O fotógrafo de Vanity Fair, Tim Hetherington, foi morto ontem, em meio ao caos em que a Libia se tornou, com apoio dos EUA e da União Européia.
"Se você me perguntar se quero cobrir outra guerra, a resposta é 'nem um pouco'" disse Tim em julho passado à Folha de S.Paulo.
Tinha 40 anos.
Hetherington foi atingido por tiros de morteiro que também resultaram na morte do fotógrafo Chris Hondros, 41, da Getty Images, na cidade de Misrata (oeste).
Guy Martin, da agência Panos, e Michael Brown, freelancer, sofreram ferimentos leves.
Misrata está sob controle de rebeldes anti-Muammar Gaddafi.
Forças do governo a atacam continuamente. Não está clara a origem do morteiro que atingiu o grupo.
As últimas afirmações de Hetherington no Twitter diziam: "Forças de Gaddafi bombardeiam indiscriminadamente. Nenhum sinal da Otan [aliança militar ocidental]."
Diversas vezes premiado, Hetherington conquistou fama mundial em 2010, por codirigir o documentário "Restrepo", sobre a guerra do Afeganistão - o filme foi indicado ao último Oscar.
Quando conversou com a Folha sobre o filme, Hetherington estava vivendo em Nova York, colaborando para Vanity Fair e recuperado de uma perna estilhaçada durante um ataque do Taleban.
Disse estar muito satisfeito por trocar a poeira do Oriente Médio pelos eventos cinematográficos.
Planejava dedicar-se à ficção.
Mas não escondeu que era "fácil ficar viciado" em guerras.
"Não pela adrenalina, mas porque há várias emoções cristalizadas num espaço bem definido."
Seus trabalhos mais famosos foram feitos em conflitos, muitos na África.
Atuou em Serra Leoa, Libéria e Nigéria.
Agora a pouco, Vanity Fair publicou em seu site uma bonita homenagem a Tim, ao seu trabalho e a seu legado, na forma de um portfólio com suas melhores obras.
É o que você vai ver agora:
PHOTOGRAPHY
Tim Hetherington: A Vanity Fair Portfolio
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