segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

'NARCOS: MEXICO' - CRÍTICA DA 2ª TEMPORADA

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Nova temporada apresenta trama envolvente
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SINOPSE & INFORMAÇÕES:

Narcos: México é um seriado de televisão americano de crime e drama, criado e produzido por Carlo Bernard e Doug Miro.

A série explora as origens da guerra às drogas, voltando para um tempo quando o tráfico no México era desorganizado e formado por pequenos produtores de cannabis e negociantes, mostrando a ascensão de Cartel de Guadalajara na década de 1980, como Félix Gallardo (Diego Luna) tomando o leme, unificando os traficantes, a fim de construir um império.

A Netflix estreou a 2ª temporada em 13 de fevereiro de 2020.

CRÍTICA:

Narcos se tornou um fenômeno desde que a série estreou, em 2015, na Netflix, que até então ainda não tinha uma produção original de sucesso que não fosse falada em inglês.

Agora, passados cinco anos, a série não ganhou mais duas temporadas, como também um derivado que se passa no México - e ainda abriu espaço para ótimas séries faladas em espanhol, como La Casa de Papel, Vis a Vis e Elite.

Mesmo com tanta repercussão positiva entre crítica e público, a série teve problemas para se reinventar.

Enquanto as duas temporadas iniciais contaram a história da perseguição a Pablo Escobar (Wagner Moura), o terceiro era focado na luta do DEA, departamento de combate às drogas dos EUA, para desmantelar o poderoso Cartel de Cali.

Já em Narcos: México, acompanhamos a ascensão de Miguel Ángel Félix Gallardo (Diego Luna) como o líder do Cartel de Guadalajara e a criação da Federação, organização responsável pelo tráfico de drogas em todo o território mexicano.

Claro, não podemos esquecer os rapazes 'do bem' do DEA tentando prender os criminosos.

Assim, o desafio da vez foi tentar convencer o público a continuar acompanhando uma história que já está batida.

O segundo ano começa onde o primeiro terminou, com o agente Walt Breslin (Scoot McNairy) e sua equipe tentando juntar as peças que os levariam aos responsáveis pela morte de Kiki Camarena (Michael Peña).

Até aqui, nada muito novo – e nem seria, partindo do pressuposto que a guerra às drogas parece interminável em qualquer lugar do mundo.

A escolha do showrunner Eric Newman foi, então, potencializar os conflitos políticos e tudo que uma guerra de egos pode acarretar em uma organização que aspira ao poder em todos os seus pilares.

Assim como nos conflitos em Medellín e Cali, no México existe um acerto entre política e narcotráfico.

Mesmo os policiais mais honestos fecham os olhos para as artimanhas de Félix e sua Confederação.

Ciente de sua posição de destaque frente aos líderes das outras praças mexicanas e com influência entre os governadores, o Padrinho se sente cada vez mais à vontade para perseguir sua ambição de se tornar o maior traficante do mundo.

O problema é que Diego Luna continua não sustentando o seu protagonismo, muito por conta do jeito extremamente antipático do seu personagem, Félix, em comparação ao Escobar de Wagner Moura e o quarteto que representou os Cavalheiros de Cali (Damián Alcázar, Francisco Denis, Pepê Rapazote e Alberto Ammann).

Isso fica evidente sempre que somos lembrados de que a série pertence a um “universo compartilhado”.

Com o poder cada vez mais centralizado em Felix, a trama abre espaço para explorar os efeitos dessas mudanças nas outras famílias.

As cabeças pensantes dos cartéis de Tijuana, Sinaloa, Golfo e Juárez ganham destaque e vão sedimentando o caminho inevitável que acompanhamos até clímax da temporada.

Como é uma história baseada em fatos, a direção evoca tons de novelas mexicanas para apimentar alguns confrontos retratados nos episódios, o que acaba se mostrando um acerto - afinal, estamos no México.

A bem vinda adição de Breslin fez diferença: diferente do jeito certinho e ameno de Camarena, o novo agente responsável por perseguir o cartel se prova mais energético e capaz de tudo para atingir o seu objetivo - é o contraponto certo ao compararmos com o Félix de Luna.

A produção também segue sem decepcionar no visual, já que, se aproveitando das paisagens desérticas do México, a fotografia se destaca como a melhor em todas as temporadas.

Mesmo que em menor escala, as cenas de violência também estão lá, muitas vezes negando o pudor que algumas produções buscam.

O final, como sempre, é agridoce.

A ineficácia da guerra contra as drogas é retratada em cada ação errada, seja do DEA ou do próprio cartel.

Mesmo que as peças mudem, o jogo continua intacto.

“Os gringos sempre precisam de alguma coisa. Não é nossa culpa se conseguimos fornecê-las”, diz um dos traficantes.

A série não se reprime em destacar as consequências de todo o terror que envolve o narcotráfico dentro da população mexicana e como isso reverbera em seu jogo político.

Com ares de Tropa de Elite 2 – o diretor José Padilha é produtor-executivo da série - fica o sentimento de não se ter em quem confiar e o de que o futuro não será próspero.

Mesmo que uma terceira temporada (ou sexta?) ainda não tenha sido confirmada, existe espaço a ser explorado dentro do mundo de Narcos: México.

Sabemos que os anos 90 foram palco de grandes guerras entre os cartéis mexicanos e a sombra de Joaquin “El Chapo” Guzmán está presente desde a primeira temporada.

Infelizmente, ainda há histórias para serem contadas.

GALERIA DE IMAGENS:
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TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
NARCOS: MEXICO
Título Original:
Narcos: México
Formato:
Série
Idioma original:
Espanhol, inglês
Produtor(es) executivo(s):
Carlo Bernard, Doug Miro, Eric Newman, José Padilha
Elenco: 
Diego Luna,Scoot McNairy,
Produção, Distribuição e Exibição:
Netflix

COTAÇÃO DO KLAU:

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