sexta-feira, 4 de junho de 2010

"PRÍNCIPE DA PÉRSIA": AÇÃO DE TIRAR O FÔLEGO EM ROTEIRO CONFUSO

Quando ficção se mistura com o real, tudo é possível, até que toda uma cultura seja reformulada para não desmentir o roteirista.

O filme não fica menor ou maior por isso,já que o limite é a clareza sobre o que se vê na tela.

Um bom exemplo dessa introdução que fiz é "Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo".

Já no início, somos levados a conhecer os feitos do grande império persa, para situar no tempo e espaço o espectador em uma fantasia repleta de elaborados e bons efeitos especiais. A realidade termina aí, e o filme passa para a ficção.

O rei da Pérsia, Sharaman (Ronald Pickup),é um líder nato, que tem como conselheiro seu irmão Nizam (Ben Kingsley, de "Ilha do Medo").
O rei é pai de dois filhos Garsiv (Toby Kebbell, de "RocknRolla") e Tus (Richard Coyle, de "Um Bom Ano"), o príncipe herdeiro.

A família se completa quando o rei adota Dastan, uma criança maltrapilha, que demonstra coragem e sabedoria ao defender um colega de rua.
Como ouvimos na narração, ele é um predestinado, e será decisivo para a história dessa civilização.

Foto: Disney Pictures
Jake Gyllenhaal, em cena do filme

Depois de 15 anos, Dastan - agora interpretado por Jake Gyllenhaal - de "O Segredo de Brokeback Mountain"(2005) - se vê em meio a seus irmãos e tio numa difícil escolha: invadir ou não uma cidade sagrada que, segundo um espião persa, vende armas para os adversários de seu povo.
Vencido no voto, o protagonista entra na cidade e captura a princesa Tamina (Gemma Arterton, de "Fúria de Titãs"), que guarda um segredo: uma adaga que tem o poder de voltar no tempo.
O artefato cai nas mãos do herói que, graças a um complô, é acusado de matar o próprio pai adotivo.
Dastan e Tamina fogem para iniciar a jornada que selará o destino de ambos.

Veja o trailer do filme:


Baseado num game de enorme sucesso, com uma história confusa e lotada de pontos de interrogação, "Príncipe da Pérsia" é uma produção onde o valor cosmético é maior do que o entendimento claro sobre o que se passa nas cenas.
Com lutas primorosamente coreografadas, imagens rápidas e com humor muito presente o tempo todo, o final provoca questionamentos, tipo "acabou?"

E os buracos no roteiro? A adaga necessita de uma espécie de areia divina para funcionar, inacessível aos humanos, mas a princesa possui até um refil! Incrivel!

O príncipe poderia ser persa ou de Marte, já que não há referências para sustentar a história.
O diretor Mike Newell (de "Amor nos Tempos do Cólera" e "Harry Portter e o Cálice de Fogo") se esforça, mas não consegue dar jeito no que já começou errado, a partir de um mau roteiro.

Como um herói de aventura - o primeiro de sua carreira - Jake Gyllenhaal se sai mais pra menos que pra mais.
O ator é lindo, lindo - ficou com um corpaço maravilhoso para esse filme - mas parece que um bom roteiro fez muita falta à sua interpretação.

O único que ri à toa disso tudo é o produtor Jerry Bruckheimer, aquele que tudo o que toca vira ouro em Hollywood - são dele "Piratas do Caribe", "Bad Boys" e, na TV, os múltiplos "CSIs" - e que pensa em faturamento alto e rápido nas bilheterias.

"PRÍNCIPE DA PÉRSIA - AS AREIAS DO TEMPO"
Título original: Prince of Persia: The Sands of Time
Diretor: Mike Newell
Elenco Principal:
Jake Gyllenhaal
Ben Kingsley
Gemma Arterton
Alfred Molina
Gênero: Aventura
Duração: 116 minutos
Ano: 2010
Data da Estreia: 04/06/2010
Cor: Colorido
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
País: EUA
COTAÇÃO DO KLAU:

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