quinta-feira, 24 de novembro de 2016

'A CHEGADA': ESPETACULAR, SCI-FI É UM DOS MELHORES FILMES DO ANO E SÉRIO CANDIDATO AO OSCAR


SINOPSE:

Quando alienígenas deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os extraterrestres representam uma ameaça ou não.

No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.

CRÍTICA:

Mesmo com o espectador reconhecendo aqui e ali citações a clássicos como 'Contatos Imediatos Do Terceiro Grau', '2001: Uma Odisseia No Espaço', 'Distrito 9' e 'Interestelar', 'A Chegada', que estreia hoje em 240 salas em todo o Brasil, consegue trazer algo novo ao gênero ficção-científica, além de ser inteligente e capaz de surpreender.

Espetacular e profundo, O sci-fi é capaz de alternar momentos de drama e suspense com atuações fantásticas - principalmente de Amy Adams, que faz aqui sua melhor interpretação disparado.

Tanto, que ela já é uma grande concorrente ao Oscar 2017 pelo seu papel aqui, a Dra. Louise Banks, linguista encarregada de se comunicar com os aliens.

A Chegada : Foto Amy Adams
Amy Adams em cena: melhor interpretação da carreira - Fotos dessa Postagem: Divulgação/Sony
Na trama, os visitantes chegam em 12 naves e pairam sobre 12 locais distintos e aparentemente aleatórios da Terra.

A cada 18 horas, uma porta se abre a fim de permitir interação entre humanos e os seres de outro planeta.

Como a comunicação parece beirar o impossível, Louise, que já trabalhou para o governo dos EUA anteriormente, é trazida ao local em que uma das naves paira, em Montana, para tentar iniciar algum tipo de comunicação efetiva.

Toda a construção da trama até o primeiro encontro é simplesmente fantástica, com tensão crescente e ambientação primorosa.

Quando a protagonista encontra os ETs, de aparência e atitudes verdadeiramente alienígenas para nossa compreensão imediata, sua reação é tão real quanto podemos esperar - e mostra a força da atuação de Amy.

A Chegada : Foto Amy Adams, Jeremy Renner
Cena do longa
Além disso, a forma como esse primeiro momento termina abruptamente é a maneira ideal de fechar esse arco, já que o que interessa até aí é a reação de Louise.

A partir daí, a forma como os dois lados interagem é desenvolvida de modo instigante e cada avanço na comunicação é percebido com facilidade pelos espectadores, sem necessidade de superexposição da história.

O ritmo da narrativa ajuda a manter o suspense e, aos poucos, a trama aprofunda temas como a incapacidade humana de entender o diferente e a dificuldade de confiarmos uns nos outros.

A forma como Louise é capaz de transpor essas barreiras ao longo de toda a história é um dos pontos altos da obra.

A tensão entre os países e a pressão da opinião pública, em pânico com a possível aniquilação da humanidade, garante senso de urgência à obra.

A cada novo desenvolvimento fora da nave fica clara a importância do trabalho da linguista ser bem-sucedido, mas ela precisa agir a tempo de evitar uma catástrofe.

O longa ainda é capaz de trabalhar questões filosóficas, políticas, proporcionar a sensação de que o futuro da humanidade depende daquela conversa e, ainda assim, manter a história extremamente intima para a personagem de Amy Adams, em especial quando trata do passado, presente e futuro da personagem.

A forma como o roteiro não se aprofunda na resolução linguística em si e sim nas consequências de cada descoberta funciona para não entediar o espectador com detalhes, apesar de alguns momentos parecerem forçados para a história seguir adiante.

Em outras cenas, a forma como o medo faz a humanidade recorrer à violência beira o clichê.

A Chegada : Foto Amy Adams, Jeremy Renner
Cena do longa
Entretanto, as revelações finais são impactantes e, em última análise, tristes, mas também capazes de gerar esperança.

Denis Villeneuve ('Sicario: Terra De Ninguém') se mostra cada vez mais um grande diretor e entrega uma ficção-científica de qualidade, visualmente bela, com CGI realista e fotografia de tirar o fôlego, além de fazer uso de luzes e sombras de forma dramática e ser capaz de proporcionar um ar etéreo quando necessário, graças à forma como roteiro, direção, atuação, visual, efeitos sonoros e trilha trabalham em conjunto para garantir uma obra inteligente e provocativa, sem deixar o entretenimento de lado.

Mesmo com elementos reconhecíveis de outros filmes do gênero, a obra é capaz de andar por si só e levantar importantes questões, sem medo de entrar em temas complexos, conduzido por uma protagonista poderosa.

Com show de direção de Villeneuve , temos aqui um dos melhores filmes do ano até aqui e, de forma justa, um dos principais concorrentes ao Oscar 2017.

Filmaço.

TRAILER:


FICHA TÉCNICA:
'A CHEGADA'
Título original:
ARRIVAL
Gênero:
Drama
Direção:
Denis Villeneuve
Roteiro:
Eric Heisserer
Elenco:
Abigail Pniowsky, Amy Adams, Anana Rydvald, Andrew Shaver, Forest Whitaker, Jeremy Renner, Joe Cobden, Julia Scarlett Dan, Julian Casey, Larry Day, Leisa Reid, Mark O'Brien, Max Walker, Michael Stuhlbarg, Nathaly Thibault, Pat Kiely, Philippe Hartmann, Russell Yuen, Ruth Chiang, Tzi Ma
Produção:
Aaron Ryder, Dan Levine, David Linde, Karen Lunder, Shawn Levy
Fotografia:
Bradford Young
Montador:
Joe Walker
Trilha Sonora:
Jóhann Jóhannsson
Duração:
116 min.
Ano:
2016
País:
Estados Unidos
Cor:
Colorido
Estreia:
24/11/2016 (Brasil)
Distribuidora:
Sony
Estúdio:
21 Laps Entertainment / FilmNation Entertainment / Lava Bear Films
Classificação:
10 anos

COTAÇÃO DO KLAU:

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