segunda-feira, 30 de abril de 2012

CONFIRA ÚLTIMOS TRABALHOS DO FOTÓGRAFO AMERICANO TERRY BORDER


Em seu último livro, o fotógrafo americano Terry Border mostra Arte ao fazer objetos domésticos abordarem a temática do amor.

Imagens: BBC - Divulgação

Com frutas, livros e um pouco de arame retorcido, Border monta cenas engraçadas e afetuosas.


O objetivo do livro "Bent Objects of My Affection", segundo o fotógrafo, é "expressar as muitas maravilhas e razões do amor".


Algumas das cenas são mais apimentadas mas, mesmo assim, o foco principal de Border ainda é o humor.


Nas legendas e títulos das fotos, Border desfila o seu humor, como nesta foto, chamada "Love is Sticky - French Kissing" (O Amor é Pegajoso - Beijo de Língua, em tradução livre).


O fotógrafo disse que primeiro faz um rascunho das situações, pensa em como a cena poderia retratar pessoas.


Borders começou sua carreira em fotografia comercial, até que se voltou para esculturas, depois de encontrar uma antiga caixa de ferramentas.


Border faz esculturas e já mostrou seu trabalho em galerias de arte americanas, mas já afirmou que seu forte são estas cenas com objetos comuns


O artista afirma que costuma criar suas histórias a partir dos objetos e costuma escolher cada objeto usado já pensando em como colocar braços e pernas de arame


Apesar do humor de suas fotografias, Border declarou que não é muito bom em contar piadas...

ARTISTA DE MÚLTIPLAS PERSONALIDADES FAZ ARTE EM MÚLTIPLOS ESTILOS


A artista britânica Kim Noble é uma adolescente anoréxica.

Imagens: Divulgação/Henry Boxer Gallery

Também é um homem gay.


Ou um menino que só fala latim.


Ou uma pessoa muda por opção.


Ou 14 artistas aclamados.


Essas são só algumas das cerca de cem personalidades que ela diz ter.


Ela sofre de um quadro grave de desordem dissociativa de identidade - antes chamada de distúrbio de múltipla personalidade - que a faz trocar frequentemente entre as diversas personalidades e entre os diferentes estilos artísticos de seus principais alter egos, a maioria deles pintores.


Patricia - como prefere ser chamada na maior parte do tempo - quando está na pele de sua personalidade dominante, acaba de lançar a autobiografia "All of Me" para contar a sua história, e se prepara para mais uma exposição de suas obras, entre 9 de novembro e 2 de dezembro, em uma galeria em Kent, no sul da Inglaterra.


Segundo a própria artista, seu quadro mental é decorrente de um abuso sofrido antes de seus três anos de idade, que "despedaçou" sua mente "em pequenos pedaços, como vidro".


A desordem dissociativa de identidade seria uma forma "criativa" encontrada por sua mente para "lidar com essa dor insuportável".

Outros trabalhos da artista:



'007 - OPERAÇÃO SKYFALL' : ELENCO CHEGA À TURQUIA, E DIRETOR SAM MENDES DIZ QUE DANIEL CRAIG É O BOND DEFINITIVO


A contratação de Daniel Craig para ser o James Bond pós Pierce Brosnan nunca foi uma unanimidade entre os fãs - inclusive o diretor do novo filme, "007 - Operação Skyfall", terceiro de Craig como o espião inglês, também pensava assim.

"Eu era uma daquelas pessoas que não achava ele certo para o papel", confessou Sam Mendes, que revelou o ator nos Estados Unidos com seu "Estrada para Perdição (2002).
"Talvez eu não tivesse escolhido Daniel para ser Bond, mas ele provou que eu estava errado. Vê-lo passar por todo o processo e assumir o personagem foi incrível."

Mendes e Craig fizeram uma coletiva online direto dos estúdios Pinewood - complexo de estúdios gigantescos nos arredores de Londres, criados especialmente para abrigar os gigantescos cenários dos filmes de Bond -  no começo da semana passada.

Pouco antes, o primeiro teaser trailer foi mostrado e, pelas cenas reveladas, "007 - Operação Skyfall" terá um James Bond com sede de vingança por uma série de ataques em solo britânico que culmina no assassinato de vários colegas.

O trailer começa com o próprio agente sendo interrogado sob os olhares dos oficiais M - Dame Judi Dench - e Gareth Mallory - Ralph Fiennes.
Quando perguntado sobre a missão "Skyfall", ele apenas responde: "Está feita".
Em seguida, cenas de explosões em Londres, quedas de prédios em Shanghai e um funeral.
Divulgação - Eon Productions
Daniel Craig nas filmagens de "007 - Operação Skyfall" nos arredores de Londres - Aston Martin DB5, carro ícone de 007, aparece ao fundo

"O filme tem alguns momentos mais sombrios, mas há uma variedades de cores, as lindas bondgirls e algumas referências da mitologia que estamos trazendo de volta para a série", disse Mendes.
"007 não é um mundo real. Por isso que ele é Bond e não Bourne."

Não fica claro se "007 - Operação Skyfall" terá ligações mais fortes com os outros longas protagonizados por Daniel Craig - "Cassino Royale" (2006) e "Quantum Of Solace" (2008).

As locações são diferentes - Turquia e China -,o vilão é interpretado por Javier Bardem e as Bond Girls agora são a inglesa Naomie Harris e a francesa Bérénice Marlohe.
"Somos iguais a Bond em vários sentidos neste filme", exalta Harris, que faz uma agente do MI6 na produção.

Um pouco mais calado que o normal - "Ele passou o dia fazendo uma cena de diálogos de quatro minutos", entregou Mendes -, Daniel Craig acredita que "007 - Operação Skyfall" não é seu último filme como Bond.
"Acho que fico até quando o smoking couber", brincou o inglês.

E por falarmos em Craig, nessa semana o longa -  23º filme da franquia e que comemora 50 anos de James Bond nas telonas -  ganhou uma arte estampada pelo protagonista.

Divulgação - Eon Productions

Craig recebeu uma proposta milionária para atuar como Bond em mais cinco filmes da franquia, e se topar, baterá o recorde atual, que pertence a Roger Moore - que viveu o personagem sete vezes.

Craig começou na franquia em '007 - Cassino Royale' (2006) e personificou 007 também em "007 - Quantum of Solace" (2008).

Elenco e produção de “007 – Operação Skyfall” começaram a filmar neste fim de semana (28 e 29/4) em Istambul, na Turquia.

Essa é a terceira vez que uma aventura de James Bond é filmada na cidade, que já teve o Bond de Sean Connery - “Moscou Contra 007” (1963) - e o Bond de Pierce Brosnan - “007 – O Mundo Não é o Bastante” (1999) - filmados na cidade, capital da Turquia e que tem um pedaço na Europa e outro na Ásia.

Divulgação - Eon Productions
Enenco do longa - Daniel Craig à frente - na Turquia para as filmagens

As locações na Turquia incluem as cidades de Adana, Fethiye e Istambul.

No domingo (29), já em Istambul, o diretor Sam Mendes afirmou que não teria dirigido "007 - Operação Skyfall" sem Daniel Craig interpretando o agente, devido à complexidade que o ator britânico trouxe ao personagem.

Mendes, que ganhou o Oscar pela direção de  "Beleza Americana" (1999), retratou homens conflituosos com vidas comuns - algo bem distante do 007,  considerado o maior herói de ação de todos os tempos.

A imagem de playboy de Bond não reflete o herói cheio de falhas dos livros de Ian Fleming, inicialmente publicado em 1953, disse Mendes durante uma coletiva de imprensa na Turquia, onde o longa estará sendo filmando durante todo mês de maio.
"O que Fleming criou foi um personagem muito conflituoso", afirmou o cineasta britânico.
"Alguns dos conflitos estão sendo explorados neste filme, porque Daniel, como ator, é capaz de explorá-los."
Divulgação - Eon Productions
Daniel Craig como James Bond, em cena de "007 - Operação Skyfall"

"Esta foi a grande coisa para mim: ter um Bond no qual eu acreditava, o qual eu sentia que poderia levar o personagem a um novo patamar. Eu poderia imaginar outro ator, mas eu não iria querer fazer o filme."

Craig, 44, redefiniu Bond como uma figura obscura quando ele assumiu o papel da franquia nos últimos dois filmes - ele e Mendes trabalharam próximos para desenvolver a história do filme mais recente.
"Nós mantivemos conversas constantes, assim que Sam aceitou fazer o filme", disse Craig.

"Nós nem devíamos nos falar, porque a MGM ainda não tinha fechado o acordo. Mas não conseguíamos calar a boca. Era uma chance para nós de fazer uma releitura de Ian Fleming, e começamos a nos mandar e-mails com 'O que você acha disso e daquilo?'. E foi que assim que as coisas rolaram".

Assim, "007 - Operação Skyfall"  promete trazer ação, locações exóticas, vilões intrigantes e uma bela mulher, como de costume na série das telonas - e para os fãs dos romances originais de Ian Fleming, uma jornada pela mente problemática do icônico espião, já que Sam Mendes, diretor do 23º filme da franquia, tem em sua filmografia obras que estudam a personalidade e a emoção dos personagens a fundo.

"Sempre retorno a Fleming porque o personagem que criou em tantos romances é incrivelmente complexo", disse Mendes.

"Algumas pessoas às vezes se apegam no clichê de Bond, um playboy internacional que sempre se mete em problemas, e se esquecem de que o personagem criado por Fleming tinha uma personalidade complexa e conflitante", declarou Mendes, que estava acompanhado do elenco, incluindo Daniel Craig.

Fleming criou um agente secreto que era ao mesmo tempo frustrado e ambivalente em relação ao seu trabalho, e muitos dos filmes sobre Bond passaram ao largo de seus demônios internos, mostrando um personagem cercado por efeitos especiais.

No último romance de Fleming, disse Mendes, Bond sofre de uma "combinação de cansaço, aborrecimento, depressão, dificuldade com o que escolheu para sua vida, que é matar. Isso o faz um personagem muito mais interessante, e algumas dessas coisas foram exploradas neste filme, porque Daniel Craig é um ator capaz de aproveitar isso."

O contrato de merchandising com a Heineken para o longa continua dando o que falar - os fãs odiaram Bond trocando seu tradicional martini pela cerveja - a ponto de a produtora da série oficial, Barbara Broccoli, ter entrado em campo na semana passada.
Em comunicado à imprensa, Barbara garantiu:"Ele também beberá martini com vodca no filme".

"Nos importamos primeiro em escrever o melhor filme possível. Depois só incorporamos o que achamos apropriado", completou o também produtor Michael G. Wilson e meio-irmão de Barbara - os dois são herdeiros do lendário Albert "Cubby" Broccoli, que produziu todos os filmes da saga oficial de do agente secreto, até "007 contra GondenEye" (1995) - e que, felizmente para os Bondmaníacos- eu incluso - assumiram o legado do pai e continuam nos dando filmes maravilhosos.

Na trama de "007 - Operação Skyfall", a lealdade de Bond - Craig - à "M" - Dame Judi Dench - é testada quando seu passado volta a atormentá-la.

Com o MI6 sendo atacado, o agente 007 precisa rastrear e destruir a ameaça, sem se importar o quão pessoal será o custo disto.

No elenco estão Javier Bardem - como o vilão Silva -, Naomie Harris e Bérénice Marlohe - as Bond Girls -, Ralph Fiennes - como um agente do MI6 -, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear e Helen McCrory.

O filme, dirigido por Sam Mendes, estreia no Brasil no dia 2 de novembro próximo.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

'OS VINGADORES - THE AVENGERS': AÇÃO, BOM HUMOR, 3D PERFEITO, ELENCO AFIADO E ROTEIRO BEM AMARRADO


Desde os anos 70 que a Marvel queria fazer filmes com seus principais personagens e que mostrassem toda sua grandiosidade, seus poderes e dúvidas existenciais - esta última o maior segredo do sucesso de suas HQs.

Se a editora rival, DC Comics, conseguia realizar filmes que já entraram para a história do Cinema com seus principais heróis - como "Superman - O Filme" (1978) e "Batman" (1989) - a Marvel patinava em filmes e séries para a TV horrendas, mal produzidas, com atores abaixo da crítica e ruins de dar dó.

Para mim, a grande virada da Marvel veio com o primeiro filme do Hulk - em 2003 - pois, se os efeitos especiais que davam movimento ao monstro verde não eram lá essas coisas, o longa tinha um roteiro razoável e foi muito bem dirigido por Ang Lee, que logo depois fez sua obra prima nas telonas - "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005).

Colocar Samuel L. Jackson como Nick Fury na cena pós-créditos de "Homem de Ferro" (2008)  foi, mais que uma piada interna - Fury era branco nas HQs - uma forma de mostrar aos fãs que eles sabiam que o chamado "Universo Marvel" era maior e que trazia grandes possibilidades.

Quando "Homem de Ferro" encostou nos US$ 600 milhões nas bilheterias mundiais, a possibilidade de um longa com o super grupo da Marvel passou a se tornar uma ideia sólida.

"O Incrível Hulk", lançado no mesmo ano e com efeitos muito melhores que o anterior, trouxe definitivamente para o cinema a S.H.I.E.L.D, organização da qual Fury é diretor.

Quando "Homem de Ferro 2" chegou aos cinemas - com Jackson no elenco principal e Scarlett Johansson como a Viúva Negra - "Os Vingadores - The Avengers" era apenas questão de tempo.

"Thor" e "Capitão América: O Primeiro Vingador" - ambos de 2011 - foram as últimas peças que faltavam para uma aventura da superequipe – além de fornecer material precioso para a trama da super produção que estreia hoje no Brasil, uma semana antes da estreia americana.
Imagens: Divulgação - Marvel Studios
Chris Evans como o Capitão América, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

O longa-metragem concretiza o sonho de Kevin Feige, presidente do Marvel Studios e arquiteto do renascimento no cinema dos super-heróis da Marvel, desde "Homem de Ferro", um sonho ambicioso: fazer cada super-herói da galeria principal - com exceção do Homem-Aranha e X-Men, cujos direitos pertencem a outros estúdios - estrelar seus próprios filmes, antes de reuni-los em uma única superprodução.

"O maior desafio durante estes anos foi dar vida individual para cada filme, sabendo que tudo levaria a "Os Vingadores - The Avengers", declarou Feige.

Para o longa que estreia hoje, Edward Norton foi substituído por Mark Ruffalo, e Jeremy Renner se juntou ao elenco no papel de Gavião Arqueiro - que já havia aparecido em uma rápida cena em "Thor".

Jeremy Renner como o Gavião Arqueiro, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

O grande vilão de "Os Vingadores - The Avengers" é Loki - interpretado por Tom Hiddleston - meio-irmão de Thor - Chris Hemsworth - que, ao fim do filme solo do Deus do Trovão, é perdido em um limbo cósmico e na cena pós-créditos é visto influenciando o cientista interpretado por Stellan Skarsgard a trabalhar com um aparato mostrado por Nick Fury, o Tesseract ou Cubo Cósmico, uma arma tão poderosa e que concentra tamanho poder que o Deus Odin, pai de Thor, a mantinha escondida e fortemente guardada por guerreiros em Asgard, a morada dos deuses.

Em "O Primeiro Vingador", o Cubo é encontrado pelo Caveira Vermelha - Hugo Weaving - na Noruega, berço da mitologia nórdica, e é o combustível das armas inventadas pelo vilão durante a Segunda Guerra Mundial, num plano detido pelo Capitão América - Chris Evans.

Tom Hiddleston como o vilão Loki, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Joss Whedon é um realizador perfeito, que já tinha mostrado seu talento em conduzir dinâmicas de grupo - são dele as direções das séries "Buffy" e "Firefly".

É também um fanático por quadrinhos, mostrando-se afiado para equilibrar uma trama necessária para unir os heróis mais poderosos da Terra com espetáculo, cenas de ação espetaculares e um uso primoroso do formato 3D e onde, até chegar no caos e na destruição, o público precisa se importar com o que acontece em cena.

O Homem de Ferro - Robert Downey Jr. -, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Com roteiro de Zan Penn - reescrito com profundidade pop pelo próprio diretor - Loki usa o poder do Cubo para encontrar um caminho para sair de seu exílio espacial - onde ele foi parar ao fim de "Thor" (2011) - e volta sua vingança para a Terra, trazendo um exército alienígena sem face e uma entidade nas sombras,  que a tudo manipula.

Loki consegue - pelos poderes mágicos do seu cetro -  que dois aliados da  S.H.I.E.L.D. se bandeiem para o seu lado: o Professor Erik Selvig - Stellan Skarsgård - e Clint Barton, o Gavião Arqueiro - Jeremy Renner.

O Incrível Hulk,interpretado por Mark Ruffalo através da técnica de captura de movimentos , em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Cabe à agente Maria Hill - Cobie Smulders - e ao agente Phil Coulson - Clark Gregg -, comandados por Nick Fury ,o resgate do Cubo, que precisa ter seu poder liberado para que, com a ajuda do cetro de Loki, os aliens consigam invadir a Terra.

E quando a esperança quase morre, Fury decide dar prosseguimento - com o aval do Conselho de Segurança mundial - ao Projeto Vingadores, reunindo o Capitão América - Chris Evans, Homem de Ferro - Robert Downey Jr. - Thor - Chris Hemsworth - e Bruce Banner - Mark Ruffalo -, alter ego do incrível Hulk e especialista em raios gama, um dos componentes-chave do Cubo, além dos agentes da S.H.I.E.L.D., Viúva Negra - Scarlett Johansson - e Gavião Arqueiro, já livre da magia de Loki.

O Poderoso Thor - Chris Hemsworth - e o Capitão América - Chris Evans - em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Depois de um começo explosivo, e com embates entre os heróis, a trama coloca cada membro da equipe em seu lugar, preservando suas personalidades já apresentadas em filmes solo.

Aqui, quem mais ganha é o Hulk, que ganhou seu melhor intérprete e sua melhor representação no cinema, já que Mark Ruffalo interpretou o monstro verde em todas as cenas, através da tecnologia de captura de movimentos - Hulk vira um gigante verde e violento, mas tem as feições e gestual do ator, o que o torna um dos mais fascinantes Vingadores.


Por outro lado, seu Bruce Banner é um cientista de fala suave e mansa, o único que compreende a verborragia científica de Tony Stark, o que resulta num  ótimo contraste com o gigante esmeralda.

Scarlett Johansson como a Viúva Negra, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Sem pressa e sem apelar para a correria e overdose de efeitos especiais - viu, Michael Bay? - e recheado de momentos de puro bom humor, ver um longa dessa complexidade preocupado com pequenos momentos, que dão dimensão do lugar de cada personagem, é, sem dúvida, um achado.

E os diálogos deliciosos?

Loki para Tony Stark: "Eu tenho um exército".
Tony Stark para Loki: "E eu tenho o Hulk".


Tony Stark para Capitão América: "Capitão Picolé" - em referência ao herói ter ficado 70 anos congelado

Thor sobre Loki :“Ele é adotado”.

Capitão América para Hulk: “Hulk, esmague”.

Com efeitos especiais criativos e surpreendentes - provavelmente os melhores que você já viu, feitos pelo supervisor de efeitos especiais Dan Sudick - , sem perder tempo lotando a trama com referências nerd e um terceiro ato aceleradíssimo, o longa consegue com folga atingir o objetivo definido por seu diretor: "Capturar a essência dos quadrinhos, mas sem esquecer que fazemos um filme e não um desenho animado. É preciso capturar o espírito, mas sem ser um escravo dele".

Nick Fury - Samuel L.Jackson - mostra ao Capitão América - Chris Evans - seu plano para formar a super equipe, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

"Os Vingadores - The Avengers" não falha na cronologia estabelecida por seus antecessores, entrega uma aventura de primeira e é o melhor filme dessa nova fase da Marvel.

Contar mais seria estragar seu prazer de ir ao cinema para ver o longa, rico em lutas de todas as formas e com momentos inesquecíveis – de embates entre heróis inclusive; diálogos maravilhosos de Stark com os outros heróis e com Jarvis - voz de Paul Bettany - que organiza as provisões dos Vingadores; a estupenda aparição da Helicarrier Bridge, porta-aviões voador da S.H.I.E.L.D., que carrega também os Quinjets e as sensacionais cenas de perseguição que estão por todo o filme.

O alter ego do Homem de Ferro, Tony Stark - Robert Downey Jr. -, em cena de "Os Vingadores - The Avengers"

Fique até o final dos créditos: uma breve cena especial abre espaço para uma possível continuação -  e veja que um dos grandes boatos que circularam na internet sobre o filme não é tão boato assim...

O sucesso anunciado do longa deve render muita grana à Disney - proprietária da Marvel desde 2009 - após o fiasco de "John Carter" no começo desse ano.

"Os Vingadores - The Avengers" abre a temporada de blockbusters de Hollywood, particularmente rica neste ano com os esperados retornos de Batman - em "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", de Christopher Nolan - e do Homem Aranha - em "O Espetacular Homem Aranha", que retoma as origens do super-herói, desta vez interpretado por Andrew Garfield.

Confira o trailer do filme:

*****
"Os Vingadores - The Avengers"
Título Original:
"The Avengers"
Diretor: Joss Whedon
Elenco:
Chris Evans, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Jeremy Renner, Stellan Skarsgård, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Tom Hiddleston
Produção:
Kevin Feige
Roteiro Final:
Joss Whedon
Fotografia:
Seamus McGarvey
Trilha Sonora:
Alan Silvestri
Duração:
136 min.
Ano:
2012
País:
EUA
Gênero:
Ação
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Disney
Estúdio:
Marvel Enterprises / Marvel Studios
Classificação:
12 anos
Cotação do Klau:

'SETE DIAS COM MARILYN': MICHELLE WILLIAMS NÃO COMETE ERROS E PERSONIFICA UMA MARILYN MONROE SOLITÁRIA E VERDADEIRA


A primeira vez que eu fiquei arrepiado por conta do imenso talento da atriz Michelle Williams foi em uma cena de "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005).

Interpretando Alma, mulher do cowboy Ennis del Mar - Heath Ledger -  ela vivia sua vidinha de dona de casa alienada, até flagrar o marido aos beijos e amassos com pegada com Jack Twist - Jake Gyllenhaal -, seu grande amor.

A cena, com Alma dando o flagra sem que os dois a vejam, entrando novamente na casa e escancarando todo o seu desamparo, dor e ira por ter sido traída - ainda mais por um homem - é uma cena que eu jamais esquecerei, que nunca canso de rever, e que sempre me arrepia dos pés à cabeça.

Na vida real, Michelle acabou se casando com Ledger, tiveram uma filha e, apesar de apaixonados, estavam dando um tempo na relação quando o ator morreu em janeiro de 2008, aos 28 anos.

As fotos desse período não mentem: Michelle aparece sem o costumeiro brilho nos olhos, parecendo ter sentido muito a morte do companheiro e completamente desamparada.

Mas a vida seguiu, e Michelle continuou criando a filha e se entregando de corpo e alma aos seus personagens.

E foi assim, sabendo que Michelle é uma atriz soberba, detalhista e refinada, e que um dia usaria toda a dor do seu luto para compor algum personagem, que aguardei com muita ansiedade sua performance como a Diva das Divas das Divas (3 X!) de Hollywood Marilyn Monroe, em "Sete Dias com Marilyn", produção anglo-americana dirigida por Simon Curtis.
Divulgação
Michelle Williams como Marilyn Monroe, em cena do filme

Felizmente, aqui Michelle Williams não comete o maior erro que outras atrizes que já personificaram a Diva cometeram, o de tentar imitar Marilyn Monroe - deusa das telonas única e inimitável tanto em beleza quanto em seu destino trágico - e recria com minúcias a alma atormentada da Diva, que morreu a 50 anos e desde então povoa o imaginário dos espectadores, fãs e da mídia em geral.

Cheia de nuances, e mesmo com um físico mais frágil que em nada remete às  famosas curvas da Diva, Michelle entrega uma interpretação delicada e verdadeira e é o veículo mais que acertado para transpor para as telonas o aclamado livro de memórias de Colin Clark (1932-2002), "Minha Semana com Marilyn" -  título original também do longa.
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Eddie Redmayne interpreta Colin Clark no longa

Na trama, um jovem aristocrata, Colin - interpretado por um inspirado Eddie Redmayne - tem como tarefa em seu primeiro trabalho profissional no cinema ser o assistente pessoal de Marilyn, que viaja pela primeira vez à Inglaterra para atuar em "O Príncipe Encantado" (1957) ao lado de Sir Laurence Olivier - considerado um dos maiores atores de todos os tempos.

Misturando a verdadeira incorporação da atriz ícone por Michelle e o encantamento de seu jovem auxiliar, vamos testemunhando várias nuances de humor no meio do caminho, onde o diretor e produtor britânico Simon Curtis jamais cai nos clichês e transforma o andamento do longa numa jornada de redescoberta da história de Marilyn, de Colin e do próprio público, que percebe algumas emoções de um primeiro amor - como na sequência que mostra a Diva escapando da filmagem com o assistente para uma divertida visita a uma escola, seguida por um mergulho, nua, num lago.
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Michelle Williams como Marilyn Monroe, escapando da filmagem para nadar nua no lago

Outro ponto muito bem desenvolvido no ótimo roteiro de Adrian Hodges é a tensão do veterano ator Sir Laurence Olivier - recriado com cinismo absolutamente britânico por Kenneth Branagh - diante da Diva, cuja exuberante sexualidade o desconcerta quase tanto quanto sua dificuldade em decorar as falas, o que atrasa irremediavelmente o cronograma da filmagem - atração que a mulher de Olivier, Vivien Leigh - vivida por Julia Ormond - assiste num misto de cinismo e conformidade.
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Keneth Branagh interpreta Sir Laurence Olivier, um dos maiores atores ingleses de todos os tempos

Vemos Marilyn imersa numa insegurança absurda - que a levava a ter por perto e por onde fosse uma entouràge de "protetores", como sua treinadora de atuação, Paula Strasberg, interpretada por Zoë Wanamaker - e que despertava nas pessoas que a amavam a vã ilusão de que podiam salvá-la, o que contagiou também o jovem Colin.

Porém, essa ilusão acabava à medida que todos constatavam estarrecidos a montanha russa emocional da Diva, que sempre acabava por afugentar os homens da sua vida, como o dramaturgo Arthur Miller - Dougray Scott , retratado no filme como um homem frio e distante - e o próprio Colin.
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Michelle em cena com Dougray Scott, que interpreta o marido de Marilyn, Arthur Miller

Com o encanto dos admiradores transformado em medo, Marilyn seguiu entregue a uma apavorante solidão, aos próprios fantasmas e aos barbitúricos que minaram sua resistência até sua morte precoce, em 1962, aos 36 anos.

Com um roteiro primoroso e elenco desses - que inclui também Dame Judi Dench e Emma Watson, entre outros - o diretor Simon Curtis não teve trabalho em transformar seu filme numa pequena obra prima.

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Dame Judi dench, em cena do filme

Pela primorosa interpretação, Michelle foi indicada ao Oscar 2012 e levou o Globo de Ouro 2012 de Melhor Atriz de Musical ou Comédia.

Confira o trailer do filme:

*****
'SETE DIAS COM MARILYN'
Título Original:
My Week with Marilyn
Diretor:
Simon Curtis
Elenco:
Michelle Williams, Eddie Redmayne, Julia Ormond, Kenneth Branagh, Pip Torrens, Emma Watson, Geraldine Somerville, Michael Kitchen, Miranda Raison, Toby Jones, Dame Judi Dench
Produção:
David Parfitt, Harvey Weinstein
Roteiro:
Adrian Hodges, baseado em livro de Colin Clark
Fotografia:
Ben Smithard
Trilha Sonora:
Conrad Pope
Duração:
99 min.
Ano:
2011
País:
Reino Unido/ EUA
Gênero:
Drama
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Imagem Filmes
Estúdio:
BBC Films / Lipsync Productions / Trademark Films / UK Film Council / The Weinstein Company
Classificação:
12 anos
Cotação do Klau: