quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A SEMANA NA DIVERSIDADE: CUBA, VAGAS DE TRABALHO PARA TRANSEXUAIS, CASAMENTO GAY NO CANADÁ E PAIS DE GAYS MINEIROS NO ARMÁRIO


Separei alguns temas e notícias nessa semana, que julguei bem interessantes:

FILHA DO DITADOR RAUL BATALHA PELOS DIREITOS LGBTs EM CUBA
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LINHA AÉREA AFRICANA RECRUTA TRANSEXUAIS PARA SEU ESCRITÓRIO EM SP
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GOVERNO CANADENSE ESCLARECE: TODOS OS CASAMENTOS ENTRE IGUAIS DO PAÍS SEGUEM VÁLIDOS
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MORTES DE LGBTs EM MG CRESCERAM 16% EM UM ANO, E PAIS DE GAYS NÃO SAEM DO ARMÁRIO
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Agora, vamos lá:
FILHA DO DITADOR RAUL BATALHA PELOS DIREITOS LGBTs EM CUBA

Cuba, quem diria, já realizou 15 operações de mudança de sexo e seus legisladores têm agendado para este ano um debate sobre uma alteração no Código Penal que permita o reconhecimento das uniões entre iguais.

Filha do ditador de plantão, Raúl Castro, Mariela Castro é diretora do Centro Nacional de Educação Sexual, e suas opiniões estão sempre no centro dos debates, seja por críticas dos opositores da revolução ou de quem não entende sua defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais de Cuba.

AFP
A ativista Mariela Castro

"A revolução cubana significou não apenas a conquista da tão desejada soberania nacional, como também um complexo processo de criação e prática do projeto de justiça, equidade social e solidariedade" diz Mariela, para quem o processo “gerou transformações profundas e radicais na cultura cubana e nos preconceitos sobre as sexualidades”, completa ela.

LINHA AÉREA AFRICANA RECRUTA TRANSEXUAIS PARA SEU ESCRITÓRIO EM SP

A Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual - Cads e a South African Airways - empresa aérea da África do Sul - estabeleceram parceria para divulgar uma oferta de emprego no departamento financeiro da empresa em São Paulo.

Divulgação
O logo da empresa
A vaga será, preferencialmente, destinada a transexuais e travestis, visando a inclusão da população LGBT no mercado de trabalho.

O perfil desejável para a(o) candidata(o) é o seguinte:

- Formação Superior em Contabilidade, Administração ou outra relacionada
- Conhecimentos de rotinas de Contas a Pagar & Receber
- Inglês intermediário (mínimo); Espanhol (ponto positivo)
- Diferencial seria também conhecimento de empresa aérea e/ou turismo

Candidatas - e candidatos - devem enviar currículo via e-mail para: cvfinance@hotmail.com 

O site da South African Airways é: www.flysaa.com

GOVERNO CANADENSE ESCLARECE: TODOS OS CASAMENTOS ENTRE IGUAIS DO PAÍS SEGUEM VÁLIDOS

Segundo a Agência espanhola de notícias EFE, o Canadá esclareceu que todos os casamentos entre casais do mesmo sexo realizados no país são legais, após falsa notícia de que o Governo não considerava válidas as uniões igualitárias entre pessoas que não vivem no país.

O ministro da Justiça canadense, Rob Nicholson, desfez o mal-entendido ao assegurar nesta sexta-feira que queria 'deixar claro que nosso Governo considera estes casamentos válidos'.


A dúvida foi lançada quando se soube que o Ministério da Justiça assinalara que a união de duas lésbicas, celebrada em 2005 em Toronto, não era válida porque as duas mulheres não eram canadenses nem residiam no país, e as jurisdições onde vivem - Flórida (EUA) e Inglaterra - não reconhecem este tipo de casamento.

A posição do Governo canadense causou polêmica, uma vez que contestava os casamentos de mais de cinco mil casais - sobretudo americanos e mexicanos que passaram a visitar o Canadá a partir de 2005 para oficializar sua união.

Grupos de defesa dos direitos LGBT e partidos da oposição assinalaram que a decisão do Ministério da Justiça de negar a validade dos casamentos entre estrangeiros que não residem no país correspondia ao desejo do Governo de reabrir o tema.

Em 2005 - ano da legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo -, então na oposição, o atual primeiro-ministro canadense, o conservador Stephen Harper, havia se oposto a lei que aprovava essas uniões.

Agora, governo, se curvou à pressão e foi um dos autores do bem-vindo esclarecimento.

MORTES DE LGBTs EM MG CRESCERAM 16% EM UM ANO, E PAIS DE GAYS NÃO SAEM DO ARMÁRIO

Na noite do primeiro dia do ano, um estudante universitário de 20 anos, da região do Vale do Aço, foi atacado com socos e golpes de cinto em seu rosto.
O agressor foi sua própria mãe, ao descobrir que o rapaz era homossexual.
"Ela chorou e disse que eu tinha destruído a vida dela. Ficou com uma ira que eu nunca vi e disse que eu ia morrer", contou o aluno de administração, que acaba de entrar para uma estatística de preconceito e intolerância.

Os casos de violência motivados pela orientação sexual de um membro da família não são raros.

Um levantamento feito pelo Centro de Referência da Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais) do Rio de Janeiro mostra que grande parte de LGBTs que sofrem agressão é vitimada no ambiente familiar.

Dos 5.070 atendimentos realizados pela entidade, entre julho de 2010 e julho de 2011, 22,4% se tratavam de agressões sofridas em casa, sendo pais, mães e outros parentes os principais autores dos ataques.

Em Minas Gerais, não há estatísticas sobre o assunto, mas o coordenador do Centro de Referência pelos Direitos Humanos e Cidadania LGBT da capital, Carlos Magno, avalia que o dado é preocupante.
"É preciso ter uma ação urgente para mudar isso", afirmou.

Acostumada a atender LGBTs em situação de vulnerabilidade, a psicóloga Dalcira Ferrão explica que uma agressão homofóbica sofrida dentro de casa pode ter consequências ainda mais graves para a vítima.
"A pessoa fica sujeita a depressão, isolamento social e até suicídio", explicou.

A primeira atitude tomada pelo jovem universitário depois de apanhar da mãe foi sair de casa. "Peguei R$ 100 emprestados com minha irmã e voltei para Belo Horizonte", contou.

Ele disse que não quis acionar a polícia e nem foi ao médico, apesar dos hematomas que teriam ficado no peito e no rosto.
A mãe, segundo ele, tomou as chaves do apartamento onde ele morava na capital e os cartões de crédito.
"Foi uma humilhação emocional grande", disse o estudante.

Procurada pela reportagem, a mãe não quis comentar a versão do filho.
"Não tenho nada contra a escolha. Mas aceitar (a orientação do filho) depende da minha religião", disse a sem noção.

O episódio familiar é um dos lados de uma realidade de intolerância presente em Minas Gerais: balanço do Grupo Gay da Bahia (GGB) revela aumento no número de assassinatos de LGBTs no Estado: 18 LGBTs foram mortos em 2010, enquanto 21 foram assassinados no ano passado - o aumento foi de 16%.
"A homofobia é tão impregnada que há mães que preferem que o filho seja bandido ou morra a ser gay", avalia o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB - o levantamento refere-se apenas a assassinatos.

Foi no boca a boca que a agressão homofóbica sofrida pelo estudante virou assunto em BH.

O fato chegou ao conhecimento de amigos de amigos e rapidamente uma rede de ajuda foi formada na cidade.
Através das redes sociais, uma festa foi organizada para arrecadar fundos em apoio ao universitário, que começou ontem em um novo emprego.

"Fiquei chocado quando soube e pensei em uma forma de conseguir dinheiro para ajudar. Disseram que ele não tinha nem lugar para morar", disse o jornalista Rafael Sandim, 21, organizador da festa.

21 LGBTs assassinados em 2011 em Minas deixam o Estado no quarto lugar entre os que mais registram mortes por atos homofóbicos.

Os homicídios por intolerância ainda são em maior número na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e as estatísticas podem ser ainda maiores, já que o Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que realiza o levantamento anual, registra apenas casos que foram divulgados pela mídia.

O bom relacionamento entre pais e filhos LGBTs é tido como fundamental para evitar atos de violência dentro da família, segundo a integrante do grupo Mães pela Igualdade  - Jiçara Martins, 61.

O grupo é composto por mães de LGBTs que oferecem apoio aos pais que descobrem a orientação das/dos filhas/os.
"Acho que deixar a verdade prevalecer é sempre a melhor opção. Tem casos de pais que, ao saber que o filho é gay, têm reação momentânea e explodem, mas a gente tenta ajudar", disse.

Além da violência física, ela relata casos comuns de agressões verbais.
"Tem a violência velada, comentários, olhares. Isso pode levar uma pessoa ao suicídio", afirmou.

O maior entrave na aceitação familiar, segundo Jiçara, é o medo que os pais têm de assumir que o filho é homossexual.
"Tirar os pais do armário é o mais complicado".
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Até +!

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