Em Berlim para apresentar fora de competição 'Caçadores de Obras-Primas' - seu quinto longa-metragem como diretor - George Clooney juntou uma pequena multidão que se formou na lateral do hotel Hyatt e também uma fila inédita para a coletiva de imprensa que aconteceu no início da tarde deste sábado — com atraso porque uma pessoa teve um ataque cardíaco durante a sessão de imprensa.
'Caçadores de Obras-Primas' explora um lado pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial: um grupo de pessoas recrutadas pelos Aliados para recuperar pinturas, esculturas, altares e artefatos roubados pelos nazistas - só por causa deles que muitas dessas obras sobreviveram.
No filme, os personagens são fictícios: Frank Stokes (George Clooney) junta especialistas e apoiadores da arte (interpretados por Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, Jean Dujardin, Hugh Bonneville, Bob Balaban) para procurar as peças perdidas.
No meio do caminho, contam com a ajuda de uma francesa (Cate Blanchett) que trabalha como secretária de um oficial nazista e cataloga tudo o que entra ali.
Clooney chega para a exibição do seu filme, durante o 64º Berlinale International Film Festival em Berlim - Johannes Eisele/AFP
A entrevista em si foi uma das cenas mais surreais dos últimos tempos - o que já é quase uma tradição quando se trata de George Clooney, relata a repórter Mariane Morisawa.
Se alguns anos atrás, um lôko ficou de cueca numa coletiva com o ator em Veneza, hoje, teve uma jornalista que disse que Matt Damon "estava bem para sua idade"; outra perguntou como Clooney se sentia por "fazer a vida das mulheres de todo o mundo, especialmente das mexicanas, melhor" – ao que Matt Damon, sempre antenado, emendou: "E dos homens".
Ainda bem que Clooney, Damon, John Goodman e Bill Murray são mestres em dar respostas bem-humoradas.
Quando um repórter perguntou se Matt Damon achava que a indústria cinematográfica era movida por dinheiro, Goodman soltou um “nããão!” e fingiu tapar os ouvidos.
Em outro momento, todos os presentes na mesa assobiaram o tema musical do filme.
Numa questão para o diretor sobre a pior parte de ser um astro, Goodman novamente interferiu: "Contar o dinheiro".
Clooney emendou ironicamente: "Obrigado pela ajuda, John".
Mas depois respondeu:"Ouvir reclamações de quem tem sorte de estar nesta posição tende a irritar as pessoas. Não tenho nada do que reclamar."
Ele também opinou sobre a crise no Sudão do Sul — "é o país mais novo do mundo e tem os problemas de um país novo" —, sobre ir ao Brasil na Copa do Mundo — "quero muito ir, nunca fui, mas é um período meio maluco, apesar de eu gostar de futebol" — e sobre o pedido da Grécia para que o Reino Unido devolva as obras de arte gregas que estão nos museus do país – "seria justo e seria o certo".
Sobre o filme, quase nada.
Tudo bem que 'Caçadores de Obras-Primas' é decepcionante.
Diferentemente de alguns de seus longas anteriores, escritos em parceria com Grant Heslov, sócio em sua produtora, Clooney abdica da ironia e tenta emprestar leveza a esse tema sério e que ainda tem consequências hoje – recentemente, um acervo gigantesco foi encontrado numa casa na Alemanha.
Até aí, nenhum problema, mas a verdade é que o humor não funciona como o esperado, e o roteiro alinhava mal as aventuras dos diversos personagens pela Europa.
Confira o trailer de 'Caçadores de Obras-Primas":
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