Virna Lisi, uma das mais importantes atrizes italianas de todos os tempos, teve a sorte de ser dirigida em sua longa carreira por importantes realizadores - como Alberto Lattuada, Mario Monicelli, Dino Risi, Henri Verneuil e Joseph Losey.
Considerada pelos críticos a 'Marylin Monroe italiana', Lisi atuou em filmes italianos, franceses e em Hollywood, dividindo as telonas com grandes nomes de sua geração, como Marcello Mastroianni, Richard Burton e Alain Delon.
Virna Lisi em 1971 - AFP Photo |
Ela atuou em 80 filmes feitos para as telonas e também teve cerca de 40 trabalhos para a televisão , sempre ousando em papéis de vamp e também de mulheres mais velhas, muitas vezes ficando irreconhecível para o público.
Depois de 40 anos de carreira, obteve o importante reconhecimento do Festival de Cannes, que concedeu a ela em 1994 a Palma de Melhor Atriz Coadjuvante, pela sua magnífica interpretação de Catherine de Medicis em 'A Rainha Margot' de Patrice Chéreau - longa estrelado pela francesa Isabelle Adjani.
Veja Vina Lisi em isabelle Adjani, em cena de 5 minutos de 'A Rainha Margot':
Pelo mesmo longa, levou também o César Prix - principal prêmio do cinema francês - de Melhor Papel Secundário Feminino.
Virna Lisi nasceu em Ancona, Itália, em 8 de Novembro de 1936, onde passou os primeiros anos antes de mudar para a capital, Roma, com a sua família.
Quando tinha 16 anos o cantor Giacomo Rondinella, amigo dos seus pais, convenceu-os a deixarem-na atuar a seu lado, na pequena comédia musical 'E Napoli Canta', dirigida por Armando Grottini.
Ela continuou a fazer pequenos papéis de ingênua até estourar em 'A Mulher de Quem se Fala' (1956), de Francesco Maselli.
Virna Lisi, em foto de 1969 - AFP Photo |
O Gênio Vittorio Gassman apresentou-a a Giorgio Strehler, diretor do Piccolo Teatro de Milão e na Primavera de 1956, o encenador escolheu-a para interpretar Lucile Desmoulins em 'Les Jacobins', de Federico Zardi, ao lado de Serge Reggiani interpretando Robespierre.
Depois do seu casamento - em abril de 1960, com o arquiteto Franco Pesci - ela passou a priorizar a sua vida pessoal mas voltou aos palcos para 'Eva' (1962), com direção de Joseph Losey, com Jeanne Moreau e depois com 'A Tulipa Negra' (1963) , de Chistian Jacque e 'Le bambole' (1964), de Dino Risi.
Virna Lisi no Festival de Cannes de 2002 - AFP Photo |
A partir daí, Virna despertou interesse de Hollywood e lá se foi ela para Los Angeles, levando o marido e o filho de dois anos, onde assinou um contrato de sete anos com a Paramount Pictures e logo estreando em 'Como Matar a Sua Mulher' (1965), dirigida por Richard Quine e contracenando com Jack Lemmon.
Nessa temporada em Hollywood, para não ser rotulada como atriz que só fazia papéis de ' loira sexy', chegou a recusar 'Barbarella', de Roger Vadim - que foi um imenso sucesso para a carreira de Jane Fonda – e rompeu o seu contrato, ao fim de três anos.
Voltando à Europa, sua carreira prossegue de Roma a Paris, Londres ou Berlim, às vezes em produções de Hollywood como 'A Árvore de Natal' (1969), de Terence Young, 'Barba-Azul' (1972), de Edward Dmytryk ou 'A Serpente' (1972), de Henri Verneuil.
Continuou na ativa até recentemente - seus últimos longas foram 'O Mais Belo Dia De Nossas Vidas' (2002), de Cristina Comencini e 'Boogie Woogie' (2009), de Andrea Frezza.
Virna Lisi morreu em Roma, nesta quinta (18), aos 78 anos.
Segundo a agência de notícias Ansa, a causa da morte não foi divulgada.
Segundo a imprensa italiana, Virna Lisi morreu "tranquilamente, durante o sono", um mês depois de receber o diagnóstico de uma doença incurável.
Vai fazer falta.
Em foto em Hollywood nos anos 1960 - Getty Images
FILMOGRAFIA DE VIRNA LISI:
La corda d'acciaio, de Carlo Borghesio (1953)
E Napoli canta, de Aldo Grottini (1953)
Violenza sul lago, de Leonardo Cortese (1954)
Il Cardinale Lambertini, de Giorgio Pastina (1954)
Piccola santa, de Roberto Bianchi Montero (1954)
Ripudiata, de Giorgio Chili (1954)
Desiderio 'e sole, de Giorgio Pastina (1954)
Lettera napoletana, de Giorgio Pastina (1954)
Il vetturale del Moncenisio, de Guido Brignone (1954)
La rossa, de Luigi Capuano (1955)
Le diciottenni, de Mario Mattoli (1955)
Vendicata!, de Giuseppe Vari (1955)
Luna nuova, de Luigi Capuano (1955)
Addio Napoli!, de Roberto Bianchi Montero (1955)
La piccola guerra, de Arthur Joffè (1955)
Lo scapolo, não creditada, direção de Antonio Pietrangeli (1955)
La donna del giorno, de Francesco Maselli (1956)
Il conte di Matera, de Luigi Capuano (1957)
Totò, Peppino e le fanatiche, de Mario Mattoli (1958)
Vite perdute, de Andrea Bianchi (1958)
Il mondo dei miracoli, de Luigi Capuano (1959)
Il padrone delle ferriere, de Anton Giulio Majano (1959)
Caterina Sforza, la leonessa di Romagna, de Giorgio Chili (1959)
Un militare e mezzo, de Steno (1960)
Sua Eccellenza si fermò a mangiare, de Mario Mattoli (1961)
Romolo e Remo, de Sergio Corbucci (1961)
5 marines per 100 ragazze, de Mario Mattoli (1962)
Eva, de Joseph Losey (1962)
Il giorno più corto, de Sergio Corbucci (1963)
Il delitto Dupré, de Christian-Jaque (1963)
Il tulipano nero, de Christian-Jaque (1964)
Agente Coplan: missione spionaggio, de Maurice Labro (1964)
La donna del lago, de Luigi Bazzoni e Franco Rossellini (1965)
Oggi, domani, dopodomani, de Eduardo De Filippo (1965)
Come uccidere vostra moglie, de Richard Quine (1965)
Le bambole, de Dino Risi (1965)
Casanova '70, de Mario Monicelli (1965)
Made in Italy, de Nanni Loy (1965)
Signore & signori, de Pietro Germi (1966)
Una vergine per il principe, de Pasquale Festa Campanile (1966)
U-112, assalto al Queen Mary, de Jack Donohue (1966)
Not With My Wife, You Don't!, de Norman Panama (1966)
La venticinquesima ora, de Henri Verneuil (1967)
La ragazza e il generale, de Pasquale Festa Campanile (1967)
Arabella, de Mauro Bolognini (1967)
Le dolci signore, de Luigi Zampa (1968)
Meglio vedova, de Duccio Tessari (1968)
Il suo modo di fare, de Franco Brusati (1969)
If It's Tuesday, This Must Be Belgium, de Mel Stuart (1969)
L'arbre de Noël, de Terence Young (1969)
The Secret of Santa Victoria, de Stanley Kramer (1969)
Tempo di violenza, de Sergio Gobbi (1970)
Giochi particolari, de Franco Indovina (1970)
La statua, de Rodney Amateau (1971)
Il bel mostro, de Sergio Gobbi (1971)
Roma bene, Carlo Lizzani (1971)
Improvvisamente una sera… un amore, de Sergio Gobbi (1972)
Barbablù, de Edward Dmytryk (1972)
Il serpente, de Henri Verneuil (1973)
Zanna Bianca, de Lucio Fulci (1973)
Il ritorno di Zanna Bianca, de Lucio Fulci (1974)
Al di là del bene e del male, de Liliana Cavani (1977)
Ernesto, de Salvatore Samperi (1979)
Bugie bianche, de Stefano Rolla (1980)
La cicala, de Alberto Lattuada (1980)
La donna giusta, de Paul Williams (1982)
Sapore di mare, de Carlo Vanzina (1983)
Amarsi un po', de Carlo Vanzina (1984)
I Love N.Y., de Alan Smithee (1987)
I ragazzi di via Panisperna, de Gianni Amelio (1989)
Buon Natale… buon anno, de Luigi Comencini (1989)
A Rainha Margot, de Patrice Chéreau (1994)
As Cento e Uma Noites, direção de Agnès Varda (1995)
Va' dove ti porta il cuore, de Cristina Comencini (1996)
Il più bel giorno della mia vita, de Cristina Comencini (2002)
Boogie Woogie, de Andrea Frezza (2009)
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