A história da Branca de Neve original surgiu num sombrio conto dos Irmãos Grimm, publicado em forma de capítulos entre os anos de 1812 e 1822.
Desde então, a trama já teve inúmeras versões, mas sempre começa com a madrasta que quer matar a enteada - agora mesmo, a trama principal da nova novela das 21h da Globo, "Avenida Brasil", se apropria dessa história.
E quando pensamos que pior do que na novela a história clássica não ficaria, eis que estreia o longa "Espelho, Espelho Meu", em circuito nacional em cópias dubladas e legendadas.
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Lilly Collins, atriz filha do astro Phill Collins, é Branca de Neve no longa
Agora, além de referências ao pop, os roteiristas acharam que humor ácido e uma subversão light à história cairia muito bem - é o que os críticos tem chamado de "Shrekrização" - tanto que, aqui, Branca de Neve - interpretada por Lily Collins - não tem quase nada da trama dos dos Irmãos Grimm.
Se aqui ela ainda é donzela, Branca não é nem um pouco indefesa, e para garantir o seu final feliz, aprende a manejar uma espada e vai à luta.
Mas o melhor do filme é a madrasta-bruxa-má, que aqui se chama somente "Rainha", e que é interpretada com a competência de sempre pela Diva Julia Roberts, impagável no papel.
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Julia Roberts como a Rainha Má: figurino tão espetaculoso, que merecia primeiro lugar num baile de carnaval
Além de odiar a beleza de Branca, ela também quer seduzir o jovem Príncipe - Armie Hammer, o amante de Leonardo DiCaprio em "J. Edgar" - que além de lindo, é podre de rico e poderá manter a vida nababesca da vilã, que não faz apenas perguntas ao espelho: ela entra dentro dele, onde se encontra com uma espécie de alter-ego/consciência.
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Julia Roberts é a melhor coisa do filme
Ah, e tem os Sete Anões!
Na multirracial Hollywood de hoje, os anões são cada um de uma etnia - dizem que tem um gay no meio, mas eu não consegui catar quem é a "bee".
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Branca de Neve rodeada pelos sete anões politicamente corretos: se você catar a "bee', me avisa!
Os velhos elementos que são familiares nunca entram em sintonia com as novidades propostas por essa versão da história, e tudo fica meio desencontrado, com um humor rasteiro que, não raro, descamba para o pastelão.
O diretor indiano Tarsem Singh é um contumaz enganador, que carrega no visual dos seus filmes - como "A Cela" e "Imortais" - para que o espectador se deslumbre e não veja a porcaria que ele dirigiu.
Assim, tome direção de arte e figurinos coloridíssimos - que me fez lembrar muito um baile de carnaval ou um daqueles desfiles esquisitos da São Paulo Fashion Week.
Mesmo com o visual modernoso, Singh e seu time de roteiristas acabam sempre voltando às origens da Branca de Neve, o que é fatal para um projeto onde se pretendia subverter o tradicional - melhor seria contar a história como ela é.
Assim, sem surpresas, não há muito como fugir da história que todo mundo conhece, nem quando o diretor coloca uma dança à la Bollywood nos créditos finais - cena absolutamente desnecessária.
Vale uma olhada por Julia Roberts, e só.
Felizmente, ainda neste ano, estreará uma versão mais sombria da história - "Branca de Neve e o Caçador" - com Kristen Stewart como Branca, Charlize Theron como a Rainha Má e Chris Hemsworth como o Caçador.
Tomara que seja melhor que esta.
Confira o trailer dublado do filme:
*****
"ESPELHO, ESPELHO MEU"
Título original:
Mirror, Mirror
Diretor:
Tarsem Singh
Elenco:
Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Sean Bean, Nathan Lane, Mare Winningham, Michael Lerner, Robert Emms, Martin Klebba
Produção:
Bernie Goldmann, Ryan Kavanaugh, Brett Ratner
Roteiro:
Melissa Wallack, Jason Keller, baseado na história dos irmãos Grimm
Fotografia:
Brendan Galvin
Trilha Sonora:
Alan Menken
Duração:
106 min.
Ano:
2012
País:
EUA
Gênero:
Aventura
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Imagem Filmes
Estúdio:
Relativity Media / Rat Entertainment / Citizen Snow Film Productions
Classificação:
Livre
Cotação do Klau:
4 comentários:
Caro autor do blog, não quero parecer indelicada, tá? Mas parece que você não sabe o que é gosto. Cada um tem seu próprio gosto e não se discute por ele. Nesse post q você fez do filme, você só falou em visão negativa. Eu, por exemplo AMEI o filme. E você não pode dizer que o diretor dele dirige simplesmente porcarias. Vão haver pessoas dizendo que amaram o filme (como eu), também vão haver outras que dirão que detestaram. Gosto é gosto. E ponto final.Óbvio, Julia Roberts vai ser sempre A linda mulher, diva como ninguém, mas, na minha opinião, não é só ela quem brilha no filme. Não é só por ela que deveriamos assistir o filme. Lily Collins está linda no filme, alias, ela É linda. E eu sempre acho o negócio de dar a um conto clássico uma nova forma uma coisa de gênio, porque, nesse filme sim, eu não tive certeza do que aconteceria no final. Nunca que eu ia imaginar que Branca de Neve iria aprender a ser CORAJOSA, como na versão original nunca foi. E achei muito legal a música I Believe, cantada por lily, no fim do filme, mostra que, além de corajosa e habilidosa, Branca também sabe cantar, mostra que não é sonsa como a Branca original (que só sabia limpar a casa e acariciar animaizinhos). Não estou criticando Walt Disney, mas a versão em desenho dele, por exemplo, é mais pra crianças que começam a aprender as más coisas da vida, como a inveja e a vaidade, e Espelho espelho meu, é uma AVENTURA feita pra todas as idades, com humor, coragem, doçura e romance na dose certa. Sou meio suspeita pra falar né, porque já assisti o filme duas vezes no cinema (e vou ser a primeira a comprar o dvd), mas o filme é perfeito!!! Pra concluir, quem já não viu (pelo menos no trailer) (porque, pra falar mal, como você falou tem que ter visto não só o trailer, como também o filme todo) Branca na casa dos anões com o seu príncipe presa lá, pois a Fera estava a aguardando na floresta, dizer: "Eu não conheço guerreiros mais fortes pra lutar nessa batalha... mas a luta é minha!" e sair, de espada na mão. HAHAHA PERFEITO DEMAIS CARA!!! E pra outros que venham aqui concordar com o autor do blog só porque o filme tem o nome de um conto de fadas, ASSISTAM e depois critiquem, falou?
Natália:
Se você prestar atenção na crítica que fiz, fui todo norteado pelo conto dos Irmãos Grimm, que eu gosto demais, acho perfeito.
O conto original é uma história de terror e violência, tentativas de assassinato e aventura e, em termos cinematográficos - para efeito de comparação - essa versão da Branca de Neve, dirigida por Tarsem Singh é como o "Batman Forever" de Joel Schumacher comparado ao "Batman Begins" do Christopher Nolan: o primeiro é colorido, carnavalizado, com vilões extremamente "over"; o segundo é Batman puro, muito mais fiel às Hqs de onde o personagem veio.
Todas as críticas que publico aqui no MEU BLOG e em mais de 200 jornais Brasil afora são MINHAS OPINIÕES - assisto a TODOS os filmes que comento, senão, pra que eu daria Cotação falsa?
Já tive a oportunidade de assistir a um trailer de 20 minutos de "Branca de Neve e o Caçador", que estreia logo nas telonas, e que remete muito mais ao conto dos Irmãos Grimm do que "Espelho, Espelho Meu".
Os leitores não tem preconceito em relação a contos de fada, não - está aí a boa série ONCE UPON A TIME no canal Sony que tem como personagens principais Branca de neve, o príncipe, sua filha e seu neto e que não tem nem o humor rasteiro, nem o pastelão de "Espelho, Espelho Meu".
Você acerta em dizer que a Branca da Disney (1939) foi feita para passar valores para crianças, mas é muito mais bem realizada, mais violenta e mais sombria do que "Espelho...".
Grande abraço, e obrigado pelo comentário!
Bom, eu acho que não sou muito boa em escrever textos grandes, posso confundir os leitores as vezes. E também acho que enrolei demais pra dizer simplesmente que PREFIRO Espelho, Espelho Meu.
Mas isso não é a toa. Bom, talvez pra alguns sim, mas eu não critico esses alguns, pois poucos tem o meu gosto (pra vc ver, uma garota de 14 anos que ainda curte contos de fadas, kk).
Enfim, o que me encantou em Espelho, Espelho Meu, foi a moral, a lição que ele passa, não sei... algo que vi em pouquíssimos filmes.
Gostei demais do fato de a Branca de Neve ser astuta o bastante pra sair e lutar SOZINHA, sem precisar de príncipe nenhum, nem pra lutar, nem pra acordá-la, porque não desmaiou (pois nem a maçã envenenada ela foi ingênua o suficiente pra morder.).
Esses toques, pequenos toques, que fizeram MUITA diferença pra mim. E foi a inovação do escritor que me fez dizer que Espelho, Espelho Meu foi um dos melhores filmes que já vi na vida.
Não ligo se o diretor é indiano ou não. Só sei que pra mim, todos que trabalharam na realização deste filme merecem os parabéns!
Não falo isso com voz de experiência ou olhar de critica profissional, sou só uma adolescente fã mesmo!
Eu posso mesmo ser um pouco "agressiva" ao impor os meus gostos, pois quando eu gosto, gosto pra valer! (E não é que eu queira fazer os outros gostarem da mesma coisa que eu, só quero que entendam o por quê de eu gostar, e que respeitem esse meu gosto)
Tenho que dizer novamente que não concordo com o seu ponto de vista sobre o diretor Tarsem Singh (dizendo: "... e para que não vejam a PORCARIA que ele dirigiu."), mas volto a repetir que gosto é gosto e não devemos discutir!
Vlw a resposta, Cláudio!
Valeu, Natália! Continue comentando, seus comentários são MUITO BONS e MAIS QUE BEM VINDOS!
Grande beijo.
Klau
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