quarta-feira, 27 de abril de 2011

A SEMANA NA DIVERSIDADE

O governo do Paquistão - um dos maiores países muçulmanos do mundo - garante cidadania e emprego a transexuais; autoridades alemãs expulsam do país por homofobia líder religioso radical; estudantes gays de escolas cristãs americanas reinvidicam direitos; jovens católicos espanhóis fazem calendário de páscoa que deu o que falar...

São as notícias da Diversidade, que você confere agora:


GOVERNO PAQUISTANÊS DÁ VISIBILIDADE INÉDITA AOS TRANSEXUAIS DO PAÍS

Segundo a BBC Brasil, o conservador governo do Paquistão surpreendeu ao anunciar medidas que favorecem os transexuais que vivem no país.

A primeira delas é o fato de a Suprema Corte ter aceitado introduzir um terceiro gênero no documento de identificação nacional.

Além disso, o governo está começando a empregar transexuais - que tem uma grande dificuldade para encontrar trabalho digno - na cobrança de impostos atrasados.

Sempre em grupo, eles visitam a casa dos devedores, recebem valores e dão documentos de quitação.

Confira vídeo da BBC Brasil:


















Em se tratando de um dos maiores países mulçumanos do mundo, é realmente uma grande conquista.


POR HOMOFOBIA, ALEMANHA EXPULSA RADICAL ISLÂMICO

O site Cena G destacou ontem que o governo da Alemanha ordenou a expulsão de um visitante - o islâmico radical Ameena Abu Bilal Philips, que nasceu na Jamaica e vive no Qatar - por ele defender em território alemão a pena de morte aos homossexuais.

A ordem de expulsão foi dada antes de uma apresentação pelo islâmico, de 60 anos, a cerca de 2000 pessoas em Frankfurt.

Cena GO líder islâmico radical Ameena Abu Bilal Philips

Pelas leis alemãs, os estrangeiros podem ser expulsos do país desde que "incitem ao ódio contra partes da população" ou defendem o uso da violência contra elas.

Philips tem três dias para acatar a ordem; caso contrário, a polícia pode prendê-lo e expulsá-lo à força.

Enquanto isso, aqui no Brasil, o tal pastor Silas Salafrária, quero dizer, Malafaia, continua pregando contra os gays noite sim, noite também nas madrugadas da Band, e ninguém toma nenhuma providência a respeito.

Parabenizando as autoridades alemãs, continuo afirmando que é uma vergonha para o Brasil, sétima economia do mundo, ser ainda tão jurássica em direitos de minorias.


HOMOSSEXUAIS LUTAM POR DIREITOS EM UNIVERSIDADES RELIGIOSAS NOS EUA

Matéria publicada nesse final de semana pelo maior jornal americano, o The New York Times, reporta que a luta pela aceitação de alunos homossexuais surgiu nos lugares que menos a esperavam: nos vários colégios e universidades cristãos evangélicos que, em suas crenças fundamentais, veem a homossexualidade como um pecado.

Décadas depois que o movimento pelos direitos homossexuais varreu as escolas seculares do país, mais gays e lésbicas de colégios cristãos estão começando a sair do armário, exigindo o direito de proclamarem suas identidades e formar clubes nos campi, e rejeitando as sugestões de buscarem ajuda para suprimir seus desejos homossexuais.

Muitos dos novos militantes cresceram como cristãos e desenvolveram consciência de suas identidades sexuais só depois de começar o colégio, e anos depois de conflitos internos.

Eles vêm de uma nova geração de jovens evangélicos que, acima de tudo, tem visões bem menos rígidas sobre a homossexualidade do que os mais velhos.

Mas em seus esforços de afirmação, quer seja nos clubes no campus ou mais publicamente no Facebook, os alunos homossexuais estão batendo de frente contra os administradores que defendem aquilo que descrevem como a lei de Deus sobre a moralidade sexual, e que por sua vez precisam responder aos conselhos e alunos conservadores.

Enfrentando proibições vagas contra o “comportamento homossexual”, muitos alunos se preocupam com que tipo de atitude – andar de mãos dadas com um parceiro, por exemplo, ou colocar uma foto num site gay – pode prejudicar suas bolsas de estudo ou levar à expulsão.


“É como uma força incontrolável que se depara com um objeto imóvel”, disse Adam R. Short, calouro de engenharia na Universidade Baylor que é gay assumido e lutou, sem sucesso, para o reconhecimento de um clube no campus para discutir a sexualidade e lutar contra a homofobia.


Poucos colégios religiosos mais liberais, como a Universidade Belmont em Nashville, que tem origens batistas, permitiram, relutantemente, a formação de grupos de alunos gays - no caso de Belmont, após anos de um aquecido debate, e logo depois que a universidade obrigou uma técnica de futebol lésbica a pedir demissão.

Mas a resposta mais típica veio de Baylor, que com 15 mil alunos é a maior universidade batista do país, e que se recusou a aprovar o fórum sobre sexualidade.
“Baylor espera que seus alunos não participem de grupos que promovam uma compreensão da sexualidade contrária aos ensinamentos bíblicos”, disse Lori Fogleman, porta-voz da universidade.

Apesar da rejeição, mais de 50 alunos continuam a realizar encontros semanais do Fórum de Identidade Sexual, e continuarão buscando a validação moral que seria fruto do status formal, disse Samantha A. Jones, veterana e presidente do grupo.

“O corpo de estudantes é grande e está pronto para isso”, disse Saralyn Salisbury, namorada de Jones e também veterana da Baylor. “Mas a administração e os regentes não.”

Na Universidade Cristã Abilene no Texas, vários alunos são homossexuais assumidos, e muitos mais estão pressionando, nos bastidores, por uma mudança.

Na última primavera, a universidade não permitiu a formação de uma Aliança Gay-Heterossexual.
“Queremos lidar com esses temas complexos, e oferecer ajuda e orientação para os alunos que estão lutando com a atração pelo mesmo sexo”, disse Jean-Noel Thompson, vice-presidente da universidade para a vida estudantil. “Mas não vamos abraçar nenhum grupo de defesa da identidade homossexual.”

Ben Sklar/The New York Times
Taylor Schmitt - terceiro a partir da direita - se assumiu gay no ano passado. Na imagem, ele participa de festa com amigos na Universidade Cristã Abilene, no Texas

Na Universidade Harding do Arkansas, que como a Abilene é afiliada às Igrejas de Cristo, meia dúzia de alunos e ex-alunos publicaram uma revista online no começo de março com relatos pessoais sobre as dificuldades dos alunos homossexuais.

A universidade proibiu o acesso ao site em seu servidor de internet, o que ajudou a fazer com que o ele se tornasse um produto viral no mundo das universidades religiosas.

Na capela, o presidente da Harding, David B. Burks, disse aos alunos que a universidade “não tentaria controlar o pensamento deles”, mas que “era importante bloquear o site por causa do que ele dizia sobre a Harding, quem ela é e no que acredita”.
Burks disse que o próprio nome do site - www. huqueerpress.com - era ofensivo.

A maioria das faculdades evangélicas dizem que não disciplinam os alunos que admitem ter atração pelo mesmo sexo, apenas aqueles que assumem “comportamento” ou “atividades” homossexuais, já que nos campi evangélicos, o ato sexual fora do casamento é proibido para todos.

A Abilene vê uma grande diferença, diz Thompson, entre um aluno que está com dificuldades particulares por conta de sentimentos de atração pelo mesmo sexo, e um “aluno que diz em e-mails, no Facebook e outros lugares, que é publicamente gay e que este é um estilo de vida que ele defende independentemente da posição da universidade.”

Amanda Lee Genaro
diz que foi expulsa em 2009 da Universidade North Central, um colégio pentecostal em Minneapolis, quando foi mais afirmativa sobre sua identidade homossexual.
Ela lutou contra seus sentimentos durante anos, até 2006, quando foi inspirada por uma visita ao campus do SoulForce, um grupo nacional de alunos homossexuais religiosos que tenta levantar a discussão do tema nas universidades.
“Eu pensei, uau, talvez Deus me ame independente de eu gostar de mulheres”, lembra-se Genaro.

Em 2009, depois que ela deixou a “terapia reparadora”, entrou no MySpace e admitiu ter uma relação romântica, mesmo que não consumada, com uma mulher, a universidade a suspendeu, dizendo que ela poderia se inscrever novamente dentro de um ano se deixasse a homossexualidade.
Ela então se transferiu para uma escola não-cristã.

Alunos homossexuais dizem que costumam ser questionados sobre o motivo porque frequentam colégios cristãos, mas a questão, dizem eles, é injusta.

Muitos foram criados em lares profundamente cristãos com uma expectativa de frequentar um colégio religioso, e lutaram por muito tempo contra sua homossexualidade.

Eles chegaram à universidade, como um dos autores do Harding Web disse: “esperando que o colégio nos tornasse heterossexuais, e uma vez lá, percebemos que isso não aconteceria, não havia nada que se pudesse fazer quanto a isso.”

Os alunos que assumem sua homossexualidade no campus dizem que é um alívio, mas que a vida continua difícil.
“Eu sou sozinho”, disse Taylor Schmitt, aluno do segundo ano da Abilene que entrou lá com uma bolsa total e com a esperança de que seu ser interior mudasse de certa forma.
No final de seu primeiro ano ele aceitou sua homossexualidade, se transferiu para o departamento de inglês e deixou o departamento de estudos da Bíblia que, segundo ele, “tinha o ar das decepções e falsidades passadas que eu havia criado em torno de mim.”
Em vez de mudar de universidade e desistir de sua bolsa, ele está fazendo aulas extras para se formar um ano mais cedo.

Alguns dos alunos homossexuais acabam desiludidos com o cristianismo, e até se tornam ateus, enquanto outros buscam igrejas mais liberais.

David Coleman, 28, foi suspenso pela Universidade North Central em seu último ano - em 2005 - depois que distribuiu panfletos que divulgavam um site de apoio a homossexuais e admitiu ter relações íntimas, mas não sexuais, com outro homem.
Ele, que chama o ambiente da universidade de “espiritualmente violento”, está matriculado agora no Seminário Teológico Unido de Twin Cities em New Brighton, Minnesota, que é administrado pela Igreja Unida de Cristo, mais aberta - ele ainda sonha em se tornar pastor, e completa: “Eu sinto o chamado”.

Aqui no Brasil, a situação dos alunos gays em escolas cristãs não é muito diferente.
É só nos lembrarmos o manifesto do reitor da Universidade e Colégio Mackenzie, contra a PLC 122, que criminaliza a homofobia.


E POR FALAR EM CRISTÃOS...

Com a intenção de arrecadar dinheiro, e aproveitando a época da páscoa cristã, um grupo de jovens católicos espanhóis recriaram cenas da Paixão de Cristo de uma maneira insólita: posando nus para um calendário.

Os calendários, que custavam €10 cada cerca de R$ 21 - praticamente esgotaram e o grupo de Maiorca, ilha turística espanhola, está considerando outra tiragem.


Mesmo com o bispo da localidade chiando, os rapazes afirmaram que a grande popularidade do calendário mostra que eles têm o apoio do público.



Eles pagaram €1.500 - cerca de R$ 3,2 mil - para imprimir 300 calendários.



O lucro de €1.500 será usado para comprar material para seus trabalhos, que tem como objetivo educar jovens católicos.

O calendário inclui imagens em preto e branco de homens e mulheres jovens de Sant Joan - cidade com 2.000 habitantes - recriando imagens da época romana.

Imagens tiradas em ambientes rústicos incluem gladiadores quase nus lutando com lanças e centuriões romanos com sua belas bundas ao léu, escoltando três prisioneiros cristãos que vestem tangas e carregam uma cruz de madeira rústica.


Divulgação



Uma das fotos do calendário, mostra os modelos vestindo só capacetes romanos




Pere Mestre, sapateiro de 19 anos e membro do grupo de jovens, disse que todos os modelos tinham entre 18 e 28 anos - tinha de carpinteiro a piloto, além de trabalhadores rurais.

O líder do grupo jovem, Pep Mas, disse entender as críticas ao calendário, mas afirmou que as fotos eram artísticas e preencheram a necessidade de captação de recursos.

O prefeito de Sant Joan, Joan Magro, defendeu o calendário.
"Há algumas boas fotografias, elas são artísticas e muito bem feitas", disse.

A polêmica sobre o calendário pascoalino acontece depois que policiais do sexo feminino de Lérida, cidade próxima a Maiorca, lançaram um calendário vestidas de gato, como presente de Natal aos seus colegas do sexo masculino.
Com o sucesso, as policiais pensaram em vender cópias, para arrecadar dinheiro para caridade.

E os rapazes católicos são bem bunitinhos!

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ATÉ +!

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