A Diva Claudia Raia estreou no último dia 28 o musical Cabaret no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, e está muito animadíssima com a grandiosidade do novo trabalho.
"É um sonho. O aproveitamento de cenário é impressionante. Somos uma equipe de 70 pessoas. A gente fez a nossa versão, mas mexeu em tudo: cenário, figurino, humor".
Há muitos anos a Diva tinha vontade de interpretar Sally Bowles no teatro, mas os caminhos das duas não se cruzavam.
"Foi uma brincadeira de Tom e Jerry, eu e a Sally Balls. Começou há anos, não conseguimos comprar os direitos, daí fiz Sweet Charity, e fui lutando pelos direitos. Eu chamei o Sandro Chaim [produtor] e falei: 'A gente tem que ir atrás desse Cabaret, ele tem que ser meu, antes que eu fique velha e de cadeira de rodas", relembrou.
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Claudia raia como Sally: papel da sua vida
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Claudia raia como Sally: papel da sua vida
Porém, hoje ela vê que a maturidade que adquiriu nos últimos anos é importante para a nova fase profissional.
"Mas acho que talvez eu não estaria pronta para este papel".
O diretor José Possi Neto ressaltou a diferença da versão brasileira, que não está muito ligada ao clássico da Broadway.
"Quando você compra os direitos, existem condições. O cenário vem de fora, a coreografia vem de fora, os arranjos vem de fora. Mas existe a outra forma de comprar o coração do musical e você pode dar sua montagem. Cabaret é um clássico. Por isso, optamos por dar nossa releitura", contou ele, que está em seu primeiro trabalho com Raia.
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O figurino é um dos pontos altos de "Cabaret"
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O figurino é um dos pontos altos de "Cabaret"
"A gente namora há 20 anos", disse, sendo completado pela amiga.
"E agora a gente casou, essa é a bomba da entrevista", brincou ela, que não consegue escolher qual das artes dramáticas gosta mais de fazer.
"Uma coisa não compensa a outra. Televisäo é bem diferente. Sinto prazer na TV e sinto prazer no teatro".
Claudia está muito feliz com a conquista da personagem, mas não se acha parecida com ela. "Referência nenhuma eu tenho, porque não bebo uma gota de álcool. Sally é uma doida que não consegue ser feliz e que se boicota o tempo todo".
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Jarbas Homem de mello interpreta o Mestre de Cerimônias do Cabaret
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Jarbas Homem de mello interpreta o Mestre de Cerimônias do Cabaret
Para interpretar Sally, ela procurou se distanciar de si mesma.
"Eu tentei tirar a Claudia Raia e aprisioná-la. Tem essa coisa que a pessoa se confunde com o personagem, mas eu tentei tirar ao máximo", comentou, revelando que também não buscou inspiração na Diva das Divas Liza Minnelli, que viveu Sally nas telonas nos anos 70.
"Saí da Liza, que é minha musa. Ela é meu grande ícone, mas quis fazer a peça de outro lugar. Então, fiz a minha Liza, com as minhas cores. Eu sou uma atriz muito física, quando não derrubo as coisas...Mas preciso do figurino, da máscara, da maquiagem, do cabelo. Devo muito ao figurinista".
Com um corpão em ótima forma, devido a anos dedicados ao balé, ela volta a ter a oportunidade de atuar e dançar no mesmo trabalho.
Em meio aos exaustivos ensaios, Claudia recebeu a notícia que não teria mais Reynaldo Gianecchini como seu parceiro no palco - o ator teve que deixar o elenco para tratar um linfoma não-Hodgkin, tipo raro de câncer.
Gianne foi substituído por Guilherme Magon, que deixou o elenco de outro musical - Mamma Mia - para se dedicar ao novo desafio.
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Claudia em cena com Guilherme Magon: papel seria de Giannechini
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Claudia em cena com Guilherme Magon: papel seria de Giannechini
O jovem ator de 25 anos foi muito bem recebido na produção e é só elogios para a parceira.
"A Claudia preza pela qualidade, entrei por teste".
E ela também não fica atrás ao falar dele.
"Ficamos encantados com ele, logo de cara. Ele é um belo ator, tem 25 anos de idade, mas costumo dizer que ele tem 25 anos de maturidade".
O diretor adorou a boa relação que os dois estão construindo.
"Ele teve uma química imediata com a Claudia, de faísca, que é tudo que esse personagem precisa".
Um dos colegas de elenco da atriz é o ator Jarbas Homem de Mello, que interpreta o Mestre de Cerimônias do Cabaré - personagem que deu o Oscar de Coadjuvante ao ator Joel Grey.
"É o papel da vida do Jarbas e é o papel da vida da Claudia", disse o diretor musical e vocal Marconi Araújo, que não precisou mudar nada na voz deles.
Claudia interrompeu e brincou.
"Aff...então vamos ter que fazer esse papel para o resto da vida".
Ela também comentou o trabalho de Miguel Falabella, que fez a tradução da peça.
"É um trabalho lindo do Miguel. Ele é um ótimo versionista, mas eu acho que com 'Cabaret' a luz divina caiu em cima dele. As melhores versões dele estão em 'Cabaret'", revelou.
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Matéria da Caras Online
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