sexta-feira, 7 de julho de 2017

'007 - O ESPIÃO QUE ME AMAVA" : UM DOS MELHORES FILMES DE JAMES BOND JÁ FEITOS COMEMORA HOJE 40 ANOS

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No dia 7 de julho de 1977 (7.7.77) era lançado em Londres 'The Spy Who Loved Me/007 – O Espião Que Me Amava', 10º filme da cinessérie oficial de James Bond
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Terceiro 007 estrelado por Roger Moore, o sucesso do longa ajudou a definir o legado de um dos personagens mais queridos do cinema.

Na primavera de 1975, os produtores Albert R. “Cubby” Broccoli e Harry Saltzman juntamente com o diretor Guy Hamilton, começaram a produção do décimo filme de James Bond.

Pela primeira vez, os produtores tinham apenas o título, já que Ian Fleming, criador de 007, não queria que a trama do livro fosse usada para um filme.

Assim, muitos roteiristas trabalharam no desenvolvimento da história, entre eles Richard Maibaum, Anthony Burgess e John Landis.

Relembre o trailer:


'007 – O Espião Que Me Amava' acabou sendo o primeiro 'Bond film' que “Cubby” Broccoli produziu sozinho, sem contar com a presença do parceiro Harry Saltzman - devido a investimentos mal-sucedidos e para evitar a falência, Harry foi praticamente obrigado a vender sua parte da EON Productions, produtora dos dois e responsável até hoje pela cinessérie oficial de 007, para o estúdio United Artists, subsidiária da MGM, naquele ano.

A série de desavenças e negociações atrasou a pré-produção do filme e fez com que Guy Hamilton abandonasse o projeto.

Sozinho, Cubby recorreu a Lewis Gilbert, que uma década antes havia dirigido 'Com 007 Só Se Vive Duas Vezes'.

Para finalizar o roteiro, Gilbert trouxe Christopher Wood e John Glen assumiu como editor do longa e diretor de segunda unidade.

Gilbert também apresentou um elemento-chave no roteiro - Bond matando o amante de Anya Amasova no prólogo do longa - ajudando assim a criar uma história sólida que sustentasse a ação (as produção inclusive encontrou um ator que era muito parecido com o ex-Bond George Lazenby)

O renomado ator alemão Curt Jurgens, que já havia trabalhado com Lewis Gilbert anteriormente, ficou com o papel do vilão Karl Stromberg, enquanto o desconhecido Richard Kiel deu vida ao assustador e ao mesmo tempo carismático Jaws, que no Brasil ficou conhecido como Dentes de Aço.

007 – O Espião Que Me Amava © 1977 Danjaq LLC, United Artist Corporation. Todos os Direitos Reservados.
Barbara Bach, Curt Jurgens e Roger Moore, em foto promocional do longa - MGM
Embora Fleming não teria autorizado que a trama do livro fosse levada para o cinema, o personagem Jaws foi uma adaptação do capanga Horror, presente no livro.

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Richard Kiel como Jaws, em cena do longa - MGM
Para o papel da Major soviética Anya Amasova, os cineastas escolheram a atriz americana Barbara Bach, que já havia trabalhado ao lado das ex-Bond Girls Ursula Andress e Claudine Auger em produções italianas.

007 – O Espião Que Me Amava © 1977 Danjaq LLC, United Artist Corporation. Todos os Direitos Reservados.
Roger Moore e Barbara Bach, em cena do longa rodada no Egito
A lendária sequência de abertura foi inspirada em um anúncio de TV do Canadian Club, que mostrava um esquiador saltando do El Capitan, uma formação rochosa com 910 metros de altura na Califórnia.

No entanto, após entrar em contato com o esquiador Rick Sylvester, responsável pela proeza, a produção descobriu que o anúncio era falso, ninguém teve coragem de saltar daquela altura e foram usados efeitos especiais.

No entanto, Sylvester, notório louco de pedra, disse que seria capaz de executar a cena de verdade no Monte Asgard, no círculo Ártico do Canadá.

Apesar da má condição climática na região devido às baixas temperaturas, a cena foi filmada com sucesso em um take único e até hoje, o saldo de Sylvester, como dublê de Bond, saltando de esqui e tendo como paraquedas a bandeira do Reino Unido, aberto após 22 segundos de salto aberto, é uma proeza ainda não repetida.

Relembre a icônica cena:


O longa teve muitas cenas rodadas no Egito, país que até hoje cobra altas taxas para que se filme lá, a título de 'proteção dos monumentos', como pirâmides e etc.

Tudo mentira: a grana alta que entra a cada longa rodado lá serve como propina para molhar as muitas mãos do corrupto governo egípcio.

Apesar das filmagens em alguns dos maiores templos ao longo do Rio Nilo, as necessidades do dia-a-dia da produção eram muitas vezes difíceis de serem resolvidas, principal,ente devido aos diversos saques feitos pelos locais.

Em uma dessas ocasiões, sem provisões para alimentar sua equipe de mais de 100 pessoas, o próprio 'Cubby' Broccoli se encarregou de cozinhar macarrão para o elenco e equipe na locação.

Roger Moore e Cubby servem almoço para a equipe © 1977 Danjaq LLC, United Artist Corporation. Todos os Direitos Reservados.
Vestido como Bond, Roger Moore ajuda Cubby Broccoli a servir macarrão à equipe de produção no Egito - AP
Mesmo assim, as cenas rodadas no Egito ficaram excepcionais.

Relembre:


Próxima locação, a Sardenha, ilha do mar Mediterrâneo situada a oeste da península Itálica, que proporcionou o pano de fundo perfeito para o Diretor da 2ª Unidade, Ernie Day filmar a perseguição com a Lotus Esprit.

O Supervisor Especial de Efeitos Visuais Derek Meddings fez um modelo-carcaça para ser disparado no mar a partir de um canhão de ar.

007 – O Espião Que Me Amava © 1977 Danjaq LLC, United Artist Corporation. Todos os Direitos Reservados.
Modelo-carcaça da Lotus Esprit, disparado no mar da Sardenha a partir de um canhão de ar - MGM
Depois, nas águas transparentes das Bahamas (todas as cenas submarinas dos filmes de Bond são rodadas lá), três carros adicionais foram responsáveis por mostrar a Lotus transformando-se em um submarino.

A Perry Oceanographics construiu uma quinta versão do Lotus como se fosse um verdadeiro submarino na forma de um Esprit, para as gravações em Nassau.

A cena derradeira, em que a Lotus branca sai do mar, na areia de uma praia lotada de banhistas, só foi possível de ser feita graças à ajuda de um cabo de aço que puxava o veículo para fora da água do mar.

Relembre a cena com a Lotus Esprit, na íntegra:


Meddings também foi o responsável por construir modelos do super-tanque Liparus e da Atlantis, cidade submarina e esconderijo do vilão Stromberg - ambas as sequencias também foram rodadas nas Bahamas.

O interior de Atlantis foi montado em Londres - reveja:


No retorno a Londres, produção e elenco já puderam usar os enormes '007 Stage' em Pinewood, um complexo de estúdios enormes, construídos especialmente para que os gigantescos cenários dos filmes de Bond pudessem ser erguidos - na época, a tela verde ou azul da computação gráfica ainda engatinhava e assim, tudo tinha de ser criado em tamanho real.

Em Pinewood, o Diretor de Arte Ken Adam, sempre inspirado, criou sets que combinavam curvas com acabamentos de metal polido mesclado com antiguidades belíssimas.

Para filmar o interior do Liparus, Adam projetou um cenário permanente em Pinewood.

Construído em apenas 13 semanas, incluindo o conjunto de petroleiros, o '007 Stage' onde o petroleiro e os submarinos foram criados,  tornou-se o maior estúdio cinematográfico do mundo.

Pinewood é referência na indústria até hoje, com diversos blockbusters rodados no local - 'Batman' (1989) e sua imensa Gotham City foi um deles.

Indisponível para compor a trilha sonora, John Barry sugeriu Marvin Hamlisch, que decidiu criar um novo hit para dar continuidade ao estilo criado por Barry.

“Nobody Does It Better/Ninguém Faz Melhor”, interpretada por Carly Simon, foi escrita por Carole Bayer Sager e é uma frase que até hoje define o personagem.

A canção ficou em 2º e 7º lugar nas paradas americanas e britânicas, respectivamente, e foi indicada ao Oscar do ano seguinte, junto com a trilha e direção de arte.

A arte dos créditos foi feita novamente por Maurice Binder - e essa foi inspiradíssima.

Relembre:


Com o maior orçamento de um filme de Bond até então (US$ 14 milhões) o terceiro filme de Roger Moore como 007 tornou-se um enorme sucesso nas bilheteria (US$ 185.4 milhões) e um marco na história da franquia.

É considerado por muitos 'Bond Maniacs' - eu inclusive - o melhor longa da franquia.

Reveja as cenas finais:


RESUMO DA TRAMA:

Submarinos nucleares britânicos e soviéticos começam a desaparecer em vários lugares do Mundo.

Na Áustria, James Bond (Roger Moore) escapa de uma armadilha feita por soviéticos, matando um deles.

Esquia pela montanha até saltar de um alto penhasco, abrindo um pára-quedas com a bandeira do Reino-Unido.

Ao regressar a Londres, Bond é informado que alguém está roubando as rotas secretas dos submarinos.

O agente viaja para o Egito para se encontrar com um vendedor, que tinha prometido um microfilme com os planos.

Encontra-se primeiro com uma agente soviética chamada Anya Amasova (Barbara Bach) que se torna a sua rival.

Ambos viajam até Luxor atrás do micro-filme com as rotas dos submarinos e os superiores dos agentes - 'M' (Bernard Lee), pelo lado britânico e o general Gogol (Walter Gotell), pelo lado soviético, concordam em torná-los parceiros.

Bond e Amasova viajam até a Sardenha onde ela é salva pelo agente das garras do capanga de Stromberg (Curt Jurgens), Jaws (Richard Kiel).

Bond e Amasova, disfarçados como um casal de biólogo, visitam Stromberg em seu laboratório, uma cidade submarina chamada Atlantis.

Após a visita, os dois saem de carro - uma bela Lotus Sprit branca - mas são perseguidos por um helicóptero, pilotado por uma bela capanga de Stromberg, Naomi (Caroline Munro).

Na fuga, o carro cai no mar e transforma-se num submarino.

Ao tentarem ver a Atlantis mais de perto, eles são atacados por mergulhadores, por um sidecar e outro veículo.

Já em terra firme, Amasova promete que irá matar Bond ao fim da missão, ao saber que ele matou seu amante, que estava naquela missão na Áustria vista no prólogo.

Bond e Amasova embarcam em um submarino norte-americano e se aproximam do enorme navio-petroleiro Liparus, pertencente a Stromberg.

O submarino em que estão, como aconteceu com os anteriores, é capturado pelo petroleiro e Stromberg inicia o seu plano diabólico: ele quer lançar duas bombas atômicas a partir de dois submarinos, uma em Nova York e outra em Moscou, de modo a provocar uma guerra nuclear, com o objetivo de recriar a civilização humana sob o mar.

Stromberg captura Amasova e foge para Atlantis.

Na base, Bond consegue entrar na sala de controle desencadeando um conflito dentro do petroleiro e consegue alterar as coordenadas das bombas que já foram lançadas.

As rotas são alteradas para os dois submarinos lancem suas bombas um contra o outro.

O petroleiro é afundado e Bond quer ir atrás de Stromberg e Amasova, mas os submarinos têm ordem para atacar a base.

O agente consegue com o comandante do submarino americano um tempo, vai a Atlantis pilotando uma moto aquática (inédita na época) onde mata Stromberg com uma pistola por baixo da mesa e liberta Amasova.

Mas Jaws luta com 007 e o gigante de dentes de aço acaba caindo em um tanque cheio do tubarões.

Com a Atlantis sob bombardeio, Bond e Amasova escapam através de uma cápsula de sobrevivência.

Nela, Amasova aponta um arma a Bond relembrando o que tinha prometido, mas não atira.

O britânico e a russa são resgatados pelos seus superiores hierárquicos, justamente no momento em que fazem amor.

FICHA TÉCNICA:
007 - O Espião que me Amava
Título original:
The Spy Who Loved Me
País:
Reino Unido
Ano:
1977
Cor:
Colorido
Duração:
125 min
Direção:
Lewis Gilbert
Produção:
Albert R. Broccoli
Roteiro:
Christopher Wood, Richard Maibaum, baseados em personagens de Ian Fleming
Elenco Principal:
Roger Moore, Barbara Bach, Curt Jurgens, Richard Kiel, Walter Gotell, Bernard Lee, Desmond Llewelyn, Lois Maxwell
Gênero:
Ação
Música:
Marvin Hamlisch
Direção de arte:
Ken Adam
Direção de fotografia:
Claude Renoir
Figurino:
Rosemary Burrows
Edição:
John Glen
Produção:
EON Productions, United Artists
Distribuição:
Metro-Goldwyn-Mayer
Lançamento:
7 de julho de 1977
Idioma:
Inglês
Orçamento:
US$ 14 milhões
Receita:
US$ 185.4 milhões

COTAÇÃO DO KLAU:

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