Quando você for à linda cidade de Barcelona, festiva capital da Catalunha espalhola, esqueça as bonequinhas de dançarinas de flamenco, as castanholas ou os leques para comprar de lembrança da trepidante cidade.
É que a BBC reporta que agora o maior sucesso entre os turistas que lá vão são broches com imagens de ladrões, prostitutas e violência policial, vendidos em museus da cidade e que estão causando polêmica por mostrar um lado marginal e pouco turístico da cidade espanhola.
Os suvenires estão à venda nas lojas do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona e no Museu de História de Barcelona, mas devem acabar sendo recolhidos em breve por determinação da prefeitura - um porta voz do governo municipal declarou que ambos já foram advertidos de que estão proibidos de continuar vendendo a coleção porque "esta não é a imagem que um órgão público quer projetar de Barcelona".
A coleção de broches chamada Enjoy Barcelona foi criada pelos artistas plásticos e arquitetos catalães Arcadi Royo e Marga Montoya.
Os broches em preto e branco retratam, em seis modelos, cenas cotidianas, algumas violentas: um ladrão que rouba uma bolsa e sai correndo, a agressão da polícia local sobre um cidadão e cenas retratando prostituição e o comércio ambulante ilegal - cada suvenir recebeu ainda um nome que ironiza a situação desenhada no broche, como no caso dos vendedores de bebida, mercado normalmente dominado imigrantes de Índia e Paquistão, chamado no broche de "servesa-bier?", imitando a forma de falar dos camelôs.
Os criadores da coleção afirmaram que a inspiração surgiu das cenas reais - e frequentes - na cidade.
"É uma realidade que algumas pessoas querem esconder, mas é verdadeira. Existe e está aí todos os dias", disse Arcadi Royo à imprensa espanhola.
"Quantas vezes nos vemos em situações como essas? Prostitutas que perseguem homens pelas ruas, bolsas que são levadas por ladrões e agressões policiais a manifestantes pacíficos? Realmente, estes broches são uma denúncia de uma realidade", disse.
Mesmo com a retirada dos suvenires das lojas dos museus, os artistas plásticos afirmam que a coleção continuará sendo vendida em outros pontos da cidade.
Essa moda poderia pegar aqui em São Paulo: teríamos broches dos zumbis da cracolândia, dos buracos no asfalto da cidade, dos michês do parque Trianon, a superlotação do metrô, a truculência da PM, os ataques homofóbicos...
Daria pra fazer muito mais que seis.
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