Você sabia que para o Facebook, censurar conteúdo para evitar pornografia, violência, racismo e ciberbullying, dentre outras coisas, é importante para que a rede se mantenha segura e limpinha para continuar atraindo usuários e anunciantes?
Segundo o caderno "Tec" da Folha de S.Paulo, esse "trabalho" é feito por um pequeno exército de moderadores, que trabalham por cerca de US$ 1 por hora.
Nicholas Kamm/France Presse
Página inicial do Facebook
O site Gawker falou com um desses soldados: Amine Derkaoui, um marroquino de 21 anos, que forneceu ao site uma cópia da cartilha de 17 páginas que o Facebook dá para os seus "moderadores de conteúdo" - o nome bunitinho para Censor que eles arrumaram.
O documento é basicamente um guia para que os funcionários saibam como utilizar a ferramenta para visualizar o fluxo de postagens denunciadas por usuários e o que fazer para levá-las ou não em consideração.
"Pense que é como um canal de esgoto e toda a bagunça, sujeira, resíduo e merda do fluxo é direcionada para você, e você tem que limpá-lo", disse um moderador ao Gawker, durante conversa via Skype.
Censurar conteúdo e dar esse poder a pessoas absolutamente despreparadas não é, nem honesto, nem fácil.
Em abril do ano passado, o Facebook foi acusado de homofobia por excluir um beijo entre dois meninos que estavam comemorando um ano de namoro.
Meses antes, a remoção de uma reprodução fotográfica de uma pintura famosíssima de nu feminino - confira abaixo - provocou a ira do mundo das artes - afinal, arte é liberdade, e liberdade definitivamente não é parceira de Censura, seja ela qual for.
Arquivos do Klau
Pintura "A Origem do Mundo" de Gustave Coubert (1886)
Há ainda outro problema: as políticas que variam de país para país.
O Gawker selecionou algumas orientações do manual sobre tipos de conteúdo que podem ser sumariamente deletados:
1.
Imagem clara de órgãos sexuais, mesmo que sob roupas.
2.
Mães que amamentam sem roupa.
3.
Brinquedos sexuais ou outros objetos, mas apenas no contexto da atividade sexual.
4.
Representação de fetiches sexuais de qualquer forma.
5.
Qualquer montagem feita no photoshop que envolva pessoas.
6.
Imagens de pessoas bêbadas e inconscientes, ou pessoas dormindo com desenhos no rosto.
7.
Discurso violento, como por exemplo, "eu adoro ouvir crânios racharem".
No capítulo sobre conteúdo de ódio, o manual orienta expressamente a banir fotos que comparam pessoas lado a lado - o irônico é que era exatamente isso o que fazia o FaceMesh, site de Mark Zuckerberg anterior ao Facebook.
O documento completo pode ser encontrado para consulta no Scribd (em inglês).
Eu e este Blog, usuários do Facebook como milhões de pessoas mundo afora, só podemos lamentar essa política.
Eu e este Blog seguiremos defendendo que qualquer forma de Censura enburrece o indivíduo, e não o educa.
Se há excessos, eles devem ser vistos e eventualmente punidos com base nas leis, e nunca censurando esse ou aquele conteúdo.
EU E ESTE BLOG SOMOS, DESDE SEMPRE, CONTRA TODA FORMA DE CENSURA.
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