quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A SEMANA NA DIVERSIDADE: IBGE DIZ QUE SOMENTE 79 CIDADES TEM LEGISLAÇÃO ANTI-HOMOFOBIA, VATICANO ENTRA COM TUDO CONTRA CASAMENTO GAY E SÉRIE ARGENTINA RETRATA A LUTA DOS TRANSEXUAIS DO PAÍS PELOS SEUS DIREITOS


Para essa postagem, separei três matérias muito especiais:

IBGE DIZ: SOMENTE 79 CIDADES BRASILEIRAS TEM LEIS ANTI-HOMOFOBIA
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VATICANO ENTRA COM TUDO CONTRA CASAMENTO GAY
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SÉRIE ARGENTINA RETRATA A LUTA DOS TRANSEXUAIS DO PAÍS
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Leia:

IBGE DIZ: SOMENTE 79 CIDADES BRASILEIRAS TEM LEIS ANTI-HOMOFOBIA

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados ontem mostram que apenas 79 cidades no país possuíam, em 2011, legislação contra a homofobia. 

A estatística representa somente 1,4% do total de municípios, e faz parte da amostra Perfil dos Municípios Brasileiros - Munic.

Em relação a políticas desenvolvidas pelos órgãos locais de direitos humanos com foco no universo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), apenas 14% (383 cidades) declararam ter projetos dessa natureza, independentemente da questão normativa.

 Considerando o total de cidades no Brasil (5.565) - o que inclui aquelas que não têm secretarias específicas ou órgãos direcionados para a questão de direitos humanos - 8,7% (486 cidades) possuíam ações ou projetos com o intuito de combater a violência contra homossexuais. 


Divulgação - IBGE
Arte/UOL

Entre as 79 cidades cujos vereadores aprovaram medidas anti-homofobia, há predominância nas regiões Sudeste e Nordeste, com 29 cada. 

Enquanto isso, apenas 99 municípios (1,8%) desenvolviam, em 2011, programas acerca do reconhecimento de direitos, e 54 (1%) sobre o reconhecimento do nome social adotado por travestis e transsexuais.

Os Estados do Acre e de Roraima, na região Norte, são os únicos no país que não possuem um órgão municipal - seja secretaria, comissão ou grupo representativo - direcionado para o enfrentamento da homofobia, segundo a pesquisa do IBGE

Por outro lado, o maior número de municípios cujas prefeituras abordam o tema através de órgãos específicos está em Minas Gerais (41 cidades), seguido por Pernambuco (36), São Paulo (34) e Bahia (32). 

Divulgação - IBGE

A Munic 2011 mostra ainda que, entre todas as ações desenvolvidas pelos órgãos locais de direitos humanos, os projetos que visam aos direitos da população LGBT estão em menor número, assim como aqueles voltados para as testemunhas ameaçadas de morte.

VATICANO ENTRA COM TUDO CONTRA CASAMENTO GAY

Segundo o jornal L’Osservatore Romano - principal publicação do Vaticano - a Santa Sé vai investir fortemente contra iniciativas de conceder o reconhecimento legal de casais do mesmo sexo.

Em um comunicado paralelo, feito na semana passada pelo porta-voz do Papa, Federico Lombardi , à Rádio Vaticano, este perguntou sarcasticamente por que os defensores do casamento entre homossexuais não pedem também o reconhecimento legal de casais poligâmicos.
Fica claro que, nos países ocidentais, existe uma tendência disseminada de modificar a visão histórica do asamento entre um homem e uma mulher. Ou mesmo de renunciar à ela, eliminando seu reconhecimento legal específico e privilegiado na comparação com outras formas de união”, disse o ogro.

O editorial de Lombardi na Rádio oficial da ICAR, transmitida para o mundo todo em cerca de 30 línguas, classificou as decisões como “míopes”, afirmando que “essa lógica não pode ter uma percepção de longo prazo visando o bem comum”.

Ele afirmou ainda ser de “conhecimento público” que o “casamento monogâmico entre homem e mulher é uma conquista da civilização”.

Divulgação
Charge genial sobre o Papa e a igreja contra o casamento gay

A forte reação dos católicos é resultado dos avanços do movimento gay em diferentes partes do mundo, escreveu o jornal "The Australian": três Estados dos Estados Unidos aprovaram o casamento homossexual em referendos juntamente à recente eleição presidencial e o presidente reeleito, Barack Obama, já se disse favorável ao reconhecimento da união gay.

Embora tenha parabenizado Obama pela reeleição, o Papa Bento XVI disse estar "rezando para que os ideais de liberdade e justiça continuem a ser acolhidos no mundo".

Ainda na semana passada , a Espanha manteve a lei do casamento gay  e a França avançou com a legislação que promete legalizar o casamento entre homossexuais no início do próximo ano - cumprindo assim promessa do novo presidente, François Hollande,  na campanha eleitoral.

Essa é a igreja católica, outra seita que ainda pensa estar no século 12 em pleno século 21.

SÉRIE ARGENTINA RETRATA A LUTA DOS TRANSEXUAIS DO PAÍS

A série "La Viuda de Rafael" ("A Viúva de Rafael"), que estreou na terça (13) na televisão argentina, retrata a luta do coletivo transexual pelo reconhecimento de seus direitos e para conseguir a lei do casamento igualitário.

Baseada no livro homônimo do escritor porto-riquenho Luis Daniel Santiago Estrada, a telenovela, com toques de comédia romântica e sem cair no grotesco, tem como protagonista Nina, um travesti que, em um acidente, perde o amor de sua vida e, com isso, praticamente fica na rua.

"Nina vive como concubina de Rafael há mais de 15 anos. Mas, no primeiro capítulo, fica viúva porque Rafael sofre um acidente e morre. A família de Rafael tira tudo o que ela tinha e a deixam na rua", contou à Agência Efe  a atriz Camila Sosa Villada, que dá vida a Nina.

Assim começa, para Nina, "um roteiro não só para recuperar o que lhe corresponde como herança de Rafael, mas também para conseguir o título de viúva", relata a atriz.

Divulgação
Cena da novela "La Viuda de Rafael"

A história, em 13 capítulos, é ambientada em 2009, antes da aprovação na Argentina da lei de casamento igualitário, que não só permitiu as bodas entre pessoas do mesmo sexo, mas, além disso, reconheceu os direitos dos dois em caso de viuvez.

Camila - que pela primeira vez atua na televisão após uma carreira como atriz de teatro e cinema - destaca que sua personagem, antes de enviuvar, não era uma militante dos direitos dos transexuais, mas "uma princesa que vive em uma caixa de vidro".
"Nina é quase a imagem burguesa de uma transexual. É uma dona de casa, que ama e vive para seu marido. Sofreu por não ter família e por isso pretende que a família de Rafael a aceite. Mas se dá conta de que está sozinha no mundo, sai de seu conto de fadas e enfrenta este mundo", relata a atriz.

A protagonista deve então se apoiar em suas amigas, três transexuais, interpretadas por Maiamar Abrodos - atriz e militante pelos direitos dos transexuais - Gustavo Moro - ator transformista e a atriz Jorgelina Vera.

A série é transmitida em horário nobre pelo "Canal 7" da televisão pública argentina e mostra a luta pela aprovação da lei do casamento igualitário em 2010 - debate parlamentar de fato mostrado em parte em um dos capítulos.

"É uma comédia romântica, uma história de amor, que conta a luta de Nina para ser reconhecida como viúva e também a história de suas amigas transexuais, mas não a partir da marginalidade e sim dos seus problemas cotidianos", disse à Efe Laura Fernández, produtora executiva do programa, que destacou que o programa também mostra como, a partir da aprovação da lei do casamento igualitário, Nina e suas amigas "podem começar a encontrar seu lugar na vida".

"Acho que as pessoas vão se surpreender. Falamos de transexuais donas de casa", comenta a produtora.

Produzida pela Atuel Producciones, a obra foi uma das ganhadoras do concurso organizado pelo Conselho Interuniversitário Nacional e do Conselho Assessor do Sistema Argentino de Televisão Digital Terrestre para séries de "prime time".

O projeto nasceu a partir de uma ideia do ator Tony Lestingi, que entrou em contato com Luis Daniel para adaptar seu romance para a televisão.

Com direção de Estela Cristiani e roteiros do próprio Lestingi e de Marcelo Nacci, o elenco de "La Viuda de Rafael" também conta com Rita Cortese, Fabián Gianola, Luis Machín, Lucas Crespi e Alejo García Pintos.
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Até +!

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