A solidão, o pânico diante de cada filmagem e sua paixão pela literatura estão entre as revelações de "Fragments", a coleção de escritos íntimos da Diva das Divas das Divas
Marilyn Monroe, que será publicada no mundo todo graças ao empenho de um editor francês.
Os fãs - eu incluso - poderão ter contato com esses textos inéditos da Diva americana
(1926-1962), que estavam em poder de Anna, viúva de Lee Strasberg, diretor do Actor's Studio e uma de suas melhores amigas, e que foram editados por Bernard Comment para a casa francesa Seuil.
O editor afirma que conseguiu os textos por uma quantia não revelada, mas admite que pagou um preço incrivelmente baixo, já que havia o interesse de Anna Strasberg em encontrar um editor "com personalidade literária", não ansioso por encher os bolsos com "outro livro sobre Monroe".
São 272 páginas, com fac-símiles das notas de Marilyn escritas em papel de cartas de hotéis, folhas soltas, diários e cartas que durante 48 anos mantiveram oculto o mundo interior do mito de Hollywood, uma mulher espetacular por fora que quis sê-lo também por dentro.
"Como posso interpretar uma menina tão feliz, juvenil e cheia de esperanças?" questiona-se em um fragmento sem data (só há referência a "27 de agosto") no qual a atriz confessa, em plena filmagem: "buscar a maneira para interpretar este papel, desde sempre minha vida inteira me deprimiu".
O livro começa com notas de 1943, quando ela tinha 17 anos; Norma Jean Mortenson casa-se com Jim Dougherty e afirma: "com certeza era uma grande tímida, mas, como gostava das pessoas e tinha amigos em todas as partes, fazia esforço em conservá-los, minha vida chegou a ser equilibrada".
No início dos anos 50, em um caderno preto, a protagonista de "Quanto Mais Quente Melhor"
(1959) e "Nunca fui Santa" (1956), e imagem do desejo para milhões de homens e mulheres, pede socorro: "Só! Estou só. Sempre estou, aconteça o que acontecer".
Pouco depois confessa sobre seu trabalho como atriz: "(...) tenho medo de fazer novos filmes porque talvez não tenha capacidade de fazê-los, as pessoas vão pensar que não sou uma boa atriz, vão rir ou, inclusive, vão pensar que não sei atuar".
"Tento me recuperar dizendo a mim mesma que fiz coisas bem feitas e que tive momentos excelentes, mas mesmo assim não tenho confiança (...), sou deprimida (...), louca", acrescenta nas notas, que coincidem com os anos do auge da carreira cinematográfica da atriz.
Marilyn fala nas passagens da vida com o escritor Arthur Miller - "ultimamente nada em minhas relações pessoais (e profissionais) me aterrorizou tanto, exceto ele. Várias vezes me senti muito mal com ele", afirma.
E a Diva divagava: "A verdadeira razão pela qual tenho medo é porque acho que sou homossexual", diz Marilyn em uma "agenda italiana" datada em 1955 e 1956, que correspondem a sua estadia na clínica Payne Whitney de Nova York e refletem o sofrimento da atriz, sua tendência à depressão e seu medo de enlouquecer, como sua mãe.
Em carta a Lee e Paula Strasberg, confessa: "tenho certeza que acabarei louca se continuar vivendo esse pesadelo" - para depois escrever: "Por favor, Lee, ajude-me, este é o último lugar no qual deveria estar. Talvez chamando o doutor Kris e dizendo que tenho uma boa saúde mental e que preciso fazer aulas para me preparar melhor para 'Rain'", continua, quase gritando nessa carta desesperada.
Em outro momento deste compêndio de escritos, Marilyn diz que o doutor Kris, interessado em saber se sua depressão ajuda-a a interpretar melhor seus papéis no cinema, responde: "Greta Garbo, Charlie Chaplin e talvez também Ingrid Bergman, às vezes, trabalharam quando estavam deprimidos".
O livro - que será colocado à venda em todo o mundo a partir da edição francesa - revela o interesse da atriz pela literatura, através da qual parece que sempre quis construir uma rica vida interior.
Duas fotografias a mostram: uma "lendo" as últimas páginas de "Ulisses", de James Joyce, em um parque nova-iorquino, e outra na capa da mesma revista francesa, que agora adianta as notas, em uma publicidade de perfume.
Marilyn Monroe é uma das personalidades mundiais sobre quem já foram escritos muitos livros, e o grande público nem suspeitava que no interior de seu desejado corpo vivia a alma de uma intelectual e poeta.
Seus textos mostram como Marilyn busca nela mesma sua própria verdade, para dar vida a seus melhores papéis, e para enfrontar os grandes textos, e o ideditismo desse livro está justamente no fato de que agora, é ela mesma quem escreve.
Leitora compulsiva, Marilyn possuía uma imponente biblioteca, onde estavam presentes todos os grandes escritores - biblioteca que foi dispersada em um grande leilão da Christie's em 1999, em benefício de uma associação de caridade para escritores carentes.
Os fãs - eu incluso - poderão ter contato com esses textos inéditos da Diva americana
(1926-1962), que estavam em poder de Anna, viúva de Lee Strasberg, diretor do Actor's Studio e uma de suas melhores amigas, e que foram editados por Bernard Comment para a casa francesa Seuil.
O editor afirma que conseguiu os textos por uma quantia não revelada, mas admite que pagou um preço incrivelmente baixo, já que havia o interesse de Anna Strasberg em encontrar um editor "com personalidade literária", não ansioso por encher os bolsos com "outro livro sobre Monroe".
São 272 páginas, com fac-símiles das notas de Marilyn escritas em papel de cartas de hotéis, folhas soltas, diários e cartas que durante 48 anos mantiveram oculto o mundo interior do mito de Hollywood, uma mulher espetacular por fora que quis sê-lo também por dentro.
"Como posso interpretar uma menina tão feliz, juvenil e cheia de esperanças?" questiona-se em um fragmento sem data (só há referência a "27 de agosto") no qual a atriz confessa, em plena filmagem: "buscar a maneira para interpretar este papel, desde sempre minha vida inteira me deprimiu".
O livro começa com notas de 1943, quando ela tinha 17 anos; Norma Jean Mortenson casa-se com Jim Dougherty e afirma: "com certeza era uma grande tímida, mas, como gostava das pessoas e tinha amigos em todas as partes, fazia esforço em conservá-los, minha vida chegou a ser equilibrada".
No início dos anos 50, em um caderno preto, a protagonista de "Quanto Mais Quente Melhor"
(1959) e "Nunca fui Santa" (1956), e imagem do desejo para milhões de homens e mulheres, pede socorro: "Só! Estou só. Sempre estou, aconteça o que acontecer".
Pouco depois confessa sobre seu trabalho como atriz: "(...) tenho medo de fazer novos filmes porque talvez não tenha capacidade de fazê-los, as pessoas vão pensar que não sou uma boa atriz, vão rir ou, inclusive, vão pensar que não sei atuar".
"Tento me recuperar dizendo a mim mesma que fiz coisas bem feitas e que tive momentos excelentes, mas mesmo assim não tenho confiança (...), sou deprimida (...), louca", acrescenta nas notas, que coincidem com os anos do auge da carreira cinematográfica da atriz.
Marilyn fala nas passagens da vida com o escritor Arthur Miller - "ultimamente nada em minhas relações pessoais (e profissionais) me aterrorizou tanto, exceto ele. Várias vezes me senti muito mal com ele", afirma.
E a Diva divagava: "A verdadeira razão pela qual tenho medo é porque acho que sou homossexual", diz Marilyn em uma "agenda italiana" datada em 1955 e 1956, que correspondem a sua estadia na clínica Payne Whitney de Nova York e refletem o sofrimento da atriz, sua tendência à depressão e seu medo de enlouquecer, como sua mãe.
Em carta a Lee e Paula Strasberg, confessa: "tenho certeza que acabarei louca se continuar vivendo esse pesadelo" - para depois escrever: "Por favor, Lee, ajude-me, este é o último lugar no qual deveria estar. Talvez chamando o doutor Kris e dizendo que tenho uma boa saúde mental e que preciso fazer aulas para me preparar melhor para 'Rain'", continua, quase gritando nessa carta desesperada.
Em outro momento deste compêndio de escritos, Marilyn diz que o doutor Kris, interessado em saber se sua depressão ajuda-a a interpretar melhor seus papéis no cinema, responde: "Greta Garbo, Charlie Chaplin e talvez também Ingrid Bergman, às vezes, trabalharam quando estavam deprimidos".
O livro - que será colocado à venda em todo o mundo a partir da edição francesa - revela o interesse da atriz pela literatura, através da qual parece que sempre quis construir uma rica vida interior.
Duas fotografias a mostram: uma "lendo" as últimas páginas de "Ulisses", de James Joyce, em um parque nova-iorquino, e outra na capa da mesma revista francesa, que agora adianta as notas, em uma publicidade de perfume.
Marilyn Monroe é uma das personalidades mundiais sobre quem já foram escritos muitos livros, e o grande público nem suspeitava que no interior de seu desejado corpo vivia a alma de uma intelectual e poeta.
Seus textos mostram como Marilyn busca nela mesma sua própria verdade, para dar vida a seus melhores papéis, e para enfrontar os grandes textos, e o ideditismo desse livro está justamente no fato de que agora, é ela mesma quem escreve.
Leitora compulsiva, Marilyn possuía uma imponente biblioteca, onde estavam presentes todos os grandes escritores - biblioteca que foi dispersada em um grande leilão da Christie's em 1999, em benefício de uma associação de caridade para escritores carentes.
Mesmo depois de morta, Marilyn continua fazendo sonhar.
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Enquanto aguardo esse livro com extrema ansiedade, me divirto com mais um livro sobre a Diva: a Calla Editions acabou de lançar uma obra que traz mais de 100 imagens inéditas de Marilyn, em preto e branco.
Calla Editions/Divulgação
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Enquanto aguardo esse livro com extrema ansiedade, me divirto com mais um livro sobre a Diva: a Calla Editions acabou de lançar uma obra que traz mais de 100 imagens inéditas de Marilyn, em preto e branco.
Calla Editions/Divulgação
"Marilyn: August 1953" tem fotografias tiradas no verão de 1953 - quando ela tinha 27 anos - e foi realizado por John Vachon para a revista "Look" em Alberta no Canadá, onde a atriz filmava "O Rio das Almas Perdidas/River of No Return"(1954), com Robert Mitchum e direção de Otto Preminger e Jean Negulesco.
Entre as fotos, Marilyn aparece ao lado de seu noivo na época, o jogador de beisebol Joe DiMaggio, com o pé esquerdo enfaixado por conta de uma torção, motivo de a Diva também aparecer em algumas imagens usando muletas.
É uma obra imperdível, pois é muito bem feito, a edição é de primeira e o melhor: é barato.
"MARILYN: AUGUST 1953"
Editora: Calla Editions
Quanto: US$ 19.80
Onde Comprar: Amazon.com
COTAÇÃO DO KLAU:
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