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Depois de duas temporadas sofríveis, série estrelada por Stephen Amell e que foi a precursora de todas as séries de super-heróis da DC no canal The CW conseguiu se reinventar, entregando uma quinta temporada sensacional
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Foram semanas de apreensão, com os fãs acreditando que a melhora da produção seria temporária.
Mas agora, com o final da quinta temporada, podemos dizer que essa foi a melhor do Arqueiro Verde.
É emblemático que a temporada que fecha o ciclo de cinco anos do Oliver na ilha tenha sido justamente a redenção de 'Arrow', depois de duas temporadas péssimas.
O quinto ano do programa tratou sobre legado e perdão: o lado bom e o lado ruim daquilo que você constrói e sobre não só perdoar outras pessoas, mas a si mesmo também.
Como prometido pela produção, para falar de passado, legado e perdão, a série resgatou o sentimento de suas duas primeiras temporadas, para se redimir da terrível 3ª e da péssima 4ª, uma penitência terrível para os fãs.
Mas exatamente o que 'Arrow' foi buscar?
A premissa principal do início da série era algo mais urbano, sombrio, sujo, violento.
Conforme o tempo passou, parecia que a série queria ouvir os fãs um pouco e deixar o Oliver mais parecido com o dos quadrinhos, que é mais “iluminado”, engraçado.
Esse movimento fez a trama perder sua identidade completamente, ele realmente virou um 'Batman Verde' e na terceira e na quarta o angú desandou de vez.
Já passamos do ponto de criticar a série por não entregar algo “fiel” aos quadrinhos.
A proposta nunca foi ter um Arqueiro felizão, da mesma forma que o Barry, em The Flash, nunca vai ser tão “divertido” quanto o dos quadrinhos, ou o caso da Supergirl ser “jovem” demais.
Se 'Arrow' é a precursora delas, filha de 'Smallville' e da 'trilogia Cavaleiro das Trevas', o erro foi tentar esquecer isso e seguir outro caminho.
Com esse contexto em mente, a quinta temporada resgata o núcleo primordial da série.
Voltamos a trabalhar a “monstruosidade” do Oliver, com a sacada genial de classificá-lo como serial-killer, com o urbano, o sujo, o violento de volta.
O primeiro arco da aventura, contra Tobias Church, sem nem chegar no Prometheus, já limpou o nome da produção.
Vimos tráfico de armas, de drogas, violência urbana, vigilantes, corrupção, assassinato e tudo mais.
Sem mágica surgindo do nada, sem muitos ninjas.
É como se 'Arrow', depois de olhar várias pinturas diferentes, encarasse um espelho.
Uma das coisas que deixou a temporada boa assim foi o novo Team Arrow, com Rene sendo a melhor adição da temporada, profundo, divertido, emocional, um verdadeiro "Cão Raivoso".
Curtis demorou para engatar, mas depois que desenvolveu as Esferas T, a coisa fluiu perfeitamente.
Finalmente podemos dizer que Quentin faz parte do Time e, não importa o plot, ele sempre é uma das melhores coisas.
Felicity ganhou um arco próprio com a Helix, duradouro, que trouxe o melhor da personagem de volta.
O mesmo pode-se dizer do Diggle e a aventura com o exército e a A.R.G.U.S.
Os poréns ficam para Thea, que esteve um tanto perdida na história, o Retalho, que era bacana, mas saiu cedo demais, e a Evelyn Sharp, mal desenvolvida, de pouco carisma e sem peso nenhum para a trama.
O caso especial da vez foi com as Canários.
A morte da Laurel é um dos motores da quinta temporada e todos receavam de como isso ia desenrolar.
A Laurel Terra-2, AKA Sereia Negra, não foi a melhor coisa do mundo, é legal ver Katie Cassidy no papel, mas não existe realmente uma necessidade para isso.
Por outro lado, tivemos a introdução de Dinah Drake e esse está entre os maiores acertos da aventura.
Ela É a Canário Negro que os fãs dos quadrinhos queriam ver desde o começo e que a Laurel nunca poderia ser - talvez a Sara.
Não é só sobre ter o "Grito do Canário", mas a atitude e o carisma da heroína.
Sobre o vilão, Adrian Chase, o Prometheus, é o melhor antagonista do Arqueiro da CW.
Ele foi brutal a temporada toda, caçando seu objetivo do começo ao fim, sem distrações.
Quando sua identidade foi revelada, muita gente deu uma brochada, mas no episódio seguinte a coisa ganhou outro nível.
Porque o Chase já era ótimo como mocinho, mas como vilão ele foi um dos poucos personagens de 'Arrow' que conseguiram fazer Stephen Amell atuar direito.
Ele matou, torturou, caçou e fez a vida do Oliver um inferno agoniante.
Ser um fruto das ações passadas do herói só aumentou o peso da coisa.
Do começo ao fim, o Prometheus foi ótimo e ele é o maior motivo de tudo ter funcionado.
Vale ressaltar que a produção acertou.
Sem megalomanias de destruir Star City, o foco da temporada toda foi destruir a vida de Oliver.
Cada ação refletia na psique do protagonista, até “Kapiushon” - onde o Arqueiro está completamente desamparado.
A quinta temporada, enfim, é uma desconstrução do Oliver e do Time Arrow, suas motivações, suas ações e o que podemos esperar do futuro, seja com Vigilante, Helix ou algum novo vilão.
Sobre os flashbacks, assunto sempre polêmico, esse foi o último ano das memórias do Oliver na ilha.
Finalmente conhecemos a história do rapaz na Rússia, sua relação com a Bratva, Talia al Ghul e como ele acabou em Lian Yu novamente.
Só nos flashbacks, essa temporada deve ter perdido apenas para os da primeira, que eram uma introdução.
No mais, foram poucas as vezes que o passado do protagonista pareceu incômodo.
Com a série expandindo seu horizonte, parece que finalmente o The CW está ganhando noção de mundo e as histórias estão se descentralizando.
'Arrow' viajou bastante, tivemos um episódio só em Hub City praticamente - e isso é excelente.
Outra coisa é como o Universo CW está cada vez mais interligado.
Agora os personagens interagem entre as séries sem tanto alarde, isso sem contar o crossover quádruplo, grandioso, ambicioso - e que o melhor episódio foi justamente o de 'Arrow'.
Assim, a quinta temporada de 'Arrow' foi uma das melhores de 2016-2017 e a melhor da série.
Se teve poucos erros - 23 episódios é pra matar qualquer um - entregar uma boa história, fechadinha, nesse espaço enorme é difícil, então todos os méritos para o Arqueiro nesse ano.
Vamos esperar pelo sexto ano torcendo para que o nível se mantenha - ou se eleve.
A quinta temporada ainda está sendo exibida aqui no Brasil, toda quarta, 21h40, na Warner.
COTAÇÃO DO KLAU:
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