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A série da Netflix decidiu apostar menos na nostalgia e mais em sua própria mitologia, ampliar o seu universo e transformar o mundo invertido em um lugar ainda mais sombrio
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'Stranger Things' também explora melhor os personagens, focando no trauma que as crianças sofreram após os eventos aterrorizantes do ano anterior, assim se libertando de depender apenas de referências e do clima 'anos 80' para encantar.
Assim, a primeira cena da temporada, que mostra uma perseguição policial em Pittsburgh, já mostra que o mundo é muito maior do que a pequena cidade de Hawkins - e as implicações dessa cena são enormes.
A novidade aqui é a chance de explorar melhor relacionamentos, personagens e o próprio mistério.
Como a primeira temporada girou em torno do desaparecimento de Will (Noah Schnapp), a urgência era grande e as emoções estavam sempre à flor da pele, com isso, eram poucas as chances para esse desenvolvimento.
Sem uma crise eminente, o programa tem espaço para explorar melhor os personagens e criar tensão aos poucos, de forma mais interessante.
Além disso, temos espaço para conhecer novos personagens, como Sean Astin, namorado de Joyce (Winona Ryder) e Sadie Sink como Max, recém-chegada na cidade e rapidamente chama atenção dos protagonistas, para desgosto de Mike.
Tudo começa um ano após a primeira temporada e mostra, praticamente, todos os personagens passando por algum tipo de estresse pós-traumático - mas Will leva a pior, ele tem visões horríveis do Mundo Invertido.
Eleven (Millie Bobby Brown) também não tem vida fácil, mas isso já é esperado, diante de sua origem.
Além disso, Barb não é esquecida e tem uma subtrama focada em Nancy (Natalia Dyer).
David Harbour, que está de volta como o xerife Jim Hopper, consegue ampliar seu personagem de forma atraente e o mesmo vale para Eleven e sua busca por uma identidade própria - de muitas maneiras, se torna o centro da trama.
A montagem, com justaposições inteligentes, mantém tudo entrelaçado e conforme cada história se desenvolve de forma independente, é possível sentir a ligação entre elas.
A ambientação continua um dos pontos altos da série, que nos transporta de volta para os anos 80 com facilidade, e o mesmo acontece com a trilha, cuidadosamente escolhida.
Claro que alguns atalhos da primeira temporada, como a recriação de cenas clássicas de filmes e séries, ainda é algo presente, mas a série mostra uma evolução narrativa clara, mesmo que se aproxime ainda mais das obras de Stephen King, ao introduzir o horror no dia a dia das pessoas.
'Stranger Things' acerta alguns de seus erros da primeira temporada, mas perde parte de seu impacto ao mudar a forma narrativa e desacelerar a ação.
O lado positivo é que a série está mais interessada em contar uma boa história do que em ser tão pop.
O resultado final, é uma temporada que mantém a atmosfera cativante da primeira, é capaz de capturar a atenção do espectador e desenvolve bem a história desses amados personagens, que mais uma vez precisam enfrentar seus piores medos.
Veja o trailer:
SERVIÇO:
'STRANGER THINGS'
Onde:
Netflix
COTAÇÃO DO KLAU:
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