Que a revista "Veja" despirocou de vez - assim como os "defensores" do Genoíno e do Dirceu, que vivem a nos encher o saco nas redes sociais - todo mundo já sabe.
Agora, e desde domingo (11), as redes sociais fervem, comentando o texto do colunista da revista, José Roberto Guzzo, que, não só se coloca contra os direitos gays, como em determinado trecho teve a cara de pau de escrever:
“Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”.
Bastou a cabra aparecer na "Veja" para que começasse aparecer nos avatares do Facebook figuras de cabras, pois a mistureba do colunista sem noção entre zoofilia e homossexualidade se tornou para os leitores e militantes uma forma de se manifestarem com bom humor ao artigo.
Divulgação
Uma das muitas artes contra a revista |
Foi criado o tumblr Cabras Pra se Casar e um protesto virtual foi marcado nas redes sociais até o dia 24 de novembro de 2012 para que e-mails sejam mandados para a redação da revista, assim como comentários sobre o assunto na página da revisteca no Facebook.
Outros jornalistas, que não costumam se posicionar em situações como estas, têm feito declarações irritadas ou bem humoradas contra o artigo em suas páginas pessoais na internet e muitos blogs têm escrito contra o artigo, assim como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ), que divulgou na segunda (12), uma réplica chamada “Veja Que Lixo” pelo Twitter.
O site Jezebel também comentou os dez erros no artigo de Guzzo e a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) também promete não deixar passar em branco o artigo - nesta semana, enviou ofício à redação da "Veja", pedindo direito de resposta.
Se para o autor do artigo, os direitos gays parecem ser assuntos secundários, para muitos internautas - eu inclusive - eles não são não.
Para mim, foi a pior pisada de bola de um dos grandes da mídia em muito tempo, disparado.
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