Paris foi ontem (13), mais uma vez, palco de um momento histórico.
Pela primeira vez, a bandeira da Palestina foi hasteada em uma organização da ONU - a Unesco, que tem sua sede na capital francesa.
Após uma campanha para ser reconhecida como Estado da ONU, a Palestina foi admitida como membro-pleno da Unesco, apesar da contrariedade e represálias dos Estados Unidos e de Israel.
O presidente da ANP - Autoridade Nacional da Palestina - Mahmoud Abbas estava presente na cerimônia solene,que representa uma vitória diplomática e simbólica no caminho dos palestinos para serem reconhecidos internacionalmente como Estado.
Reuters
O momento histórico, ontem em Paris
No dia 31 de outubro, os palestinos conquistaram uma vitória diplomática de grande força simbólica e se tornaram o país número 195 da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A votação desagradou os Estados Unidos, que consideram que a adesão dos palestinos às organizações internacionais não pode acontecer antes da assinatura de um acordo de paz com Israel.
As autoridades israelenses também anunciaram represálias contra os palestinos, como o congelamento dos fundos de impostos palestinos, no valor de cerca de US$ 100 milhões por mês, que Israel recolhe em nome da ANP - sob pressão internacional, a decisão foi revertida menos de um mês depois.
A Unesco também foi alvo de represália por parte do governo norte-americano, que cancelou o envio dos fundos à agência depois que, em conferência, seus membros votaram a favor da entrada da Palestina como Estado pleno.
Os Estados Unidos, que deveriam entregar à Unesco cerca de US$ 60 milhões em novembro, fornecem 22% do orçamento regular bianual desta organização, que chega a US$ 653 milhões.
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estagnaram logo depois de serem retomadas em setembro de 2010 devido a uma disputa sobre a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, mas hoje, nada disso importa.
O que importa é que a bandeira da Palestina está lá em Paris, na porta da Unesco, tremulando sob os ventos da liberdade, igualdade e fraternidade.
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