domingo, 9 de março de 2014

'ARENA SBT': APESAR DAS BOAS PARTICIPAÇÕES DE LÍVIA ANDRADE E PORPETONE, NOVO PROGRAMA PRECISA DE MAIS RITMO E MELHOR EDIÇÃO PARA VINGAR


Meio mundo aguardou com muito interesse a estreia do 'Arena SBT', que prometia  nas chamadas uma mistura de jornalismo esportivo, humor e música com um time fixo e atrações convidadas.

No ano da Copa do Mundo no Brasil, ele seria, enfim, o único programa a falar de esportes na grade da emissora de tio Silvio.

Para preencher duas horas de programa, a emissora escalou dois comediantes - Alexandre Porpetone, excelente e Marcelo Smigol, absolutamente sem graça; dois radialistas - Thomaz Rafael e Gavião, da rádio Transamérica; um ex-jogador de futebol - o campeão do mundo Edmilson; a gostosa mais talentosa da casa - Lívia Andrade - e uma repórter - Juliana Franceschi.

Smigol, Lívia, Thomaz, Edmilson, Porpetone (de Felipão) e Juliana, a equipe fixa do programa - Divulgação/SBT
O que chama a atenção, logo de cara, é o cenário: bem resolvido e em tons de verde e amarelo, ele tem plateia disposta como numa arena, uma cabine de rádio de um estádio com um 'churrasco na laje' em cima, uma boa banda (a FDP, os 'Filhinhos do Papai') e poltronas em formato de bolas de futebol para os convidados se sentarem.

Na estreia, os convidados foram o ex-presidente do Corinthians Andres Sánchez e o melhor repórter da TV Brasileira, Roberto Cabrini, que inclusive aproveitou e encostou Andrés na parede.

Cabrini perguntou para o ex-presida, responsável pelas obras do estádio que vai abrir a Copa do Mundo, sobre dinheiro público nos estádios e a invasão da torcida ao centro de treinamento do clube - ensaboado, Andrés fugiu de todas elas.

Depois, em momento 'light', o programa relembrou matérias de Cabrini,  de quando era repórter esportivo, inclusive com imagens da Globo - onde ele começou e trabalhou por muitos anos.

Se o sem graça Marcelo Smigol desperdiçou sua matéria externa, Lívia Andrade fez otimamente bem o papel que Sabrina Sato desempenhou à exaustão no 'Pânico' - o de repórter gostosa.

Smigol visitou a Arena Corinthians, mas preocupou-se mais em gritar e fazer micagens do que em mostrar como é o estádio da abertura da Copa.

Lívia visitou o estádio do Juventus na Moóca em dia de jogo, comeu um dos famosos doces italianos chamados cannolis, perguntou se “Come pelo lado grosso ou pelo fino?'', foi chamada de "gostosa" pela galera, atuou nas mudanças do placar manual do estádio e ainda perguntou ao presidente do clube: “De quatro é mais gostoso?'', depois que o time da casa marcou o quarto gol.

Veja o vídeo:


Subaproveitada no SBT, Lívia deu show ano passado na novela 'Carrossel', deu show na transmissão do Carnaval Baiano na semana passada e deu show novamente ontem, na externa e no estúdio.

Mas o melhor do programa foram as participações de Alexandre Porpetone:  o humorista surgiu como o treinador Joel Santana num comercial de xampú, como o narrador Galvão Bueno perdendo o primeiro gol do Brasil na última quarta, como 'Ronalducho' no desfile da Gaviões e vestido todo de dourado - "Eu pareço um bombom Ferrero Rocher" -; 'Felipão de Forma' dando uma entrevista; um assistente de palco hilário e o melhor: como 'Bisneto', uma sátira ao comentarista e apresentador Neto da Band e manipulando uma mesa tática como a que Caio Ribeiro usa na Globo, numa esquete chamada 'Central da Cópia'.

Confira o vídeo:


Só que em vez de ter bonequinhos virtuais dos times, a mesa de 'Bisneto' tinha dois times de anões, que corriam de um lado para outro no cenário virtual a cada comando do 'comentarista' - muito hilário.

Outro anão apareceu no momento em que o programa reconstituiu a cena de Neymar com o muleke sul africano, no jogo da última quarta: um sósia fez o jogador e um anão fez o menino - o que fez Lívia comentar: "Esse programa tem mais anão que a Branca de Neve".

Mas o programa pecou mesmo quando Edmilson foi à casa de Cafu - que mostrou seus troféus pela enésima vez - exibiu uma reportagem ruim sobre a campeã seleção feminina de handebol, outra, chata,  sobre a prática de bocha, acompanhou a ida de um menino de 10 anos ao Pacaembu para ver o jogo do seu time de coração e apresentou uma reportagem sem sentido sobre um sem noção que corre plantando bananeira.

Tudo muito longo, sem interesse, chato, muito chato, como também muito chata foi a participação de Gabriel, o Pensador.

A faixa das 23h dos sábados do SBT é um problema já de longa data, pois vários programas não deram certo no horário - como os recentes 'Festival Sertanejo', 'Famoso Quem?' e 'Máquina da Fama' que, apresentado por Patricia Abravanel, migrou para a segunda-feira e vem dando ótima audiência.

Por falarmos em audiência, o 'Arena SBT' derrubou a do SBT, marcando apenas 3,0 pontos na Grande São Paulo, segundo dados preliminares.

Teve a metade da audiência da Record - que exibia 'Legendários' e, em alguns minutos, chegou a ficar atrás da Rede TV!.

Nos sábados anteriores, a emissora marcava entre 4 e 5 pontos no horário com o 'Casos de Família' - que foi exibido antes - e filmes.

Com essa audiência, dificilmente o programa - que poderia ser mais curto e mais ágil - chegará até a Copa do Mundo.

Se a falta de foco é até compreensível num primeiro momento, a boa equipe precisa ver muito bem o que pretende exatamente, pois, pelo que vimos na estreia, o programa terá que melhorar muito.

Sem entrosamento e sem ritmo, o que foi mostrado parecia mais um piloto (programa-teste) - tanto que a repórter Juju Franceschini surgiu na matéria sobre a bocha com um microfone que tinha no logotipo o nome 'Estádio SBT', antigo nome da atração, claramente inspirada no rádio.

O programa terminou com Thomaz Rafael - de figurino de 'CQC' como Marcelo Smigol - falando: "No 'Arena SBT' o esporte será levado a sério".

Mas não é esporte com humor?

'ARENA SBT' - ESTREIA
Onde: 
SBT
Quando: 
Sábados
Horário: 
23H15
Cotação do Klau:

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