sexta-feira, 22 de abril de 2011

ENTREVISTA: CAIO BLAT

Certa vez o ator paulistano Caio Blat passeava pelas calçadas da av. Paulista quando um homem parou o carro e começou a gritar da janela do automóvel elogios calorosos ao ator por sua atuação em um filme.

Pego de surpresa, Caio nem sequer ficou sabendo por qual de seus trabalhos estava sendo elogiado, já que o fã teve de seguir viagem depois que os motoristas atrás deles deram início a um buzinaço.

O que ficou do insólito episódio foi a satisfação em ver um trabalho seu no cinema ser reconhecido nas ruas.
“O emocionante foi ver que foi por causa de um filme e não de uma novela”, diz.

A história foi revelada em entrevista exclusiva realizada nesta segunda(18) por conta do lançamento de "Bróder", décimo quinto filme da carreira de Blat que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Gramado.

Marcelo MarquesO ator Caio Blat, durante entrevista na última segunda (18)

Na trama dirigida por Jeferson De, ele interpreta Macu, jovem da periferia de São Paulo que vê dividido entre o caminho fácil do crime e a amizade de dois amigos de infância.

Caio diz ao site Cineclick estar vivendo um momento gratificante da carreira que completa 20 anos, por ter se dado conta de ser um privilegiado em ter conciliado bem cinema, TV e teatro.

Num balanço feito pelo ator, são exatos 15 filmes, 15 peças e 15 novelas.
Esse é um equilíbrio que todo ator almeja e eu tenho a felicidade de ter construído minha carreira na TV e no teatro e ter também deixado uma marca autoral no cinema”.

Sobre a escolha dos papéis, afirma que procura não pensar em aspectos técnicos.
“Escolho projetos que me empolgam, que me entusiasmam. Sou guiado pela intuição.”

No entanto, faz questão que papéis e filme tenham valor artístico.
“Gosto de filmes transformadores, que fazem as pessoas pensarem. Se é do tipo de filme que não traz nenhum questionamento, dificilmente vou me interessar.”

Mas Caio não faz a linha “filme cabeça”.
Pelo contrário, acredita que a receita de sucesso para o cinema brasileiro está na diversidade e diz que busca sempre atingir o maior número de pessoas possível com seu trabalho.
“O artista quer atingir o grande público, sim. Ele não quer fazer um trabalho para um público restrito”.

Para ele, essa briga de facções dentro do cinema não faz sentido.
A ideia não é separar e sim unir as coisas. O nosso grande desafio é contar boas histórias que atinjam o grande público”, conclui.

Sobre a personagem em "Bróder", Blat revela que o grande desafio foi fazer o público acreditar no personagem e vê-lo de forma real.
“Eu não queria que as pessoas dissessem ‘olha lá o Caio fazendo um mano’ eu queria que elas vissem o mano”.

Ele acredita que o desafio ainda é maior para atores conhecidos, que têm exposição em novelas e uma carreira longa.
“Você precisa fazer as pessoas esqueceram quem você é para acreditarem no personagem”.

Questionado sobre sua relação com a crítica, Blat nos diz que o melhor crítico de um artista é ele mesmo.
“Você vive um dilema porque seus amigos te elogiam mais do que realmente você merece e muitas vezes a crítica te critica mais do que devia, então você também tem de estar sempre analisando seu próprio trabalho”.


Matéria do editor Roberto Guerra, do site Cineclick


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