “La La Land”), indicado a ator foi a bola fora da edição 2017.

“A Chegada” é um dos melhores filmes de ficção cientifica dos últimos tempos e Amy Adams poderia ter sido indicada - ao menos no lugar de Ruth Negga.

“A Qualquer Custo”, um faroeste moderno, foi uma grata surpresa, com a ótima atuação de Jeff Bridges, que concorre como coadjuvante, mas com poucas chances.

“Manchester à Beira-Mar” é um drama pesado que exigiu bastante de Casey Affleck, que vive o protagonista.

Ele deve levar o Oscar de melhor ator, já que vem sendo premiado por todos demais prêmios da temporada.

Correndo por fora nessa categoria, temos Denzel Washington, por “Um Limite Entre Nós”, em uma interpretação mais intensa.

Do mesmo filme, Viola Davis concorre como coadjuvante – deveria ter sido indicada como atriz principal.

Naomie Harris, a mãe drogada de “Moonlight” também merecia uma estatueta.

“Lion, uma Jornada para Casa” é um filme comovente, um dos meus preferidos na temporada.

Nele. Nicole Kidman, em poucas cenas, está ótima, mas suas chances como atriz coadjuvante são pequenas, assim como Dev Patel, como ator coadjuvante.

Agora, o garotinho indiano Sunny Pawar, que interpreta o papel de Patel quando criança no longa, deve fazer bonito na cerimônia.

Divulgação
Teremos também o retorno com tudo de Mel Gibson à direção.

“Até o Último Homem” narra uma história verídica bonita e forte e Andrew Garfield, depois de muitos equívocos, está sensacional como o protagonista, tem seu melhor papel no cinema e com todas as honras, concorre a ator principal.

Se Mel Gibson privilegiou a técnica em detrimento da trama e fez um espetáculo exibicionista, com direito a longas cenas de carnificina explícita, seu longa merece cada prêmio técnico pelo qual concorre.

Viggo Mortensen (ator principal por “Capitão Fantástico“) e Lucas Hedges e Michelle Williams (coadjuvantes por “Manchester à Beira-Mar“) são os azarões, assim como Michael Shannon (ator coadjuvante por “Animais Noturnos”).

O Oscar de Melhor Roteiro Original deve ficar com “La La Land”, que vem ganhando nessa categoria em outras premiações, bem como o de Roteiro Adaptado deve ir para “Moonlight”,

O iraniano “O Apartamento” deve levar como Melhor Filme Estrangeiro, o que seria uma bomba de efeito retardado da Academia contra a xenofobia e intolerância de Trump.

O diretor Asghar Farhadi (já premiado, em 2012, por “A Separação”) não comparecerá à cerimônia em represália ao presidente americano.

Outro forte candidato é o austro-alemão “Toni Erdmann”, que vem levando todos os prêmios fora dos seus países e ontem à noite foi premiado com o Indepentent Spirit Awards.

Façam suas apostas, vamos aguardar.

A cerimônia de entrega do Oscar 2017 começa às 21h ( Brasília), com transmissão integral pelo canal TNT.

Como sempre faz quando a data cai no domingo do desfile das escolas de samba no carnaval, a Globo, detentora dos direitos de transmissão na TV aberta, não mostrará nada hoje,  prometendo um especial amanhã (27) a partir das 15h.

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