A 16ª edição da Parada Gay de São Paulo, um dos principais eventos turísticos da cidade, reuniu 270 mil pessoas, de acordo com o Datafolha - 65 mil delas fizeram o percurso inteiro do evento.
Pela primeira vez na história, a manifestação teve uma medição de público com caráter científico.
Segundo o instituto, nenhum evento similar no mundo tem medição científica de público.
Em alguns países, ele é estimado a partir do lixo produzido.
Em outros, pela concentração de pessoas ao longo da parada - este método, no entanto, não leva em conta o público flutuante.
A organização e a Polícia Militar não divulgaram estimativas.
Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Fernando Quaresma se surpreendeu com o resultado do Datafolha.
"Ah, isso não aconteceu mesmo, 270 mil pessoas tem o Anhangabaú na feira que fizemos. Na extensão da Paulista e da Consolação não tinha só isso de gente. Esse é um número lá de trás, das primeiras paradas, 2002, 2003. Agora é impossível", disse.
Sobre o anúncio, ao final da parada, de um público de 4 milhões de pessoas, Quaresma reagiu.
"Na verdade, a gente não tem como mensurar. É muito difícil, porque é um evento que anda, a rua está sempre cheia e às vezes as pessoas vão seguindo os primeiros trios e não voltam pra trás. Na minha opinião, se não superou os 4 milhões, ficou em 4 milhões."
Folhapress
Público toma a Paulista e deixa a avenida mais colorida |
O método do Datafolha, que estimou pela primeira vez o público da Parada Gay de São Paulo, é importante para dimensionar o público, por causa da segurança, e deveria ser adotado nos outros grandes eventos de São Paulo e nas maiores paradas do país e do mundo.
Esta é a opinião de Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que agrega 257 ONGs no país.
"É importante dimensionar, por critérios técnicos, e não no chutômetro."
Folhapress
As estatísticas e o método de medição da Parada LGBT de SP, segundo o Datafolha |
Ele achou o número de 270 mil participantes "esplêndido".
"Qual outro movimento coloca tanta gente assim?"
Reis diz que será preciso rever se a parada de São Paulo é mesmo a maior do mundo.
"Eu acho que, no olhômetro, é a maior do mundo, sim."
Ele afirma também que "algumas paradas inflam o número", mas que não pode haver competição.
"Queremos que as pessoas se sensibilizem que todos têm direito a manifestação."
Secretaria da Diversidade de SP
Público descendo a Rua da Consolação |
Com o tema "Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização", a parada deste ano teve forte tom político - o público pedia a aprovação de um projeto de lei que criminaliza a homofobia e que tramita no Senado há seis anos.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) foram à abertura da parada e, dos pré-candidatos a prefeito, compareceram Soninha Francine (PPS), Carlos Giannazi (PSOL) e Celso Russomanno (PRB) - mas quem brilhou mesmo foi a senadora Marta Suplicy (PT/SP), ovacionada pelos presentes, com gritos de "prefeita".
Facebook da Marta
Facebook da Marta
Marta Suplicy: aclamada pelo público |
De minha parte, eu prefiro 270 mil bem contados do que 4 milhões estimados - e 270 mil pessoas é gente pra caramba!
E mais: se cada um dos 270 mil participantes oficiais mandar um e-mail para um deputado federal ou um senador, pedindo que finalmente seja votada a PLC 122 - que criminaliza a homofobia - que está parada no Congresso Nacional, aí sim, faremos realmente a diferença.
Militância e pressão democrática para fazermos valer nossos interesses: simples assim.
E mais: se cada um dos 270 mil participantes oficiais mandar um e-mail para um deputado federal ou um senador, pedindo que finalmente seja votada a PLC 122 - que criminaliza a homofobia - que está parada no Congresso Nacional, aí sim, faremos realmente a diferença.
Militância e pressão democrática para fazermos valer nossos interesses: simples assim.
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