segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

AINDA FALTA MUITO FEIJÃO COM ARROZ PARA SERMOS CHAMADOS DE "PAÍS EMERGENTE"


Pessoal:

Queria comentar com vocês essa matéria, que acabei de ler no "O Globo":

"Quanto é oito dividido por quatro?
- Não sei, preciso de um papel".

Evanildo, 18 anos, cursa o 3º ano do ensino médio numa escola estadual em Maceió, e acaba de fazer vestibular para a Universidade Federal de Alagoas.

Entrevistado pelo jornal carioca, pode virar universitário, mas é o retrato de uma tragédia.

Alagoas e Maranhão são os dois Estados brasileiros com os piores resultados no Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, realizado a cada três anos, e que compara o desempenho em leitura, matemática e ciências de jovens de 15 anos, em 65 países.

A terra arrasada, e há décadas submetida à oligarquia do literato coroné Sarney - um dos mais queridos "companheiros" de Luiz Inácio, invariavelmente ostenta, em qualquer ranking que se faça, os piores indicadores sociais do país.

O Brasil obteve avanços expressivos no Pisa desde 2000, mas segue em situação vexatória: 57º em matemática, 53º em ciência e leitura.
O mais alarmante, no caso brasileiro, é que aumentou, nos últimos três anos, o abismo entre as escolas públicas e privadas.

Com exceção das escolas federais,que respondem por pouco mais de 200 mil alunos num universo de 52,5 milhões, a competência para leitura na rede pública brasileira fica em 58º lugar no ranking, e a rede privada ocupa a 9ª posição.

Só que a rede pública tem 85% dos estudantes dos ensinos fundamental e médio, e a distância entre o desempenho nas escolas públicas e nas particulares, que se ampliou, caracteriza um quadro nítido de apartheid.

Como se vê, fazemos ainda pouco caso do que significa formar Evanildos, pois é esse o país que Dona Dilma vai receber:

1 - Os brasileiros que ganham mais de R$ 10.200 são apenas 3 milhões, e os que sobrevivem com menos de R$ 1 mil são79 milhões, e olha que aqui estou falando de renda familiar, não individual.
2 - Apenas 1,5% dos brasileiros habitam a cobertura brasileira ,41% moram mesmo é no porão, e 40%, ocupam o andar de baixo, o que, estatísticas à parte, o sentido comum manda chamar de pobres esses 80%.

3 - Por mais incrível que possa parecer, há brasileiros em condição ainda pior, conforme constatou o jornal "O Estado de S. Paulo", ao verificar dados do Ministério de Desenvolvimento Social:
"Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa-Família, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre R$ 70 e R$ 140 mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mas ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa".

Resumo da ópera lulista: quase a metade dos pobres entre os pobres não levanta cabeça nem mesmo com a ajuda do governo, indispensável para que pelo menos não morram de fome.

Quanto aos dados desastrosos sobre educação já citados, fico apenas com a certeza de que o desnível educacional entre a escola dos mais ricos e a dos mais pobres é uma forma de perpetuar as condições que descrevi aqui.

Dá para dizer que um país assim é "emergente"?

Ainda falta muito feijão com arroz na mesa dos brasileiros para ao menos sermos chamados assim.

*****

ATÉ SEGUNDA!

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