Na virada dos anos 70 para os 80, Steven Spielberg ainda não era o megadiretor de hoje em dia, mas já estava no caminho para se transformar num dos grandes nomes de Hollywood.
Ele já havia feito um grande sucesso - "Tubarão" (1975) - e, na sequência, foi a vez de "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (1976) - neste último, que também foi muito bem nas bilheterias, Spielberg já lidava com o tema dos alienígenas.
Três anos depois, o diretor deu um salto orçamentário - com "1941: Uma Guerra Muito Louca" (1979) - que custou US$ 35 milhões, seu filme mais caro até então - só que, ao contrário dos dois anteriores, a arrecadação foi de apenas US$ 92 milhões - deu lucro, mas não foi um megassucesso.
Assim, o diretor entrou nos anos 80 com o desafio de voltar a ser altamente lucrativo, e isso aconteceu com "Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida" (1981) - parceria com George Lucas - e "E.T.: O Extraterrestre" (1982), que completa 30 anos neste dia 11 de junho como um dos grandes sucessos do Cinema e um dos clássicos dos anos 80.
Imagens: Divulgação
Um belo pôster do E.T. |
Os extraterrestres sempre estiveram presentes em Hollywood, muitas das vezes em produções de baixo orçamento, mas sem dúvida é um gênero cheio de fãs.
Em geral, os aliens sempre foram mostrados como seres aterradores que vêm para a Terra conquistar e destruir e Spielberg, originalmente, apostava nesse caminho, com E.T.s do mal que aterrorizam uma família americana - o longa se chamaria "Night Skies", mas esse tratamento foi abandonado – e reutilizado mais tarde em "Poltergeist" (1982).
Boa parte do roteiro de "E.T." nasceu no set de "Os Caçadores da Arca Perdida", com o diretor ditando a história para a roteirista Melissa Mathison, então namorada de Harrison Ford e também roteirista de muitos outros sucessos do diretor.
Spielberg resolveu apostar numa história de amizade entre um garoto e um ser espacial, com roteiro claramente voltado para o público infantil, mas que acabou fazendo sucesso com públicos de todas as idades - é inegável que a história exerce uma magia única para a garotada.
Tudo no filme é feito para encantar e prender a atenção dos mais novos, a começar dos protagonistas, três crianças: Elliott - Henry Thomas, Michael - Robert MacNaughton - e Gertie - Drew Barrymore - que viviam com sua mãe divorciada.
Henry Thomas, Drew Barrymore e Robert MacNaughton, em cena do longa |
Toda a filmagem foi feita a partir do ângulo de visão dos garotos, especialmente de Elliott e Gertie, os dois mais novos - durante boa parte da história, apenas crianças aparecem na tela e os adultos aparecem sempre enormes, pois são vistos sempre pelo ponto de vista de uma criança.
Drew, descendente de uma das famílias mais queridas de Hollywood desde o Cinema Mudo - os Barrymore - tinha apenas seis anos durante as filmagens, aqui aparecendo nas telonas pela primeira vez.
Hoje, é uma atriz, diretora e produtora das mais aclamadas em Hollywood.
A trama mostra a chegada de um extraterrestre a uma pequena cidade dos Estados Unidos.
Perdido, o ser de visual esquisito - criado pelo italiano Carlo Rambaldi - acaba indo parar na casa em que o garoto Elliott vive com sua mãe, irmãos e um cachorro. Inicialmente há um estranhamento - afinal de contas ninguém ali sabe o que é aquela criatura estranha - mas logo surge uma grande amizade entre o menino e o visitante espacial e, mais do que isso, os dois passam a ter uma espécie de elo psíquico.
Elliot e E.T.: amizade mais que verdadeira |
Elliott tenta a todo custo manter o alien escondido dos adultos, mas a coisa não sai como ele espera e, aos poucos, várias pessoas vão tomando conhecimento da criatura.
Sua mãe, Mary - Dee Walace - se espanta com a situação e tenta ajudar seu filho, mas a situação sai de controle, a notícia se espalha e o governo quer se apoderar do visitante.
No meio disso tudo, os espectadores acompanham, extasiados, uma história incrível de amizade incondicional e uma das maiores produções que o Cinema já viu.
Não à toa, "E.T.: O Extraterrestre" é considerada a obra prima de Spielberg por vários críticos - eu inclusive.
Os trechos clássicos e inesquecíveis vão se acumulando ao longo do filme, onde Spielberg tem momentos de pura genialidade, como na cena icônica dos garotos voando de bicicleta com a lua ao fundo - todos levados ao ar graças aos poderes de E.T., obviamente, cena que se tornaria a logomarca de sua produtora, a Amblin - misturando muita emoção, diversão, ação e contos de fadas.
Cena da bicicleta voando com a lua ao fundo foi tão icônica, que se transformou no logo da Amblin - produtora de Spielberg |
Tudo isso se torna real, graças ao estilo de direção de Spielberg, que aqui mostra finalmente toda as suas principais características como um dos profissionais mais completos do Cinema.
Aliás, esse seu “estilo” também funcionou contra o diretor, pois muitos o criticavam de ser um diretor infantilizado, que se utilizava de muito dinheiro para enfiar efeitos especiais de tudo quanto é jeito em suas produções - uma bobagem, já que " E.T." nem foi tão caro assim para ser feito.
Drew Barrymore e o E.T., na cena da sua partida: outra cena inesquecível do longa |
O longa custou apenas US$ 10,5 milhões, bem abaixo de "1941: Uma Guerra Muito Louca", e a arrecadação foi de fantásticos US$ 792 milhões no mundo todo.
E não é apenas pela sensacional bilheteria que o filme entrou para a história: o longa emocionou plateias no mundo inteiro e abriu caminho para Spielberg criar outras obras importantes na sua filmografia - como "O Império do Sol" e "Hook - A Volta do Capitão Gancho" - e longas em que atua como produtor - como "Os Goonies", "Gremlins", a saga "De Volta para o Futuro" e tantos mais.
O diretor Spielberg posa com o seu personagem mais icônico |
Até hoje, o longa é considerado um dos maiores sucessos de bilheteria de toda a história do Cinema, sendo o primeiro filme a ultrapassar a marca 700 milhões de dólares - foi a maior bilheteria da história do cinema (sem correção da inflação) por onze anos até ser derrubado por "Jurassic Park" (1993), também de Spielberg.
Atualmente ocupa a 34º entre os mais bem sucedidos.
Em 2002, o filme foi relançado nos cinemas como parte das comemorações de seus vinte anos de lançamento, em uma nova versão que continha cinco minutos de novas cenas - que tinham ficado de fora na versão original -, além de novos efeitos especiais e uma remasterização digital realizada em todo o filme.
As armas dos agentes do FBI também foram substituidas por walkie-talkies, através da intervenção de computadores no filme original.
Na ocasião do relançamento, entendia-se que a presença de armas num fime infantil seria inadequada, justificando-se a intervenção, o que se revelou uma grande bobagem: as versões mais recentes aboliram essa bobagem.
O mais incrível disso tudo, é que "E.T.: O Extraterrestre" continua muito bom mesmo passadas três décadas de seu lançamento.
Atualmente ocupa a 34º entre os mais bem sucedidos.
Em 2002, o filme foi relançado nos cinemas como parte das comemorações de seus vinte anos de lançamento, em uma nova versão que continha cinco minutos de novas cenas - que tinham ficado de fora na versão original -, além de novos efeitos especiais e uma remasterização digital realizada em todo o filme.
As armas dos agentes do FBI também foram substituidas por walkie-talkies, através da intervenção de computadores no filme original.
Na ocasião do relançamento, entendia-se que a presença de armas num fime infantil seria inadequada, justificando-se a intervenção, o que se revelou uma grande bobagem: as versões mais recentes aboliram essa bobagem.
O mais incrível disso tudo, é que "E.T.: O Extraterrestre" continua muito bom mesmo passadas três décadas de seu lançamento.
O filme ainda pode ser visto hoje, e o expectador, criança ou não, vai se divertir e se emocionar, o que prova que esse longa é um clássico eterno do Cinema.
PRINCIPAIS PRÊMIOS E INDICAÇÕES:
Oscar 1983 (EUA)
Vencedor nas categorias de melhor trilha sonora, melhores efeitos especiais, melhores efeitos sonoros e melhor som.
Indicado nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro original, melhor fotografia e melhor edição.
Globo de Ouro 1983 (EUA)
Vencedor nas categorias de melhor filme - drama e melhor trilha sonora.
Indicado nas categorias de melhor diretor, melhor roteiro e melhor revelação masculina (Henry Thomas).
Grammy 1983 (EUA)
Vencedor na categoria de melhor trilha sonora composta para um filme.
Prêmio Saturno 1983
(Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, EUA)
Vencedor nas categorias de melhor música, melhor filme de ficção científica, melhor roteiro e melhores efeitos especiais.
Indicado nas categorias de melho ator (Henry Thomas), melhor diretor e melhor atriz coadjuvante (Dee Wallace-Stone).
Prêmio Eddie 1983 (American Cinema Editors, EUA)
Indicado na categoria melhor edição.
Academia Japonesa de Cinema 1983 (Japão)
Vencedor nas categorias de melhor filme em língua estrangeira e atuação mais popular (ET).
BAFTA 1983 (Reino Unido)
Vencedor na categoria melhor trilha sonora.
Indicado nas categorias de melhor fotografia, melhor direção, melhor filme, melhor edição, melhor maquiagem, melhor direção de arte, melhor roteiro, melhor som, melhores efeitos especiais, melhor estreante (Henry Thomas), melhor estreante (Drew Barrymore).
Prêmio César 1983 (França)
Indicado na categoria melhor filme estrangeiro.
Prêmio David di Donatello 1983 (Itália)
Vencedor na categoria melhor diretor - filme estrangeiro.
People's Choice Awards 1983 (EUA)
Escolhido como o filme mais popular.
American Film Institute's 100 Most Inspiring Movies of All Times (2006)
Classificado em sexto lugar entre os cem melhores filmes de todos os tempos.
"ET: O EXTRA-TERRESTRE'
Título original:
E.T. the Extra-Terrestrial
Diretor:
Steven Spielberg
Elenco Principal:
Henry Thomas, Drew Barrymore, Dee Wallace, Peter Coyote, Robert MacNaughton, C. Thomas Howell, Erika Eleniak, K.C. Martel, Sean Frye e Pat Welsh - a voz do E.T.
Gênero:
Ficção Científica/Drama
Idioma original:
Inglês
Roteiro:
Melissa Mathison
Cor:
Colorido
Duração:
115 min.
Estúdios:
Universal Pictures, Amblin Entertaiment
Distribuição:
Universal Pictures
Cotação do Klau:
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