quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A SEMANA NA DIVERSIDADE E DIREITOS CIVIS

Foram tantas as notícias nesta semana, que eu resolvi fazer uma postagem especial, com todas as que eu entendo serem mais interessantes:

HOMOFÓBICO DA PAULISTA, FINALMENTE PRESO

O juiz Bruno Ronchetti, da 1ª Vara do Júri, decretou nesta terça-feira (21) a prisão preventiva de Jonathan Lauton Domingues, 19, um dos jovens acusado de agredir quatro rapazes na avenida Paulista, região central de São Paulo, no dia 14 de novembro. Jonathan foi denunciado na segunda-feira (20) pelo Ministério Público por furto, lesões corporais e por tentativa de homicídio triplamente qualificado. A defesa vai recorrer ao Tribunal de Justiça.

Outros quatro menores acusados das mesmas agressões já foram encaminhados para a Fundação Casa. O juiz da Vara da Infância de Juventude aprecia o caso e deve tomar uma decisão ainda esta semana.

Os cinco são acusados de agredir com socos, pontapés e lâmpadas fluorescentes um lavador de carros, dois estudantes e um fotógrafo. O estudante Gabriel Alves Ferreira, 21, presenciou o espancamento do colega L.A.B., de 23, na altura do número 900 da avenida Paulista.

"Eles passaram por nós, depois se viraram, chamaram o L. e o atacaram com uma lâmpada fluorescente no rosto", disse. O rapaz caiu e continuou sendo atacado com socos e pontapés. "Eu e mais um colega ficamos em choque, não pudemos fazer nada. Tudo durou menos de dois minutos."

A internação dos adolescentes ocorreu após serem divulgadas imagens de câmeras de segurança que flagraram as agressões.

No último dia 17, o Ministério Público encaminhou à Justiça o pedido de internação definitiva dos quatro menores. A internação pode durar até três anos.

Jonathan já havia sido preso logo depois das agressões. Ficou detido no 2º DP (Bom Retiro), no entanto, em 15 de novembro foi libertado por decisão da Justiça. A justificativa foi a de que não tinha antecedentes criminais e possuía endereço fixo e que, portanto, podia acompanhar o inquérito em liberdade.

A Defensoria Pública do Estado disse que vai entrar com processo administrativo contra os acusados.Eles serão denunciados na Secretaria da Justiça com base na lei estadual que pune a homofobia. A Defensoria pedirá multa máxima, de R$ 16,42 mil, para cada um dos envolvidos. O caso correrá paralelamente ao processo criminal.

Davi Gebara Neto, advogado de um dos menores, ainda tem a cara de pau de sempre afirmar que não houve homofobia.

Fontes: UOL e Folha de S.Paulo

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Campanha anti-HIV visa um grupo muito especial: Os Cinquentões

A campanha "AIDS não tem idade -- use camisinha sempre" é uma iniciativa independente da
Na Laje Filmes, idealizada após a divulgação dos dados da Organização Mundial da Saúde que mostravam o aumento de contaminados pelo vírus por pessoas após os 50 anos. As principais causas do crescimento estão associadas à evolução dos medicamentos que controlam a disfunção erétil e, sobretudo, à falta do costume em usar preservativos.

Confira o filme, postado no You Tube:


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BOLLYWOOD, E SEU PRIMEIRO BEIJO GAY

A indústria cinematográfica de Bollywood - a mais produtiva do mundo - lançou seu primeiro filme com beijo gay, qualificado pela crítica do país como uma "tentativa" de réplica asiática ao americano "O Segredo de Brokeback Mountain".

"Dunno Y... Na Jaane Kyun/"Não Sei Por Que" - é o primeiro filme indiano cujo tema é relação amorosa entre dois homens.

A história de amor, filmada com um baixo orçamento e protagonizada pelos atores Kapil Sharma e Yuvraj Parashar, trata da relação de dois homossexuais no contexto dramático da família anglo-indiana de um deles.

"Convincente", "valente" e "pouco ortodoxo" são alguns dos adjetivos que a crítica do país conferiu ao primeiro filme do estreante Sanjay Sharma, embora a produção não tenha sido poupada de ataques por parte dos mais conservadores
.

Divulgação
'Cena

Cena do filme

O lançamento do filme estava previsto para coincidir com as comemorações do "Diwali", a "festa das luzes" do hinduísmo, mas grupos de extrema-direita ameaçaram os cineastas, que foram pressionados a adiarem a estreia por razões de segurança.

Embora as sequências de amor homossexual dos protagonistas - como uma na qual um deles barbeia o outro - foram tachadas pelos críticos indianos de "piegas" e "bregas", a imprensa louvou a ousadia da trama do filme, levando em conta a conservadora sociedade que o assistirá.

Este é primeiro filme que aborda o amor entre pessoas do mesmo sexo depois que o Tribunal Superior de Délhi defendeu, em 2009, que os atos homossexuais não configuram crime e que sua penalização viola os direitos fundamentais da Constituição.

A homossexualidade é um dos grandes tabus da sociedade indiana.

Confira:

Um dos protagonistas do filme diz que já recebeu ameaças anônimas pelo correio. Para ele, no entanto, a homossexualidade é parte de todas as culturas, inclusive a indiana.

Já representantes de diversas religiões, incluindo hindus, sikhs, muçulmanos e cristãos, condenam o que chamam de “celebração da homossexualidade”.

O público também parece dividido quanto o que pensar sobre a polêmica. Enquanto alguns defendem o banimento de filmes com temática gay, outros veem a homossexualidade como algo aceitável.

Fontes: EFE e BBC BRASIL

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DITADURA IRANIANA CONDENA CINEASTA A SEIS ANOS DE PRISÃO

Um tribunal iraniano sentenciou o cineasta Jafar Panahi a seis anos de prisão e o proibiu de fazer filmes ou viajar ao exterior por 20 anos, disse sua advogada nesta segunda (20), de acordo com a agência de notícias Isna. Ganhador de muitos prêmios internacionais e partidário do líder oposicionista Mirhossein Mousavi na contestada eleição presidencial do ano passado, Panahi foi preso no início de março. Ele foi mantido em detenção por 88 dias, durante os quais iniciou uma greve de fome.

AFP

O Cineasta Iraniano, premiado com o Leão de Ouro em Berlim

"Panahi foi sentenciado a seis anos de prisão por agir e fazer propaganda contra o sistema," disse a advogada do cineasta, Farideh Gheyrat, segundo a agência de notícias Isna. "Além disso, foi proibido de fazer filmes, escrever qualquer tipo de roteiro, viajar ao exterior e falar com a mídia local ou estrangeira por 20 anos," acrescentou a advogada. Gheyrat disse que o "veredito pesado" lhe foi entregue no sábado e que ela tem 20 dias para recorrer da sentença.

De acordo com um comunicado divulgado na Itália, em novembro, Panahi foi a julgamento acusado de fazer um filme sem permissão e incitar protestos da oposição após a eleição de 2009, que levou a meses de turbulência política. Na declaração que fez ao tribunal, transmitido à Reuters pelos organizadores do "Giornate degli Autori - Venice Days," um evento secundário do Festival de Veneza, Panahi disse ser vítima de injustiça e descreveu como "piada" uma das acusações que lhe foram feitas.

Ele disse que tinha começado a fazer seu filme mais recente quando sua casa foi invadida pela polícia. Sua coleção de filmes foi classificada como "obscena" e confiscada. Panahi foi impedido de ir ao Festival de Veneza de 2010, em setembro. As autoridades iranianas regularmente acusam governos e mídia ocidentais de fazer propaganda política contra a República Islâmica.

Panahi recebeu o prêmio Câmera de Ouro - concedido a diretores estreantes - no Festival de Cannes por seu filme de 1995 "O Balão Branco" e, cinco anos depois, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza por "O Círculo".

O diretor norte-americano Steven Spielberg e a atriz francesa Juliette Binoche estão entre os astros do cinema que já se manifestaram a favor dele. Panahi foi preso inicialmente com sua mulher e filha, mas seus familiares foram soltos mais tarde e ele foi levado à notória prisão de Evin, em Teerã.

Fonte: Reuters

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