SINOPSE:
EUA, anos 1970.
Kat Graham (Meryl Streep) é a dona do The Washington Post, um jornal local que está prestes a lançar suas ações na Bolsa de Valores de forma a se capitalizar e, consequentemente, ganhar fôlego financeiro.
Ben Bradlee (Tom Hanks) é o editor-chefe do jornal, ávido por alguma grande notícia que possa fazer com que o jornal suba de patamar no sempre acirrado mercado jornalístico.
Quando o The New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado.
A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa.
CRÍTICA:
Steven Spielberg é considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos, justamente por saber dosar boa narrativa com drama, emoção e momentos épicos, o que ajuda na hora de contar histórias marcantes e diferentes como 'A Lista De Schindler', 'E.T. - O Extraterrestre' e tantas outras obras espetaculares assinadas por ele.
Agora, o mesmo acontece com 'The Post - A Guerra Secreta', que estreia hoje aqui no Brasil, no qual o diretor transforma um drama de jornalismo em um épico capaz de mudar o destino de uma nação.
E faz isso sem pesar a mão - principalmente baseando-se numa atriz e num ator que são lendas de Hollywood.
Na espetacular trama, Meryl Streep é Kay Graham e Tom Hanks interpreta Ben Bradlee - dona e editor do The Washington Post, respectivamente.
Hanks & Streep: química absurda na telona - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Universal Pictures |
O espectador, grudado na cadeira, vê como o jornal enfrentou o governo Nixon para apoiar o The New York Times, que publicou trechos dos Papéis do Pentágono, nome popular do documento ultrassecreto de 14 mil páginas do governo dos Estados Unidos sobre a história e planejamento da Guerra do Vietnã.
Esses documentos revelaram - em detalhes - a manipulação e corrupção do governo norte-americano em relação à guerra.
Para tentar se proteger, o presidente Nixon vai contra o New York Times, conseguindo inclusive uma proibição judicial para que o jornal não mais tocasse no assunto explosivo.
Assim, o The Washington Post fica numa posição complicada: apoiar a liberdade de expressão ou ceder à pressão do governo sob risco de ser destruído como consequência.
A questão principal do filme é que é fácil ter princípios quando não existem riscos e o longa gira em torno exatamente dessa questão.
Ben Bradlee representa a integridade jornalística e acredita que toda punição que podem sofrer é justificável para defender a liberdade de expressão.
Já Kay Graham não quer assumir o risco de acabar com o jornal da família, destruir vidas no processo e ainda precisa enfrentar uma diretoria machista, que não consegue aceitar ter uma mulher como líder.
Ao contrário do que estamos acostumados, a Kay de Meryl Streep é um personagem tímido, incapaz de conquistar a todos com sua personalidade, marginalizada que é em sua própria empresa.
Kay: marginalizada na sua própria empresa, por ser mulher |
A evolução dela é um dos aspectos mais interessantes do longa, com atuação precisa e convincente da veterana.
Aos poucos, ela precisa vencer barreiras e se tornar mais confiante e poderosa, mas a pressão da situação a obriga a fazer isso em apenas alguns dias e com o destino de sua empresa em jogo - algo maravilhoso de se ver na telona.
Cena do longa |
Tom Hanks faz o par ideal para Meryl, como o homem determinado e cheio de ideologia, que ajuda Kay a analisar a situação, sem nunca colocá-la para baixo ou mentir para ela.
Sua atuação é sólida e o par domina a telona com química absurda e muita competência, algo mais do que esperado quando se une esses dois grandes atores em uma mesma produção.
O filme é uma história pequena sobre publicar ou não algo em um jornal local.
Poderia ser um drama simples sobre o dia-a-dia de uma redação, com menos impacto, mas Spielberg transforma uma história simples em algo épico e grandioso, com impactos que vão além da redação, mesmo que não mostre, com realismo, como funciona a rotina de uma publicação - filmes como 'Todos Os Homens Do Presidente' fizeram muito bem anteriormente.
A ideologia dos personagens leva a grandes diálogos envolvendo as figuras centrais e esses momentos de discussão e reflexão com grandes atores fazem desse longa uma obra obrigatória.
É um filme que valoriza o jornalismo e, apesar dos conflitos, proporciona uma sensação positiva - afinal, todos querem acreditar que existem pessoas capazes de defender ideais mesmo diante das maiores adversidades.
Filmaço, digno de todas indicações ao Oscar 2018 que ganhou e que marca um retorno triunfal do trio - diretor e atores - para o lugar de onde nunca deveriam ter saído.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'THE POST - A GUERRA SECRETA'
Título Original:
THE POST
Gênero:
Drama
Direção:
Steven Spielberg
Elenco:
Alison Brie, Austyn Johnson, Bob Odenkirk, Bradley Whitford, Brent Langdon, Bruce Greenwood, Bryan Burton, Carrie Coon, Christopher Innvar, Coral Peña, David Cross, Deborah Green, Deirdre Lovejoy, Gary Wilmes, Jennifer Dundas, Jesse Plemons, Jessie Mueller, John Rue, Justin Swain, Kelly Miller, Luke Slattery, Matthew Rhys, Meryl Streep, Michael Cyril Creighton, Michael Devine, Michael Stuhlbarg, Pat Healy, Philip Casnoff, Rick Holmes, Robert McKay, Sarah Paulson, Sasha Spielberg, Stark Sands, Tom Hanks, Tracy Letts, Will Denton, Zach Woods
Roteiro:
Josh Singer, Liz Hannah
Produção:
Amy Pascal, Kristie Macosko Krieger, Steven Spielberg
Fotografia:
Janusz Kaminski
Trilha Sonora:
John Williams
Montador:
Michael Kahn, Sarah Broshar
Estúdio:
Amblin Entertainment, DreamWorks Pictures, Participant Media, Pascal Pictures
Distribuidora:
Universal Pictures
Ano de Produção:
2017
Duração:
116 min.
Estréia no Brasil:
25/01/2018
Classificação Indicativa:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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