Como é apropriado para a ocasião, no lançamento do novo romance autorizado de James Bond, "Carte Blanche", havia carros de luxo, champanhe à vontade, chegadas espetaculares de soldados britânicos e uma garota de longas pernas em uma moto vintage.
A divulgação do livro do escritor policial norte-americano Jeffery Deaver, sobre 007 e suas mais recentes aventuras estava mais para Hollywood do que para o geralmente mais discreto mundo dos livros.
Mas Bond é ainda uma excelente aposta comercial em forma de livro - onde o personagem completa agora 60 anos - bem como na telona - 50 anos -, o que explica o evento de alto nível na recém-reformada estação de trem St. Pancras, em Londres, com seu ostentoso bar - anunciado como o mais longo da Europa.
Deaver, mais conhecido por seus livros de Kathryn Dance e Lincoln Rhyme, chegou ao bar em um Bentley moderno, o mesmo que Bond usa no livro.
007.museum.com
O escritor Jeffery Deaver posa tendo ao fundo o Big Ben, em Londres
Ele foi conduzido pelo piloto e dublê e pela modelo Chesca Miles, que apareceu como uma Bond Girl em uma moto BSA, e recebeu uma cópia do livro novo de um membro do Comando da Marinha Real, que desceu de rapel do teto da estação.
Deaver é norte-americano, mas sempre afirmou que tinha as qualidades "camaleônicas" necessárias para entrar na mente de um personagem essencialmente inglês e admitiu que a pesquisa ajudou.
"Eu me tornei um britânico durante os cerca de oito meses que me levaram para escrever o livro", disse ele à Reuters durante o lançamento.
Deaver acreditava que seus romances anteriores tinham muito em comum com uma boa história de Bond, personagem criado por Ian Fleming, mas que "Carte Blanche" apresentava um desafio extra.
"Sei o que meus fãs querem, os milhões de fãs Jeffery Deaver mundo afora", disse ele.
"Querem um livro que é essencialmente uma montanha-russa, se move muito rapidamente, com muitas reviravoltas, e uma grande surpresa no final. Bem, é isso o que 'Carte Blanche' será."
A editora britânica Hodder & Stoughton fez questão de manter a história em segredo antes do lançamento.
"Para meus leitores, acho que há um imediatismo nos livros que se passam nos dias de hoje", explicou o autor.
"Eu quero um livro que seja a mais intensa experiência emocional."
"Com uma história de época, não ficamos com as palmas das mãos suadas, não sentamos na beirada da cadeira da mesma forma que com Bond resolvendo um problema, um terror, uma ameaça que todos nós enfrentamos todos os dias."
Deaver já escreveu 28 livros e vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo e continua uma longa tradição de romances pós-Fleming autorizados pelo espólio do escritor inglês - que incluíram Kingsley Amis, John Gardner e Raymond Benson.
Mais de 100 milhões de livros tendo Bond como personagem já foram vendidos no mundo.
CRÍTICA
Jeffery Deaver, autor de thrillers como "O Coleccionador de Ossos", consegue não só captar à perfeição a essência de 007, mas também manter o ritmo e a emoção que Ian Fleming tinha habituado seus fãs - eu incluso.
O título do livro - "Carte Blanche" - vem justamente das investigações de Bond dentro da Inglaterra, já que ele não tem "carta branca" pra trabalhar com contra-espionagem - no Reino Unido, o MI6 é responsável pelo exterior, e o MI5, pelo território britânico.
No livro, Bond tem por volta de 30 anos e trabalha numa subsidiária do MI6, a ODG - Overseas Development Group - criada pelo governo britânico depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 - dentro dessa organização é que está a “Seção 00", onde seus agentes com duplo zero tem licença para matar e respondem diretamente a “M” - o bom e velho Sir Miles dos livros de Fleming, agora falando ao celular e fumando cachimbo - e o Chief Of Staff continua sendo Bill Tanner.
A secretária de Bond, Mary Goodnight também aparece,Miss Monneypenny também e a “Seção Q” é comandada por um oriental, que adora um desafio e inventa muitos gadgets para o agente - como um ainda mais inteligente smartphone, o iQPhone.
No livro, 007 usa uma pistola Walther PPS, arma um pouco menor do que a Walther P99 dos livros de Fleming e que é uma atualização do modelo PBK dos filmes.
Aqui, 007 dirige um Bentley - como nos livros de Fleming - só que agora é o modelo esportivo GT - e também tem um Jaguar na garagem do seu prédio, onde May, empregada de Bond nos livros de Fleming, é citada brevemente.
Só não gostei de Bond aqui não tomar o seu Martini "shaken, not stirred" - ele bebe Bourbon.
Na trama, o MI6 é informado sobre um possivel ataque terrorista que irá acontecer muito em breve no Afeganistão e que afetará seriamente os interesses britânicos - não falarei do que se trata o ataque, para não estragar a surpresa de quem lerá o livro.
Bond é convocado para investigar e chega até um mega-empresário do setor de reciclagem, Severan Hydt, com histórico típico de vilão de 007 - rico em pouco tempo e com passado obscuro - e que adora destruição, corpos em decomposição, tem unhas grandes e mal cuidadas e tem um capanga muito perigoso, o frio e calculista Dunne.
Importunado pelo MI5, Bond consegue ter “Carta Branca” fora de Londres para agir da maneira que julgar necessário e então, vamos com ele para a Sérvia, Cidade do Cabo e Dubai, entre outros lugares, com muitas Bond Girls espalhadas pelo caminho - e com 007 comento todas.
O autor consegue colocar, com êxito, uma sub-trama onde Bond investiga a morte de seus pais, Monique e Andrew, uma pequena pérola dentro da trama principal e que se resolve muito bem.
Com cenas de ação muito bem descritas, bom humor, muita tecnologia, máquinas velozes e muitas surpresas, a trama é digna de um livro da Saga Bond, e, com certeza, tem tudo para virar o 24o. filme da série oficial de 007 nos cinemas - antes, teremos "007:Operação Skyfall" que estreia em novembro, e que marca os 50 anos da série nas telonas.
CARTE BLANCHE
Autor:
Jeffery Deaver
Editora:
Pocket Books
Assunto:
Literatura Estrangeira
Idioma:
Inglês
Encadernação:
Brochura, 430 páginas
Edição:
1ª
Ano de Lançamento:
2012
Quanto:
R$ 20,40
Onde Comprar:
Cotação do Klau:
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