SINOPSE:
Presa em um convento na Romênia, uma freira comete suicídio.
Para investigar o caso, o Vaticano envia um padre atormentado e uma noviça prestes a se tornar freira.
Arriscando suas vidas, a fé e até suas almas, os dois descobrem um segredo profano e se confrontam com uma força do mal que toma a forma de uma freira demoníaca e transforma o convento num campo de batalha.
CRÍTICA:
Quando chegou aos cinemas em 2013, 'Invocação Do Mal' causou um fuzuê nos fãs de terror, por trazer às telas um filme com bom roteiro e que deixava de lado clichês no gênero.
Com o sucesso do filme nas bilheterias, a Warner Bros., estúdio responsável pela franquia, viu a oportunidade de estender esse universo trazendo spin-offs como 'Annabelle', 'Annabelle: A Criação Do Mal' e 'A Freira', que chega aos cinemas nesta quinta.
A trama começa com o suicídio de uma freira no convento da região.
Frenchie (Jonas Bloquet), um morador local, encontra o corpo pendurado em uma corda e envia um comunicado à Igreja, que escala o Padre Burke (Demián Bichir) e a Noviça Irene (Taissa Farmiga) para investigarem o ocorrido.
Taissa Farmiga é a Noviça Irene - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Warner Bros. |
A partir daí a dupla, acompanhada pelo jovem, descobre que o local sagrado agora é assombrado por uma entidade maligna.
Anunciado como o mais tenebroso do universo, o longa tem pontos fortes, outros fracos e muitos difíceis de engolir.
Mesmo com um visual impecável e boas atuações, a novidade é um banho de água fria na expectativa dos fãs.
Com um roteiro assinado por Gary Dauberman com a participação de James Wan - dois grandes nomes da franquia - o longa falha justamente no quesito terror pois, apesar de ter a freira nas mãos, a dupla deixa de lado cenas com esse personagem instigante, o mais aguardado pelo público.
Com um filme só para si, a entidade apresentada em 'Invocação Do Mal 2' aqui não convence tanto, diferente de quando aterrorizou o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) no longa de 2016.
Jonas Bloquet, em cena como Frenchie |
Apesar do título, a trama desfoca seu intuito quando insere os dramas pessoais dos personagens de Demián Bichir e Taissa Farmiga.
Padre Burke, que está lá para perseguir o mal, vez ou outra se abate com os próprios demônios internos quando lamenta ter falhado em um ritual de exorcismo anos atrás.
Já a Noviça Irene ainda está na dúvida se faz ou não seus votos definitivos para se tornar uma freira e prolonga o assunto sobre suas incertezas até o final do filme.
No meio disso tudo estão as piadas de Frenchie, que convenhamos, nem precisavam, pois esse lado cômico tira o foco do suspense e parece não se encaixar na trama sombria, onde a ideia é descobrir como acabar com o mal que lá habita.
Demián Bichir, em cena como o Padre Burke |
Apelando para jump-scare mais raso que um pires em suas sequências mais tensas, o longa se distancia um pouco dos sustos inteligentes de seus antecessores - por exemplo, da cena das palmas em 'Invocação Do Mal' ou aquela em que o padre é possuído em 'Annabelle'.
Aqui, os sustos são premeditados com sons ou viradas de câmera clichês, já conhecidos pelo público.
Muitos foram apresentados nos teasers liberados antes da estreia, o que já deixa o espectador sabedor da hora de fechar os olhos ou tapar os ouvidos.
Mas há momentos bons no decorrer de seus 96 minutos, claro.
A longa cena onde o Padre Burke cai em uma vala, por exemplo, tira o ar do espectador.
A sequência dura em média uns quatro minutos e traz gritos, batidas, sinos e uma trilha arrepiante, além da aparição da entidade que desconcerta quem assiste.
A atriz Bonnie Aarons interpreta a freira demoníaca |
Mas é mesmo na estética que o longa ganha seu ponto forte.
Mesmo com um visual mais sombrio que os anteriores, há um trabalho de luzes e sombras que se encaixam perfeitamente com o castelo locado para contar essa história: corredores extensos, vitrais e muitos cômodos sinistros deixam a trama ainda mais convincente de sua passagem pela década de 50.
Taissa - assim como sua irmã mais velha que estreou a franquia em 2013 - parece ter nascido para o terror e para o universo criado por Wan.
Conhecida pela estupenda série de TV 'American Horror Story' - onde interpretou Violet na primeira temporada e Zoe na terceira - a atriz não saiu da memória do público e vem surpreendendo com seu excelente trabalho.
No papel da noviça, ela chama a atenção por trazer ao longa uma leveza com sua atuação convincente de uma jovem indecisa e corajosa.
O castelo usado como locação é perfeito para as cenas do longa |
Apesar de ser um spin-off, o longa tem uma trama independente e quase desgarrada da franquia e mesmo que o final entregue fortes ligações com 'Invocação Do Mal 2', ainda há a possibilidade de ir ao cinema para assisti-lo, sem apego aos demais.
Ainda que seja um terror feito para explicar origens, ele acaba por ser um fan service, já que dá aos amadores do gênero mais um motivo para ir aos cinemas contemplar uma criação desse universo.
Vale a ida ao cinema.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
'A FREIRA'
Título Original:
THE NUN
Gênero:
Terror
Direção:
Corin Hardy
Elenco:
Ani Sava, August Maturo, Boiangiu Alma, Bonnie Aarons, Charlotte Hope, Demián Bichir, Emma Appleton, Flynn Hayward, Ingrid Bisu, Jamie Muscato, Jared Morgan, Jonas Bloquet, Jonny Coyne, Lourdes Nadres, Mark Steger, Natalie Creek, Samson Marraccino, Sandra Rosko, Sandra Teles, Scarlett Hicks, Simon Rhee, Taissa Farmiga
Roteiro:
Gary Dauberman, James Wan
Produção:
James Wan, Michael Clear, Peter Safran
Fotografia:
Maxime Alexandre
Trilha Sonora:
Abel Korzeniowski
Montador:
Michel Aller
Estúdio:
Atomic Monster, New Line Cinema, Safran Company
Distribuidora:
Warner Bros.
Ano de Produção:
2018
Duração:
96 min.
Estréia (Brasil):
06/09/2018
Classificação Indicativa:
14 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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