Morreu na manhã deste sábado, por conta de uma parada cardíaca, o jornalista da Jovem Pan Elpídio Reali Júnior, ou simplesmente Reali Júnior.
Durante mais detrês décadas, ele foi a cara e a voz da JP na Europa, falando diretamente da Maison de la Radio, em Paris, na França, sobre política, economia, esportes e todos os acontecimentos que mobilizavam o Velho Continente.
Reali - que trabalhou em O Estado de S. Paulo e nos Diários Associados, além de passagens pelos mais importantes veículos de comunicação do Brasil - começou na Jovem Pan em meados da década de 1950, atuando como repórter esportivo, e mudou-se para a França em 1973, durante o regime militar, e sua casa na capital francesa foi, durante anos, uma espécie de embaixada informal dos brasileiros que visitavam a cidade.
Ele recebeu os troféus Comunique-se e Roquete Pinto e, em março de 2009, foi agraciado com o título de professor Honoris Causa da FMU, por conta de sua dedicação e importância para o jornalismo.
Em 2007, Reali Júnior lançou o livro Às Margens do Sena, em que contava suas experiências ao longo de 50 anos de profissão.
Ele deixa a mulher, Amélia, e quatro filhas, entre elas atriz Cristiana Reali, muito famosa na França.
O velório, que começa no final da tarde de hoje, ocorre no Funeral Home, que fica na Rua São Carlos do Pinhal, 376, perto da Avenida Paulista, e o corpo será cremado neste domingo, no cemitério de Vila Alpina.
Médico de Reali Júnior, o cardiologista Cláudio Alberto Pastore, do Instituto do Coração, lembrou que o jornalista teve um infarto no começo da década de 1990, no Brasil, datando deste período seu convívio com o jornalista.
Recentemente, o correspondente da JP teve um câncer de fígado e, dois anos atrás, teve diagnosticada a necessidade de realizar um transplante de fígado.
Ontem, ele realizou uma nova consulta, para o acompanhamento do câncer e, durante a manhã, a situação piorou.
Pastore concluiu que, quando chegou à casa de Reali, ele já havia falecido, salientando que o câncer, mesmo controlado após o transplante, acabou desgastando o jornalista.
Assista, abaixo, o discurso feito por Reali Júnior na cerimônia em que recebeu o título de doutor Honoris Causa da FMU.
No primeiro podcast, abaixo, você pode ouvir o momento em que Flávio Prado, emocionado, deu a notícia do falecimento de seu colega e amigo, aproveitando para fazer uma homenagem a ele.
Podcast 01
Nesse segundo, um trecho do discurso de Reali na FMU:
Podcast 02
Reali Júnior é considerado um dos maiores correspondentes do Brasil no exterior, de uma credibilidade absurda, e grandes coberturas internacionais - como, entre muitas outras, a queda do avião da Varig em Paris em 1973, Guerra Irã-Iraque, Revolução dos Cravos em Portugal, morte do ditador Franco na Espanha, crises globais do petróleo, queda do muro de Berlim, assassinato do presidente Gadaff do Egito, e a morte da Lady Diana.
Numa mídia brasileira que prefere o escândalo à notícia, o aplauso fácil à aventura de ser um bom repórter, Reali Júnior, com certeza, vai fazer muita falta.
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Fontes: Wikipédia e Jovem Pan Online
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