SINOPSE:
Quando o ex abusivo de Cecilia (Elisabeth Moss) tira a própria vida e deixa sua fortuna, ela suspeita que a morte dele tenha sido uma farsa.
Como uma série de coincidências se torna letal, Cecilia trabalha para provar que está sendo caçada por alguém que ninguém pode ver.
CRÍTICA:
O personagem é conhecido e fez muito sucesso no começo do século 20, ao lado de outros Monstros da Universal Pictures, que formavam o Dark Universe do estúdio.
Depois do fracasso do reboot de A Múmia, deram um freio nos projetos de outras novas versões, até que chegamos a este O Homem Invisível, que estreia hoje aqui no Brasil e promete reiniciar com tudo as releituras cinematográficas dos clássicos de terror.
Assim, nessa mais nova versão, o foco é o terror do abuso doméstico, com tom de suspense.
O longa explora os temas do romance clássico com toque contemporâneo afiado, capaz de modernizar a história de H.G. Wells sobre a arrogância e obsessão do ser humano.
Ambientada na cidade de São Francisco, o longa acompanha Cecilia (Elisabeth Moss, estrela da série The Handmaid's Tale) em sua fuga do violento e cruel namorado Adrian (Oliver Jackson-Cohen), um bilionário da tecnologia controlador e sociopata.
A saída de Cecilia de casa é tensa e estressante e, sem dizer muito, deixa claro que essa personagem vive uma vida absolutamente opressiva.
Moss segura o filme praticamente sozinha no papel da angustiada Cecilia - e se sai maravilhosamente bem.
Ela passa boa parte da história tentando lidar com trauma do relacionamento com Adrian e convence como mulher traumatizada.
A personagem, cativante, nos mostra sua história de sobrevivência de modo marcante.
Jackson-Cohen também funciona como o bilionário bonitão e sociopata que não aceita perder tudo o que deseja controlar.
Os demais do elenco funcionam bem, com Aldis Hodge como James, amigo que ajuda Cecilia e Storm Reid como sua filha Sydney, capaz de fazer um personagem realista.
Ambos são ótimos e você realmente se importa com eles a ponto de não querer que nada de mal aconteça aos dois.
A ambientação do longa é propositadamente fria e cinzenta e tudo é feito para reforçar a ansiedade e tensão.
O desconforto beira o exagero em certos momentos, mas é absolutamente apropriado para um filme de terror que trata sobre aspectos tão sombrios e pesados.
Até por isso, o 'monstro' se torna ainda mais assustador, porque você sabe que seria possível uma pessoa real decidir atormentar outra simplesmente por maldade ou incapacidade de empatia.
O "monstro" funciona de forma interessante e o longa gera no espectador a vontade de olhar os cantos à procura de algo fora do padrão, exatamente como acontece em filmes como Atividade Paranormal.
Só não fica claro como o personagem é tão silencioso, mas é possível afirmar que faz parte do mesmo motivo dele ser invisível.
Visualmente, tudo funciona bem, desde os cenários, até as interações do homem invisível com Cecilia, com outros personagens e até com o ambiente.
A trilha sonora ajuda a criar tensão, mas a forma como a trama evolui devagar pode cansar algumas pessoas.
Essa construção de narrativa, aliada à atmosfera, visual e som, é importante para o longa funcionar e ir além do típico longa genérico de suspense.
Ver Cecilia perder a noção da realidade e afastar todos ao seu redor é difícil e por isso o longa se torna inquietante.
Embora essa nova versão do clássico monstro da Universal possa não ser para todos os públicos, exatamente pelo incômodo causado, a forma como aborda abuso feminino e narcisismo faz dele algo marcante e até inédito.
As performances sólidas, excelente design de produção e ótimas cenas de ação fazem do longa um concorrente de peso para ser escolhido como o melhor filme de terror do ano - e faz isso sem precisar apelar para a nostalgia.
GALERIA DE IMAGENS:
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
O HOMEM INVISÍVEL
Título Original:
THE INVISIBLE MAN
Gênero:
Terror
Direção:
Leigh Whannell
Elenco:
Aldis Hodge, Amali Golden, Anthony Brandon Wong, Benedict Hardie, Bianca Pomponio, Elisabeth Moss, Harriet Dyer, Oliver Jackson-Cohen, Sam Smith, Storm Reid, Zara Michales
Roteiro: Leigh Whannell, baseado na obra clássica de H.G. Wells
Produção:
Jason Blum
Fotografia:
Stefan Duscio
Trilha Sonora:
Benjamin Wallfisch
Montador:
Andy Canny
Estúdios:
Blumhouse Productions, Dark Universe, Goalpost Pictures, Universal Pictures
Distribuidora:
Universal Pictures
Ano de Produção:
2020
Duração:
125 min.
Estréia:
27/02/2020
Classificação Indicativa:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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