segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

OSCAR 2020: MELHORES MOMENTOS

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Janelle Moáe e seu sensacional musical de abertura - Jane Fonda vestida para matar - Eminem canta música que deveria ter cantado 17 anos atrás - Idina Menzel canta com 'Elsas' de todo o mundo - Compositora de 'Coringa' faz história - Billie Eilich faz performance poderosa de 'Yesterday' no 'In Memoriam' - Diretora que derrotou Petra Costa cita Karl Marx no seu discurso - Joaquin Phoenix faz mais um discurso sensacional e fecha temporada de prêmios levando tudo - A noite histórica de 'Parasita'
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A Cerimônia de entrega do Oscar 2020 foi, talvez, a mais bonita e a mais dinâmica que vimos em muito tempo.

E também a que nos trouxe muitas surpresas.

Selecionamos algumas aqui:

JANELLE MONÁE E SEU IMPECÁVEL MUSICAL NA ABERTURA 

Logo no começo da cerimônia, o palco foi tomado por Janelle Monáe e muitos bailarinos, que fizeram um número musical memorável, como fazia muito tempo que não víamos no Oscar, cuja cerimônia quase sempre é chata e cansativa.

Monáe já veio logo no início para mostrar que esse dia seria diferente - e memorável.

Veja:


JANE FONDA, A DIVA DAS DIVAS!

E quando aguardávamos o anúncio do Melhor Filme para fecharmos a noite grandiosa, eis que a Diva das Divas, do alto dos seus 82 anos, surgiu no palco com o envelope da revelação em mãos.

Lógico, foi ovacionada de pé.

Usando o mesmo espetacular vestido usado em 2014 em Cannes - é contra o consumismo - e segurando com classe o seu já famoso casaco vermelho, simbolo das frequentes prisões que tem enfrentado como ativista em defesa da vida e contra as mudanças climáticas, Jane Fonda nos inspira mais e mais.

Foi à maior festa do cinema mundial usando vermelho, com todos os simbolismos citados, para entregar o prêmio ao mais anti-capitalista dos filmes.

E ela é feminista. 

E que momento sensacional! 

Veja a aparição da Diva no palco:


E veja o anúncio do Melhor Filme:


EMINEM, SENSACIONAL!

"Lose Yourself" ganhou o Oscar de Melhor Canção Original no Oscar de 2003, mas Eminem não compareceu à cerimônia na época e não apresentou a música ao vivo.

A faixa veio a se tornar a primeira de hip-hop a vencer a categoria da Academia.

Só agora, em 2020, é que o rapper fez uma aparição surpresa no palco, justamente para fazer uma impecável apresentação da música, ao vivo.

Veja:


Após a performance surpresa, "Lose Yourself" retornou ao topo das paradas do iTunes, de acordo com o The Wrap.

Composta para o filme 8 Mile: Rua das Ilusões, a faixa superou "Intentions", de Justin Bieber, 18 anos após seu lançamento.

IDINA MENZEL E AS 'ELSAS' DE TODO O MUNDO

No momento da apresentação da música de Frozen 2, Into the Unknown, esperávamos que Idina Menzel, que é a voz original da princesa Elsa, viesse ao palco para apresentar a canção.

Só que ela apareceu acompanhada de nada menos que dez cantoras/atrizes que são a voz da princesa gelada em outras línguas, como russo, polonês e espanhol.

Ficou sensacional.

Veja:


COMPOSITORA DE 'CORINGA' É A QUARTA MULHER A LEVAR ESTATUETA DE MELHOR TRILHA SONORA

A compositora de Coringa, Hildur Guðnadóttir se tornou a primeira mulher a vencer o Oscar de Melhor Trilha Sonora nos últimos 23 anos, ao sair com a estatueta por seu trabalho no filme de Todd Phillips.

A compositora também é a 4ª mulher vencedora da categoria na história da premiação.

Ao aceitar o prêmio, Guðnadóttir falou com novas gerações de compositoras:

"Para todas as garotas, mulheres, mães e filmes, que sentem a música dentro de vocês, falem em voz alta. Nós precisamos ouvir a voz de vocês".

A islandesa se tornou a primeira mulher a ganhar o prêmio desde que a Academia uniu a categoria de trilha sonora original em uma só.

Até 2000, as categorias musicais eram divididas entre Melhor Trilha Sonora de Musical ou Comédia e Melhor Trilha Sonora de Drama.

A última mulher vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora foi Anne Dudley, em 1997, por Ou Tudo ou Nada.

Antes dela, as outras mulheres vencedoras foram Rachel Portman, por Emma e Marilyn Bergman por Yentl.

Hildur Guðnadóttir no Oscar 2020 - Getty

BILLIE EILISH EMOCIONA NO 'IN MEMORIAN' CANTANDO BEATLES

A cantora do momento é Billie Eilish.

Depois de ser confirmada na semana passada como a voz do tema de abertura de 007: Sem Tempo Para Morrer, que estreia em abril, a jovem cantora surgiu no palco do Oscar introduzida pelo diretor Steven Spielberg, para fazer a trilha sonora para os membros da industria - atores atrizes, diretores, maquiadores, produtores... - que nos deixaram.

E Eilish cantou Yesterday, dos Beatles.

E foi sensacional.

Confira:


MELHOR DOCUMENTÁRIO: DIRETORA JULIA REICHERT CITA KARL MARX NO SEU DISCURSO

Petra Costa não levou o prêmio de Melhor Documentário, mas foi lindo ver  sua concorrente citando Marx em seu discurso no meio de uma das maiores premiações do cinema no mundo.

"Os trabalhadores têm cada vez mais dificuldade hoje em dia, e acreditamos que as coisas vão melhorar quando os trabalhadores do mundo se unirem", disse Julia Reichert, diretora de "Indústria Americana".

O documentário foi produzido por Michelle e Barack Obama e mostra os conflitos entre trabalhadores americanos e chineses nos EUA.

Democracia em Vertigem não ganhou, mas o Oscar ficou em ótimas mãos.

Veja:


JOAQUIN PHOENIX FEZ DISCURSO BASTANTE PESSOAL E ENGAJADO E COMEMORA COMENDO HAMBURGER

Favorito, Joaquin Phoenix venceu na categoria de Melhor Ator por seu trabalho em Coringa e subiu ao palco para fazer um discurso bastante emotivo e pessoal.

“Não me sinto acima de nenhum dos outros indicados ou de qualquer outra pessoa nesta sala. Todos nós compartilhamos o mesmo amor pelo cinema. Esse meio me deu tantas coisas extraordinárias que nem sei o que eu seria sem ele”, afirmou.

“Mas acho que o maior presente que me deu, e a muitos nessa sala, é a oportunidade de usar nossa voz pelos que não têm.”

Phoenix continuou:

“Seja falando sobre desigualdade entre gêneros, racismo, direitos LGBTQ+ ou indígenas, direitos dos animais, estamos falando sobre lutar contra a ideia de que uma nação, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar outros sem impunidade. Acredito que nos desconectamos demais do mundo natural, e nos sentimos culpados por ter uma visão egocêntrica, a crença de que estamos no centro do universo.”

“Entramos no mundo natural, roubamos seus recursos. Nos sentimos no direito de inseminar artificialmente uma vaca e então roubar seu bebê quando ele nasce, mesmo que seus gritos de angústia sejam perceptíveis. E então bebemos o leite que é destinado ao bezerro e colocamos em nosso café e cereal”, argumentou.

“Quando usamos amor e compaixão como nossos princípios, podemos criar, desenvolver e implementar sistemas de mudança que são benéficos para todos os seres e ao meio ambiente.”

Phoenix explicou como o cinema mudou sua vida para a melhor.

“Fui um canalha minha vida toda. Fui egoísta, cruel às vezes, alguém difícil de trabalhar. Estou grato porque muitos aqui nessa sala me deram uma segunda chance. Acredito que estamos no nosso ápice quando apoiamos uns aos outros. Não quando nos cancelamos por erros passados, mas sim quando nos ajudamos a crescer. Educamos uns aos outros, e nos guiamos no caminho pela redenção.”

Por fim, o ator terminou de forma melancólica ao lembrar de seu falecido irmão River Phoenix, que sofreu uma overdose aos 23 anos de idade, em 1993.

Quando ele tinha 17 anos de idade, meu irmão escreveu uma música em que dizia ‘vá ao resgate com amor, e a paz o seguirá’”.

Veja:


Após a consagração, em vez de ir a um dos badalados festões de Hollywood, Phoenix preferiu comprar um cheeseburguer com sua amada Rooney Mara e comer sentado na calçada - e com seu Oscar do lado, lógico.

Veja:
Variety

Essa é a primeira vitória de Joaquin Phoenix no Oscar.

O ator havia sido indicado três vezes antes de Coringa: em 2001 por Gladiador (2000), em 2006 por Johnny e June (2005) e em 2013 por O Mestre (2012).

Nesta temporada, Phoenix levou todos os prêmios importantes.

Confira alguns:
Montagem: Variety

NA NOITE EM QUE O LONGA SUL-COREANO FEZ HISTÓRIA, A HOMENAGEM DO DIRETOR DE 'PARASITA' AO SEU ÍDOLO MARTIN SCORSESE

O longa sul-coreano Parasita,  de Bong Joon-Ho, saiu como o grande vencedor do Oscar 2020, mostrando a luta de classes que acontece atualmente no país.

Na trama, toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado.

Uma obra do acaso faz com que o filho adolescente da família comece a dar aulas de inglês à garota de uma família rica.

Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe, filho e filha bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um.

No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custarão caro a todos.

Parasita levou o já esperado Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas começou a fazer história ao dar a Joon-Ho as estatuetas de Melhor Roteiro e Melhor Diretor e depois, ao levar o prêmio máximo, o de Melhor Filme, se tornando o primeiro longa de língua não inglesa a conseguir o feito.

No discurso de aceitação de Melhor Diretor, Bong Joon-Ho falou sobre a importância de uma frase dita por Martin Scorsese quando ele ainda estudava cinema, deixando o diretor de O Irlandês, seu concorrente, sem ação e emocionado na plateia.

O público aproveitou para aplaudir Scorsese de pé.

Confira os melhores momentos das premiações para 'Parasita':


Por fim, quando Joon-Ho e todos da equipe de Parasita estavam no palco e faziam seus discursos, o tempo acabou e a luz e microfones foram desligados.

Foi o que bastou para as estrelas na plateia, como Charlize Theron, Joaquin Phoenix, Tom Hanks, Adam Driver e Jane Fonda, que estava no palco, fazerem um ruidoso protesto para que os agradecimentos seguissem.

E assim foi feito - e assim terminou uma das melhores, divertidas e surpreendentes cerimônias do Oscar da história.

Veja:

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