SINOPSE:
Nova adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento, o filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados.
Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real egípcia.
Já adulto, Moisés recebe ordens de Deus para liderar os hebreus contra a opressão do Faraó.
No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar com todo o seu podo rumo à terra prometida pelo Mar Vermelho.
CRÍTICA:
O diretor Ridley Scott é craque em transformar dramas históricos em grandes épicos, bem como extrair dos seus protagonistas seus melhores desempenhos.
Foi assim com 'Gladiador', com Russell Crowe, e é assim novamente com 'Êxodo: Deuses e Reis', que estreia hoje em 473 salas em todo o Brasil e onde o protagonista Christian Bale tem um dos seus melhores desempenhos nas telonas.
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| Christian Bale como Moisés, em cena do longa - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Fox Film do Brasil |
Ao contrário do clássico 'Os Dez Mandamentos' - que mostra a mesma história - aqui Scott deixa de lado a história que todos conhecemos do profeta Moisés (Christian Bale) , abandonado ainda bebê em meio à realeza egípcia, para mostrá-lo já adulto, como general do Faraó Seti (John Turturro) e grande amigo do herdeiro ao trono, Ramsés (Joel Edgerton).
Essa mudança deixa o protagonista mais humano, cheio de dúvidas, diante de uma jornada espiritual inquietante, o que já faz a nova versão da velha história se tornar mais interessante do que o espectador pudesse antever.
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| Ramsés (Joel Edgerton), em cena do longa |
Moisés começa cético em relação à religião e sua preocupação com os judeus não vai além de uma empatia pela situação precária dos escravos do Egito.
Somente quando um ancião, Nun (Sir Ben Kingsley) revela a o protagonista que ele é judeu, o rapaz começa a aceitar a sua verdadeira identidade e entender que é o único que pode libertar seu povo.
Banido pelo faraó, Moisés vaga pelo deserto até que chega a uma aldeia onde conhece Zípora, sua futura esposa e a trama então salta alguns anos até um acidente o levar a encontrar Deus - interpretado pelo garoto Isaac Andrews.
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| Sir Ben Kingsley interpreta o ancião Nun |
Nunca fica claro se o protagonista teve uma alucinação ou se, de fato, conversou com Deus: aqui, o que importa é que, a partir desse momento, Moisés começa a se comportar de forma errática e entende que não terá paz enquanto não libertar os judeus da escravidão.
Ele parte em sua jornada, sem saber que trará consequências devastadoras ao povo que amou desde pequeno por meio das dez pragas divinas da bíblia - cada uma delas um show espetacular de efeitos em computação gráfica, dos melhores dos últimos anos.
O aclamado diretor acerta em abordar a história como a clássica jornada do herói e é muito seletivo sobre quais partes da vida de Moisés abordar: ele começa como guerreiro, se torna político e homem de família.
Bale, surpreendente, se esforça para convencer no papel principal e as cenas em que discute com Deus estão entre as mais cativantes da produção, com o jovem Andrews mandando tão bem quanto o ator da trilogia Batman.
A decepção fica por conta do antagonista: Joel Edgerton não é capaz de fazer de seu Ramsés uma forma ameaçadora , o que deixa claro que a ideia do ator e de Scott era humanizar a imagem do faraó, especialmente quando as Dez Pragas assolam o Egito, atingindo, inclusive, sua família.
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| Cena do longa |
No final, ele se torna um inimigo apático, bem diferente do show de interpretação que Yul Brynner deu no mesmo papel em 'Os Dez Mandamentos' - o vilão ficou tão memorável quanto o Moisés de Charlton Heston.
O maior erro é de o longa não ter cenas que demonstrem a opressão dos judeus no Egito: nunca conhecemos realmente o povo, apenas vemos ministros egípcios comentando sobre número de escravos, o que distância os oprimidos do espectador.
Outro erro é que a principal tarefa que Deus deu a Moisés - divulgar os Dez Mandamentos - aparece apenas em uma cena rápida.
Apesar dos problemas,o longa tem méritos por abordar a história clássica de forma diferente, sem desandar, como aconteceu recentemente com 'Noé'.
A tentativa do diretor de manter os milagres de Moisés no limite das explicações científicas e do misticismo foi uma boa saída para não desagradar a religiosos e céticos e funciona bem na trama.
A narrativa só perde ritmo quando chega a hora das dez pragas, que o transformam em um filme catástrofe acelerado - mas não é exatamente para ver o espetáculo exagerado criado por Scott que a maioria das pessoas irá ao cinema ver esse conto milenar?
Filmaço.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'ÊXODO: DEUSES E REIS'
Título Original:
EXODUS: GODS AND KINGS
Gênero:
Épico
Direção:
Ridley Scott
Roteiro:
Adam Cooper, Bill Collage, Steven Zaillian
Elenco:
Aaron Paul, Adrian Palmer, Sir Ben Kingsley, Ben Mendelsohn, Christian Bale, Christopher Sciueref, Emun Elliott, Ghassan Massoud, Golshifteh Farahani, Hiam Abbass, Indira Varma, Joel Edgerton, John Turturro, Kevork Malikyan, María Valverde, Sigourney Weaver
Produção:
Adam Somner, Mark Huffam, Michael Schaefer, Peter Chernin, Ridley Scott
Fotografia:
Dariusz Wolski
Montador:
Billy Rich
Trilha Sonora:
Alberto Iglesias
Duração:
149 min.
Ano:
2014
País:
Espanha / Estados Unidos / Reino Unido
Cor:
Colorido
Estreia no Brasil:
25/12/2014
Distribuidora:
Fox Film do Brasil
Estúdio:
Babieka / Chernin Entertainment / Scott Free Productions
Classificação:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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