sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"TRON, O LEGADO": POR FORA, BELA VIOLA...

Com um visual retrô/futurista, "Tron - O Legado", que estreia nessa sexta (17) em cópias convencionais, 3D e IMAX - em versões dubladas e legendadas - é um olhar para o futuro, mas com olhos da década de 1980, quando realidade virtual era algo distante e quase inacessível.

Retomando a temática e personagens de "Tron - Uma Odisseia Eletrônica" (1982), o novo longa tem efeitos especiais caprichados, para tentar conquistar um público mais chegado a esse tipo de extravagância: um videogame de duas horas na telona, que aborda temas algo sérios, algo filosóficos resultando numa cultura de orelha de livro.
Quando quer ser sério, o filme é chatérrimo; quando quer ser apenas "mezzo" ficção científica, "mezzo" filme de ação, como a pizza de fim de semana, consegue ser divertido.

O protagonista é o filho de Kevin Flynn - Jeff Bridges - engenheiro de software que desapareceu há 20 anos - Sam - Garrett Hedlund -, que tem o controle de sua empresa milionária, mas nunca aparece por lá, deixando a administração nas mãos de outras pessoas.

Divulgação/Disney

Jeff Bridges, em cena do filme

Atormentado pelo desaparecimento do pai, Sam entra - literalmente - dentro do computador de Kevin, onde descobre um mundo diferente e perigoso.

Nesse ambiente virtual, os programas ganham forma humana, duelam com pessoas, matam usuários e sonham viver no mundo real.

Os duelos lembram gladiadores combatendo - com público e morte do perdedor - e Sam é jogado numa batalha e precisa lutar por sua vida - discos que humanos e não humanos carregam nas costas são armas.

Na trama, está o sonho secreto de todo nerd : viver num mundo dentro do videogame, onde é possível ter poderes.

Kevin vivia essa realidade, mas esse seu mundo tão perfeito o aprisionou, e uma criatura que ele inventou chamada Clu - interpretada pelo próprio Bridges, rejuvenescido por efeitos especiais - o trancou dentro de seu computador, onde cada um deles é a personificação do bem e do mal.

Divulgação/DisneyGarrett Hedlund, em cena do filme

Clu aspira ter cada vez mais poder e conta com uma legião que o segue e protege; Kevin prefere meditar na companhia de Quorra - Olivia Wilde - personagem que se revelará importante mais tarde.

A Sam restam dois desejos: reconectar-se com o pai desaparecido e voltar para o mundo real. Esta seria a força dramática da história, mas se há uma coisa que falta aqui é justamente dramaticidade.

Nunca fui muito fã de games, "Tron - O Legado" é um game numa telona, e ao público cabe o papel de assistir a outras pessoas jogando. Nada mais chato.

Lógico, este filme está muito acima do visual e dos efeitos do original, de 28 anos atrás, e não é por acaso que o DVD do filme de 1982 está esgotado - a Disney, que produziu e distribuiu ambos, não quer surpreender os jovens com o visual tosco e os efeitos primários do primeiro filme, e assim espantar seu público-alvo para este.

O diretor estreante Joseph Kosinski cumpre direitinho com seu papel, de criar um filme capaz de estimular o consumo dos produtos que ele vai gerar - brinquedos, games e qualquer outra bobagem ligada à marca.

O visual é bom, mas a aguardadíssima trilha sonora do Daft Punk, incessante e exagerada, é ruim, de doer os ouvidos.

Como vanguarda, o filme de 1982, mesmo tendo uma péssima bilheteria à época, virou cult; o de agora teria um trabalhão, mas a Disney espera faturar horrores com ele.

Para mim, foi a decepção do ano.

Confira o trailer do filme:

*****

TRON, O LEGADO
tulo original: TRON: Legacy
Diretor: Joseph Kosinski
Estúdio e Distribuição: Disney
Elenco:
Jeff Bridges
Garrett Hedlund
Olivia Wilde
Bruce Boxleitner
James Frain
Beau Garrett
Michael Sheen
Anis Cheurfa
Gênero: Aventura, Ficção Científica, Ação
Duração: 127 mins.
Ano: 2010
Data da Estreia: 17/12/2010
Cor: Colorido
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
País: EUA
COTAÇÃO DO KLAU:









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